13 de setembro | 2009

Conselheiro vê falhas dos pais que têm filhos violentos

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 No entendimento do conselheiro tutelar, Jesus Aniceto Júnior (foto), há falhas na orientação de pais que têm filhos violentos, como os que estiveram envolvidos recentemente em várias ocorrências policiais, que ele classifica como um fator que incentiva as atitudes erradas dos alunos com relação com o que seria a falta de referência familiar. Pelo menos isso é o que se depreende das afirmações que fez à reportagem desta Folha, quando procurado para comentar a violência infanto-juvenil que vem assolando as escolas da rede pública de Olímpia.

“Penso que os pais devem ou deveriam ocupar mais o seu papel e quando o pai não consegue tem que procurar ajuda, mas quando não consegue e não procura ajuda, existe uma omissão. Então, acredito que tais fatos decorram, principalmente daquela pessoa, do pai e da mãe não terem condição de educar os seus filhos”, comentou.Para ele, a falta de um melhor sentido de educação familiar é parte da questão, mas não totalmente, mesmo porque reconhece que há pais que sabem educar os filhos da maneira correta, mas mesmo assim os resultados não aparecem, por exemplo, quando estão na escola.

“O que os filhos fazem nas escolas e que querem é a questão do livre arbítrio. Há muitos que, de repente, foram bem educados e fizeram a escolha errada, preferiram o caminho errado. Então, quero ressalvar que não é questão de culpar os pais, mas digo aos pais que percebem que estão tendo dificuldades para educar os seus filhos através do comportamento dos mesmos, devem procurar ajuda e quando não procuram, aí surge, na minha opinião, o ato muito falho por parte dos pais”, explicou.
Isso ocorre invariavelmente nos casos de filhos super protegidos pelos pais. O que o conselheiro tutelar adverte aos pais, quando pensarem em proteger seus filhos, devem primeiro pensar que eles devem saber enxergar as falhas e erros praticados para evitar repetição e, conseqüentemente, as impunidades.

“Como, por exemplo, esse fato que ocorreu não escola, da faca, o filho cometeu o ato e de repente a família quer proteger o filho, quer encontrar uma justificativa para explicar porque o filho fez aquilo. Na minha opinião é o famoso ‘alisar a cabeça’, quando o pai vê que o filho comete uma coisa errada, principalmente essa questão da faca na escola”, reforça fazendo menção ao fato do menor que invadiu uma escola no Distrito de Baguaçu.

E acrescenta: “São várias testemunhas que viram como tudo aconteceu e os pais querem ‘alisar’ o filho, falando – tadinho do meu filho, ele estava com fome, ele estava bêbado e não sabia o que estava fazendo”.

Nesse caso, para Aniceto Jú­nior, os pais estavam sendo co-par­ticipantes da atitude criminal que o filho praticou: “Os pais devem saber educar seus filhos e às vezes chamar a atenção, puxar a orelha, aplicar o castigo”. Quer dizer, medidas que devem ser adotadas em quaisquer situações.

Por outro lado, isenta o sistema educacional de responsabilidade sobre os atos praticados por alguns adolescentes, porque não são situações comuns, mas raramente vistas. “Conheço alunos que estudam na mesma escola, fazem parte desse mesmo sistema de ensino e não cometem essas atitudes, então, digo que é uma coisa mais pessoal mesmo”, analisa.

Defendendo a redução da maioridades penal para 16 anos, Aniceto reforça que os pais que sentirem dificuldades com os filhos, devem procurar o Conselho Tutelar, o que evitaria casos como o do rapaz que invadiu a escola em Baguaçu e outro em que alunos viam filmes com cenas pornográficas dentro da sala de aulas.

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