11 de maio | 2008

Desejo de conhecer orfanato levou até crianças

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O desejo de conhecer a realidade de um orfanato fez com que Dona Maria chegasse até os filhos. Uma amiga comum, que é promotora de justiça, sabia do desejo do casal e de um orfanato localizado numa das cidades próximo da Grande São Paulo, que estava em processo de fechamento e tinha algumas crianças que ficariam sem destino.

Com a vontade de conhecer orfanato e como não tem há lugar idêntico em Olímpia, pediu a essa amiga que ajudasse a chegar lá. O fato é que na lista de candidatos a adoção na tal cidade, cujo nome também será preservado, não apareciam casais para adotar algumas dessas crianças, dentre elas os dois meninos.

Marcaram a viagem para um feriado prolongado de 15 de novembro e foram conhecer o local. Ao chegar logo viu o menino mais novo que logo pulou em seu colo e o mais velho no colo de seu marido. "Falo que é assim, a gente não escolheu ninguém. Nós fomos escolhidos", acrescentou.

Porém, dúvidas não faltavam, como, por exemplo, como seriam as crianças que estariam no orfanato. Além do fato de inicialmente o casal ter procurado por uma criança do sexo feminino. "Dá um pouco de medo", afirma.

"Há muitas crianças mais velhas e que ninguém quer, precisando serem adotadas. Vai passando o tempo, porque tem o processo burocrático, quanto mais elas ficam no abrigo, mais difícil de serem adotadas", acrescenta.

Neste caso, por exemplo, eram dois irmãos e a justiça já tinha consultado todos os casais cadastrados naquela cidade e ninguém se interessou porque eram dois e, eles, apenas com a intenção de adotar uma menina.

"Sempre pensava em menina. Mas ai chegou lá e fomos escolhidos e não senti por nenhuma outra criança, o que senti por eles. Parece que foi aquela coisa de amor à primeira vista. Foi assim mesmo", comemora. Dona Maria lembra que já era o terceiro orfanato que conhecia naquele dia. No mesmo dia conheceu três orfanatos.

Coincidências

Porém, além do casal ter sido escolhido pelas duas crianças, como relata, há outros dados coincidentes que fazem aumentar a certeza pelo acerto da escolha. Dentre eles o fato das iniciais dos nomes das crianças coincidirem, a menor com o nome do hoje seu pai e o mais velho com o nome do hoje avô materno.

No caso deles o tempo para a adoção teve duração menor porque no caso dos dois meninos, todos os papéis exigidos já estavam prontos para que saíssem daquele abrigo com a guarda e, o próprio casal já deixou Olímpia com copia do cadastro feito. "Já fazia mais de seis meses que estávamos na fila quando acabamos adotando eles", afirmou.

Por se tratar de um feriado tiveram que pedir autorização para a juíza para que pudessem fazer as visitas. Por terem gostado das crianças no dia, um sábado, levaram os dois para jantar no hotel onde estavam hospedados.

No dia seguinte voltaram ao abrigo e pediram autorização para a juíza para que as crianças passassem o feriado, na segunda-feira, juntos com o casal. Foi quando ouviram do mais velho: "É verdade que você quer ser a minha mamãe?"

Mas o que acha interessante era o medo que as crianças tinham de perder a mãe e o pai que apareceram a eles naquele dia. Ela conta que pediu ao mais velho que fosse até o abrigo para buscar as coisas que gostariam de levar porque estariam se mudando para um lugar longe. "Ele falou: não vou não, eu vou com vocês. Não quis voltar", diz.

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