07 de dezembro | 2015

Bebê com microcefalia nasceu com crânio de 28 centímetros

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O bebê que nasceu com microcefalia na tarde da sexta-feira, dia 4, na Santa Casa de Olímpia, tem a cabeça medindo 28 centímetros de circunferência. Segundo protocolo da Organização Mundial de Saúde (OMS), são considerados como microcéfalos os bebês que tenham perímetro cefálico igual ou inferior a 32 centímetros. No entanto, o bebê, que é do sexo masculino, passa bem.

Logo após o nascimento, a médica que fez o parto da criança por cesárea, Aline Teixeira, entrou em contato com o diretor clínico da Santa Casa, Nilton Martinez. O nascimento de uma criança com microcefalia causou preocupação em médicos e gestores de saúde.
 

A microcefalia é uma doença sem cura em que a cabeça e o cérebro das crianças são menores que o normal, influenciando o seu desenvolvimento mental. O Ministério da Saúde confirmou a ligação da doença com o vírus zika, que é transmitido pelo aedes-aegypti.
 

No entanto, no caso de Olímpia, os médicos ainda não sabem se a microcefalia tem relação com o zika vírus. A mulher ainda passaria por exames para saber se chegou a contrair a doença. Segundo a Santa Casa de Olímpia, a microcefalia foi notada somente durante a cesariana.

A mãe da criança era moradora do município de Ribeirão, que fica a 90 km de Recife, capital do Pernambuco. Ela mudou para Olímpia para acompanhar o marido, que já estava na cidade desde o início do ano. Durante os últimos meses da gestação, a mãe fez pré-natal na rede pública, mas os exames não tinham detectado a microcefalia.

Na conversa com os médicos, a mãe diz que não teve os sintomas de zika, que são febre, dores de cabeça e nas articulações. Para certificar, os médicos colheram sangue da mulher e enviaram para o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo.

A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo afirma que não há casos de microcefalia associados ao zika vírus no Estado, mas que irá acompanhar o caso de Olímpia.

Definição de microcefalia muda regra

O governo federal mudou os critérios para a definição de casos de microcefalia. A decisão, que começou a valer nesta quinta-feira em Pernambuco e nos próximos dias deverá ser estendida para todo o território nacional, reduz de 33 para 32 centímetros o perímetro cefálico do bebê considerado portador da má-formação.

Na prática, menos pacientes serão considerados como casos "suspeitos". "Estávamos até agora pecando pelo excesso. Adotávamos uma marca mais rígida do que a Organização Mundial de Saúde (OMS), que há anos considera microcefalia apenas bebês com perímetro cefálico igual ou inferior a 32 centímetros", afirmou a secretária executiva de Vigilância em Saúde de Pernambuco, Luciana Albuquerque.

O Estado lidera as estatísticas de notificação de casos da microcefalia, cuja relação com o zika vírus já foi confirmada. Até a semana passada, eram 646 casos e 1.248 no País. Com a nova regra, 435 dos 646 casos de Pernambuco são descartados.

Já a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo informa que, no início deste ano, foram confirmados apenas dois casos autóctones (com transmissão local) do vírus Zika no Estado de São Paulo, especificamente nos Departamentos Regionais de Saúde (DRS) de Campinas e São José do Rio Preto (SP), porém os pacientes já foram curados e o vírus não circula dentro do Estado.

Anualmente, segundo a Secretaria, o Estado registra cerca de 40 casos de microcefalia, sem relação com o vírus Zika. "Não há surto de microcefalia em São Paulo, no momento. Havendo qualquer suspeita ou aumento inesperado de casos, a Secretaria irá notificar imediatamente o Ministério da Saúde e comunicar a população", informa a nota.

A mãe, que tem 20 anos de idade, e já teve u­ma criança quando tinha 17, pode ter contraído a chamada Febre Zica em seu Estado de origem, ou seja, foi in­fec­­ta­da pelo Zica Vírus, do­ença que é transmitida pelo mosquito aedes-ae­gy­pti, o mesmo que é responsável pela transmissão da dengue e também da Febre Chikun­gunya.

De acordo com Nilton Martinez, a paciente veio da cidade de Ribeirão (cerca de 90 quilômetros de Recife), no Estado de Per­nam­­bu­co, já no quinto mês de gra­videz.

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