22 de maio | 2011

Aposentada pode ter sido a 1.ª vítima do caos na Sta Casa

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A aposentada Arlinda Antônia da Silva, que faleceu no dia 24 de abril próximo passado, com 84 anos de idade, pode ter sido a primeira vítima fatal do caos que impera na Santa Casa de Olímpia. Seu caso, embora a família tivesse optado pelo silêncio e não levado às consequência legais, está citado na representação formalizada ao procurador geral do Estado de São Paulo, Fernando Grella Vieira, pelo artista plástico Willian Antônio Zanolli, na quinta-feira desta semana.

Dona Arlinda não suportou e acabou falecendo mesmo pagando para ser atendida pelo médico e tendo convênio com a UNIMED para ser internada no hospital.


Segundo declarações de seus familiares, ela começou a ter problemas de respiração numa sexta-feira e na madrugada do dia anterior à sua morte, um sábado, foi levada até o pronto-socorro da Santa Casa local, onde foi atendida por um médico chamado Alan (que informações posteriores, davam conta de que naquela madrugada estaria cuidando do plantão e da UTI, ao mesmo tempo), que diagnosticou como tendo início de pneumonia.


A paciente foi medicada, passou por inalação e, como melhorou, embora o médico tivesse dito que estaria com água no pulmão, foi mandada de volta para casa para que no outro dia procurasse um especialista da área.


Na representação, Zanolli cita que “qualquer profissional da área consideraria tal diagnóstico como infantil ou mesmo como vindo de um profissional sem qualquer experiência, pois o correto seria isquemia pulmonar”.


“E, principalmente pela idade da paciente, 84 anos, jamais poder-se-ia permitir que ela deixasse o hospital, ou mesmo orientasse para retornar à sua casa e procurar médico no dia posterior”, acrescentou.


Em um dos parágrafos, Zanolli aponta: “A não ser que não tivesse como manter a paciente no hospital, por não poder internar e precisar da presença de um plantonista de especialidade (plantão à distância) que, sabe-se, não vem sendo realizado por falta de pagamento aos médicos pertencentes ao corpo clínico do hospital, que, aliás, ao que se informa, nem diretor clínico ou técnico teria”.


DEPOIS DE PAGAR MÉDICO


No sábado pela manhã, a família levou a paciente ao médico que a internou e constatou que estava com insuficiência cardíaca, provocada por uma isquemia pulmonar que teria sido tratada e medicada no dia anterior com inalação, pois o diagnóstico seria de pneumonia e não de nada relacionado ao sistema circulatório.


Embora a família não tivesse divulgado nada a respeito, nem feito Boletim de Ocorrência Policial para registrar o caso, a notícia correu na cidade e é comentada até hoje como a primeira morte que se teve notícia na fase caótica que atravessa o hospital.

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