ROTATIVIDADE OU RESTRIÇÃO?
Desafios da reimplantação da Zona Azul em Olímpia sob perspectiva de um usuário. Davi de Paula, advogado e usuário da Zona Azul, aponta benefícios e áreas para melhoria no sistema de estacionamento da cidade.

Desde a reativação da Zona Azul em Olímpia, administrada pela Olipark por um contrato de dez anos, o sistema tem gerado debates sobre sua eficácia e impacto na vida dos cidadãos e no comércio local. Davi de Paula, um advogado atuante na cidade, aponta em entrevista uma perspectiva que equilibra reconhecimento dos benefícios do sistema com críticas construtivas.

“Melhora bastante. A Zona Azul é importante para que haja oxigenação do trânsito”, ele afirma, ecoando a promessa feita pelo prefeito de revitalizar o fluxo veicular no centro. Contudo, Davi ressalta que, apesar dos avanços, existem áreas críticas que necessitam de atenção e ajustes para que o sistema atenda adequadamente às necessidades da população.

FALTA SINALIZAÇÃO ADEQUADA

Davi discorre sobre a experiência de uso do aplicativo da Zona Azul, mencionando que não enfrentou problemas diretos com multas, mas destaca a falta de sinalização adequada em certas áreas como um ponto de tensão.

“Fui interpelado e advertido pela agente da Zona Azul e me recusei a pagar ante a ausência de sinalização”, compartilha, ilustrando os desafios enfrentados por usuários que se deparam com a implementação parcial do sistema.

A respeito da tolerância mínima antes da aplicação de multas, Davi apresenta uma visão que valoriza a responsabilidade individual e a programação prévia por parte dos usuários.

TOLERÂNCIA MÍNIMA É NECESSÁRIA

“A tolerância mínima ela é desnecessária uma vez que o cidadão que sai com o seu veículo sabendo para onde vai, ele deve se programar”, argumenta, enfatizando que as vagas de estacionamento devem servir à coletividade e não a interesses individuais.

Quando questionado sobre a concessão de dez anos para a empresa terceirizada, Davi adota uma posição pragmática, focando mais na operacionalização efetiva do sistema e na importância de mecanismos de feedback e fiscalização do que na duração do contrato. “Eu sei que tem que funcionar, tem que ter fiscalização, e tem que ter a voz do povo”, ele declara, sugerindo que a qualidade do serviço e a satisfação dos usuários devem ser as verdadeiras medidas de sucesso da Zona Azul.

TARIFAS PARA PERÍODOS MAIS CURTOS

Sobre a inclusão de estacionamento em frente à Santa Casa dentro do perímetro da Zona Azul, Davi mantém sua lógica de coletividade, argumentando que a rotatividade e a disponibilidade de vagas são essenciais mesmo em áreas críticas como hospitais. Ele propõe uma reflexão sobre as necessidades mais amplas da comunidade em detrimento de conveniências individuais, mesmo em circunstâncias excepcionais.

Finalmente, Davi oferece sugestões para aprimorar a experiência dos usuários da Zona Azul, incluindo a implementação de pagamentos mais flexíveis via PIX, a introdução de tarifas por períodos mais curtos, e uma fiscalização mais rigorosa para garantir a aderência às regras do sistema. Estas recomendações visam tornar o sistema de estacionamento rotativo mais justo, acessível e alinhado às necessidades reais dos cidadãos de Olímpia.