O médico Nilton Roberto Mar­ti­nes (foto) confirmou nesta semana que recentemente passou por duas cirurgias no intestino, mas ao mesmo tempo negou que se trate de um câncer. Em entrevista que concedeu à rádio Cidade FM na quinta-feira, dia 15, ele explicou que exame histopatológico demonstrou apenas ser um processo inflamatório sem neoplasia (câncer), ou seja, é uma doença inflamatória intestinal.

Nilton Martines conta que foi operado pelo professor Dario Bi­ro­­lino, que é titular da 3.ª Clínica Cirúrgica do Hospital das Clínicas (HC) da Universidade de São Pa­u­lo (USP) e já está restabelecido.

Martines contou também que alguns pacientes chegaram a lhe perguntar se não estava com câncer. “Eu tenho absoluta certeza que não. Se eu estivesse com câncer não tem o menor sentido eu mentir. Quem tem câncer tem que enfrentá-lo e tratá-lo completamente”, avisa.

Disse também que se fosse o caso estaria no Hospital do Câncer de Barretos fazendo os tratamentos de quimioterapia e radioterapia. “A gente não pode ter me­do de enfrentar um câncer. Aqui também é um alento que eu dou às pessoas portadoras dessa doença que, quando a gente tem deve admitir”, acrescenta.

Entretanto, confirma que chegou a ser aventada em São Paulo a possibilidade de um linfoma no intestino delgado, mas o resultado do exame histopatológico foi absolutamente negativo.

VOLTAR AO MESMO PIQUE

Por outro lado, também comentou seu atual momento: “Eu emagreci 10 quilos e me sinto uma pessoa fraca. Sou um indivíduo que faz exercícios físicos, que acorda às 5h30, vou para o hospital, faço cirurgias pela manhã, opero a tarde, eu tenho uma vida extremamente agitada. Hoje eu diria que não tenho condições de ter o mesmo pique que tinha há 30 ou 40 dias atrás porque sofri duas intervenções que me debilitaram, mas estou voltando à normalidade. Um pouco mais lento, um pouco mais devagar, já re­i­niciei as cirurgias e já reiniciei o consultório”, afirmou.

Mas, embora mais lentamente, sua expectativa é de retomar o ritmo normal rapidamente: “Essa semana, por exemplo, já tenho cirurgias marcadas para todos os dias. Mas ao invés de marcar quatro ou cinco estou marcando uma por dia. Já estou no consultório de manhã e de tarde. Se forço um pouco sinto um pouco de cansaço, um pouco de tontura, mas estou percebendo que estou bem e dentro de 15 ou 20 dias devo estar em plena forma se Deus quiser”.

De acordo com ele foram “momentos difíceis”. “No prazo de 21 dias eu tive duas cirurgias. Essa última cirurgia foi de duração de cinco horas na qual eu perdi 60 centímetros do intestino. A patologia foi uma peritonite plástica, uma coisa extremamente rara que acontece com um médico também”, reforça.

E acrescentou: “Quer dizer, eu diria que, nessa brincadeira o raio caiu duas vezes na minha cabeça. Então, acomete os pacientes? Acomete. Acomete os médicos? Também acomete”.

Por isso, ele faz questão de a­gra­decer ao carinho que recebeu: “A oportunidade é exatamente pa­ra destinar o agradecimento à população de Olímpia e da regi­ão: Altair, Guaraci, Cajobi, Seve­rínia, pelas inúmeras quantidades de mensagens e de telefonemas. Eu sei que várias pessoas fizeram correntes de orações e várias pessoas encomendaram celebrações de missas para que eu melhorasse. Isso tem uma influência positiva para nossa recuperação. Isso é um fruto também do meu trabalho desenvolvido em Olímpia, um trabalho com amor, com carinho, me dedicando muito à medicina. Eu vejo o reconhecimento de pessoas que realmente gostam de mim não só de Olímpia como da região, por isso quero dizer o meu muito obrigado a essas pessoas”.

MUITA CALMA NESSA HORA

Martines se diz alegre não apenas com a sua recuperação, mas também com o apoio que recebeu das pessoas: “Eu me sinto envaidecido porque você prestou um serviço a essa Santa Casa, a essa população, do fundo do coração. Eu de­diquei de corpo e alma a minha vida à medicina, em especial à cirurgia e de repente, num momento assim você vê uma avalanche de gente rezando, orando, mandando mensagens, torcendo, com o coração muito aberto”.

Embora sempre falando em ter calma para completar sua recuperação, Martines não esconde o desejo de voltar logo a sua maneira de trabalhar: “Nem sei se na verdade eu mereço tanto, mas a verdade é que a população acha que sim e isso me envaidece muito e me estimula a continuar mais ainda naquela rotina e assim que eu melhorar cem por cento, naquela rotina mesmo, apertada de grandes cirurgias, retornar ao normal da minha vida que é o que mais quero, rapidamente”.

Mas ao final, ao reforçar o a­gra­decimento, comentou sobre o sentimento que tem sobre a reação das pessoas com quem ele têm contato direto, seja através da medicina ou como cidadão comum: “Como é bom a gente se sen­tir querido e eu me sinto querido por essa população extraordinária de Olímpia e região”.