27 de julho | 2008
Cerca de 50% dos eleitores só têm primeiro grau incompleto
Dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) tabulados nesta semana pela reportagem desta Folha revelam que cinco a cada 10 eleitores do município de Olímpia têm grau de escolaridade somente até o 1.º grau incompleto. Porém, cerca de 12% desta parcela do colégio eleitoral são de analfabetos ou que nunca freqüentaram uma sala de aula, mas que saber ler e escrever, ou seja, os chamados analfabetos funcionais.
De acordo com a informação extraída do portal do TSE na Internet, 18.039 eleitores de Olímpia têm apenas até o 1.º grau incompleto, o que representa cerca de 49,9% do colégio eleitoral. Mas se a esse total forem adicionados os que têm até o 2.º grau incompleto, o total chega a 28.353 eleitores, ou seja, cerca de 78,4% do colégio eleitoral local, que tem 36.145 pessoas em condições de votar.
Já os analfabetos e os que nunca freqüentaram uma sala de aulas, mas sabem ler e escrever, totalizam 4.381 eleitores. Na outra ponta, verifica-se uma situação que também pode ser preocupante. Apenas cerca de 6,2% dos eleitores, ou seja, o total de 2.259 têm ensino superior, seja completo ou incompleto.
Especificamente o município tem 1.424 eleitores analfabetos (4%); 2.957 que nunca freqüentaram escola, mas declararam que sabem ler e escrever (8%); 13.658 com o 1.º grau incompleto (37,7%); e 2.884 que completaram o 1.º grau (7,9%).
Outros 7.430 declaram ter o 2.º grau incompleto (21%) e 5.535 que concluíram o ensino médio (15,3%). O município tem ainda outros 850 que declararam ter ensino superior incompleto (2,3%) e 1.409 que completaram seus cursos em uma faculdade (3,8%).
REGIÃO
O município de Olímpia, porém, numa comparação com seus vizinhos de comarca, é o que apresenta, em termos percentuais, um contingente menor de eleitores que têm até o 2.º grau incompleto.
Mas em relação ao contingente que freqüenta ou freqüentou um curso universitário e ainda aos analfabetos ou aos que nunca freqüentaram uma escola, mas que declararam que pelo menos sabem ler e escrever, mostra uma condição melhor em relação aos vizinhos.
No município de Altair, por exemplo, cerca de 88% têm o 2.º grau incompleto; cerca de 2,3% têm ensino superior completo ou incompleto; e 22,3% são analfabetos ou nunca passaram por uma escola, mas sabem ler e escrever.
Em Cajobi, ter o 2.º grau incompleto foi declarado por cerca de 86% dos eleitores; cerca de 3,6% passaram por uma faculdade, seja por completo ou não; e 12,5%, que ficou próximo da situação de Olímpia, declararam serem analfabetos ou que pelo menos sabem ler e escrever.
Em Embaúba, cerca de 88% têm apenas até o 2.º grau incompleto; apenas 2,6% tem curso superior completo ou incompleto; e no caso dos analfabetos ou que apenas saber ler e escrever foram as condições declaradas por 10,9% dos eleitores, sendo o único município que apresenta, neste caso, situação melhor que a de Olímpia.
Para Guaraci a informação não é muito diferente no caso dos que têm até o 2.º grau incompleto, situação declarada por cerca de 84% dos eleitores; outros 5,2% informaram ter curso superior completou ou não; e aproximadamente 13,2% que eram analfabetos ou que apenas sabiam ler e escrever sem ter passado um único dia numa escola.
Já em Severínia são cerca de 88% os que têm até o 2.º grau incompleto; 3% os que passaram por uma faculdade completando o curso ou não; e 20% aqueles que disseram serem analfabetos ou que apenas sabiam ler e escrever;
VOTO CONSERVADOR
No entendimento do cientista político da Universidade de Brasília (UnB), Ricardo Caldas, o voto do eleitor com baixo ou nenhum grau de escolaridade é mais conservador, porque ele não apóia o que não conhece.
Segundo ele, a ideologia tem um peso menor para esse segmento do eleitorado. "Ele [eleitor com esse perfil] tende a se identificar menos com idéias do que com pessoas", afirmou à Folha de São Paulo na semana passada.
No entanto, é preciso também ressaltar que esses dados são fornecidos pelos próprios eleitores no momento em que requerem o título e que as informações somente são atualizadas quando ocorre uma revisão do cadastro ou se o eleitor procurar o cartório eleitoral para fazer uma atualização.
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