06 de dezembro | 2015

Mapa da Violência mostra município na 11.ª posição em assassinatos de mulheres

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O Mapa da Violência 2015, que foi divulgado no dia 9 de novembro, mostra o município de Olímpia na 11.ª colocação em relação a assassinatos de mulheres na região noroeste do Estado de São Paulo. Segundo o estudo três mulheres foram assassinadas na cidade entre os anos de 2009 e 2013, o que representa a média de 2,4 vítimas para cada 100 mil mulheres.

De acordo com o estudo, 138 mulheres de 49 cidades da região foram assassinadas nesse período. Apenas em São José do Rio Preto são 30 vítimas da violência.

Outro dado preocupante é que 40 das 49 cidades da região apresentaram, proporcionalmente, uma média de assassinatos maior do que a do Estado, que foi de 2,9 vítimas para cada 100 mil mulheres.

Entre as 15 maiores cidades da região em número de habitantes, a situação mais preocu­pante está em Votuporanga. Com população feminina de aproximadamente 43,7 mil, o município registrou 13 mulheres assassinadas entre 2009 e 2013, ou 5,9 de taxa média.

Mas, de acordo com o jornal Diário da Região, Rio Preto “bate na trave” da média estadual, praticamente, porque 30 mulheres foram mortas, o que dá uma taxa média de 2,8 mortes para cada 100 mil mulheres.

Os dados, que foram levantados pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), consideram os números obtidos no Ministério da Saúde.

QUESTÃO DE MACHISMO

Segundo o jornal, de acordo com a titular da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), de Rio Preto, Dálice Ceron, em muitos casos, a violência contra a mulher é resultado do machismo dos brasileiros.

Diariamente, a delegacia registra casos de agressões. Apenas neste ano, em Rio Preto, 630 mulheres que temem pela própria vida pediram medidas protetivas para que companheiros ou ex-companheiros não possam se aproximar fisicamente delas.

Segundo a delegada o perfil das vítimas que mais buscam ajuda e fazem boletins de ocorrência contra a violência doméstica em Rio Preto é de classe média.

“A violência contra a mulher não tem status. Ocorre em todas as classes sociais, contudo, as de classe mais elevada ou as mulheres pobres demais, por diferentes razões, deixam de registrar a ocorrência contra seus agressores”, afirma.

Outro problema é que a mulher chega a fazer o B.O., mas não representa contra o autor. Assim, não é possível dar prosseguimento à ação e punir o algoz dentro da lei.

Na opinião do sociólogo Reinidolch Caffagni, de Rio Preto, o machismo é o propulsor da violência contra a mulher. “A história do Brasil é essa. O macho usa da força física para dominar a mulher. Se ele não é capaz de vencer no diálogo, então a fere, a machuca, usa o que considera ser um atributo, a força”, afirma.

Por outro lado, Caffagni considera que a cultura de mulheres serem criadas para constituir família e, ainda, de servir ao homem, reforça o que vem do tempo da colonização. “Ainda quando criança é preciso ensinar que não há diferença entre os gêneros, que homem e mulher são iguais”, diz.

“Não podemos mais aceitar que os filhos sejam criados dentro de uma tradição que impôs que a mulher é inferior. É uma desigualdade grande demais e infundada. A mulher, socialmente, ainda é tão violentada quanto o homossexual”, completa o sociólogo.

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