14 de julho | 2013

Dados mostram abuso na realização de cesáreas em Olímpia

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Contrariando o que é preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), mas também refletindo o que é praticado na região noroeste do Estado de São Paulo, os dados divulgados recentemente pela Secretaria Municipal de Saúde mostram que há abuso na realização de cirurgias cesáreas no município de Olímpia. No ano de 2012, por exemplo, foram realizadas 719 delas quando o ideal seria apenas 137.

De acordo com o que foi divulgado, em 2012 nasceram 914 crianças no município de Olímpia, sendo que apenas 195, ou seja, aproximadamente 15% se deram através de partos normais, resultado complemente oposto ao recomendado. Por outro lado, considerando dados coletados através de vários sites, inclusive da própria OMS (Organização Mundial de Saúde), chega-se à conclusão de que as cirurgias cesáreas foram aproximadamente 64% acima do que é recomendado pelo órgão.

Mas essa é uma preocupação que vem de muitos anos. Segundo o relatório de uma pesquisa da OMS de 2006, a taxa de cesáreas praticadas por planos e seguros-saúde brasileiros, de 80%, é “absurda” e reflete o quanto o país está distante de oferecer uma assistência de qualidade à mulher.

Segundo foi apurado, a avaliação foi feita pelo médico obstetra Antonio Horacio Toro Ocampo, representante no Brasil da Organização Pan-americana de Saúde (Opas), escritório regional da OMS (Organização Mundial da Saúde).

Problema que a situação se reflete, pois segundo relatório da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), divulgado nesta semana pela Folha de São Paulo, 79,7% dos partos realizados no sistema suplementar são de cesáreas. Na rede pública, o índice é de 27%.

O levantamento inclui algumas microrregiões do noroeste paulista e do Triângulo Mineiro, onde o índice de cesarianas passa de 80% – no país, 54% dos brasileiros, em média, nascem de cesariana.

Enquanto isso, a OMS preconiza que taxas de cesariana acima de 15% indicam “abuso”. Por essa razão, o Ministério da Saúde classifica a situação brasileira como “inaceitável”.

Estudos mostram também que a quantidade de cesáreas é crescente em todo o país por múltiplos fatores. O maior acesso das famílias a serviços de saúde mais complexos é um. Mas nas cidades onde os números destoam da média há outras causas associadas. Onde as cesáreas prevalecem especialistas em saúde afirmam que, muitas vezes, as próprias mães pedem para fazer a cirurgia.

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