Dois comerciantes da cidade de Olímpia, Antônio Carrosselli, conhecido por Tonim Mirim, de 71 anos de idade, e Thania Edneia Berti Bini, de 43 anos, estão acusando o prefeito Luiz Fernando Carneiro de promover perseguição política a ambos, por causa da derrota sofrida por seu candidato, o vice-prefeito José Augusto Zambom Delamanha, Dr. Pituca, na eleição realizada no domingo, dia cinco de outubro.

Carrosselli há 12 anos é proprietário de uma barraca instalada no canteiro central da avenida Dr. Andrade e Silva, esquina com a rua Coronel Francisco Nogueira, a cerca de 100 metros da escola Dr. Antônio Augusto Reis Neves, e Thania Berti Bini há 21 é proprietária da Barraca Espetonete, instalada no canteiro central da avenida Waldemar Lopes Ferraz, esquina com a avenida dos Olimpienses.

De acordo com ambos e também pelo que consta em boletim de ocorrência policial de preservação de direitos, registrada na Polícia Civil, por volta das 18 horas da quarta-feira desta semana, dia oito, o prefeito teria enviado comunicado concedendo prazo de 24 horas para deixarem os locais e, em seguida fiscais e funcionários da prefeitura para derrubar as barracas e apreender as mercadorias.

"Me pegou de surpresa", exclama Carrosselli, reclamando que nunca viu notificação da prefeitura com prazo de 24 horas. "Nunca tinha escutado falar. Eu estou aqui ainda tranqüilo, até sem fazer uma defesa de preservação de meus direitos, porque há 12 anos estou aqui trabalhando honestamente", justificou.

O comerciante diz que apenas implora pelo seu direito de trabalhar: "e por marcação política nada mais mesmo, de quem está no poder, viram e me marcaram. Estava sim do lado oposto, mas não de agora. Sou oposição antes desse pessoal que está no poder entrar no poder. Nunca comunguei com esse sistema de governo".

Ele diz que sempre comungou governos que trabalham ao lado do pobre: "Não da minoria. Estou hoje reivindicando e vou buscar nas autoridades o direito só de trabalhar. Faz muito tempo que não saio da divisa do município. Trabalho com mercadorias hortifrutigranjeiras, produtos que são isentos de ICMS, buscadas a curta distância de pequenos produtores. Venho a 12 anos neste ponto incentivando para eles virarem alguma coisa. Para segurar nosso dinheiro o máximo que possível no nosso município".

Carrosselli conta também que há quatro anos atrás sofreu pressão por causa da eleição: "Na época da campanha passada fui pressionado para sair daqui, pelo mesmo pessoal do mesmo grupo que está ainda está no poder".

Espetonete

Já Thania Berti conta que por várias vezes tentou negociar na prefeitura para legalizar seu negócio, mas que nunca obteve êxito: "Depois da eleição, porque ajudei o Geninho, veio à apreensão da minha barraca e disseram que tinha 24 horas para sair".

Ela citou o nome de Carrosselli que sabe que também tem enfrentado problemas. "Tem vários comerciantes aqui dentro de Olímpia que também estão irregulares e não fizeram nada. Só com nós dois que mostramos a cara para ajudar o Geninho", acrescentou. "Já está na mão do juiz e estamos esperando sair o resultados e estamos confiantes que a justiça será feita", afirmou.

Assim como no caso de Carrosselli, também com Thania foram os amigos e clientes que interferiram para que a barraca não fosse derrubada: "Nossos amigos que foram muito solidários com a gente e entraram na frente da barraca não deixando e qualquer ameaça que eles fizerem de tentar tirar virá muita gente para ajudar, porque nós temos bastante amigos e então a gente vai aguardar a decisão da juíza".

Por outro lado, no boletim de ocorrência, cuja cópia chegou até a redação desta Folha, consta a seguinte declaração de Thania: "está convicta que sofreu perseguição política por parte do Dr. Pituca, pois "Dagmar", emissária desse candidato, tentou coopta-la para trabalhar durante a campanha eleitoral".