17 de julho | 2016

Sem Participação de Todos Não Existe Política

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“A política tem por objetivo principal
a realização plena dos direitos das pessoas
e, por isso, da cidadania”.

 


Ivo de Souza
Política e Cidadania têm em sua raiz referência a um local: a cidade, a pólis, cujo modelo foi Atenas, cidade da Grécia antiga, quando a participação  dos homens nos espaços públicos fez a democracia ateniense vicejar de forma vigorosa.

Lá, em Atenas, era comum os cidadãos se reunirem em praça pública – a Ágora, deixando a sua casa, espaço estritamente particular, para alcançar uma dimensão maior: o espaço público, onde todos tinham os mesmos direitos, eram todos iguais e podiam expressar livremente suas ideias por meio do diálogo e de ações.  Passa a haver uma oposição clara entre público e privado.

Na Idade Média, o sentido que os gregos davam ao espaço em que podiam, exercer integralmente sua “personalidade e individualidade, ou seja, “participar da vida pública (da política) era, na verdade, o que os tornava, humanos”.

A esfera pública era tão importante, imprescindível para os gregos, que os povos estrangeiros eram chamados (pelos gregos e pelos romanos) de “bárbaros”. Por não possuírem nada que se parecesse com a Ágora (nome dado à praça pública); segundo os gregos, principalmente na visão dos atenienses, mais se assemelhavam a animais do que propriamente a homens (“seres humanos”).

Nas sociedades modernas, não existe semelhança alguma com a estrutura livre e democrática da Ágora dos atenienses.

Hoje, infelizmente, a apatia e a rejeição tomaram conta das pessoas, as quais estão descrentes dos políticos, que, atualmente, gozam de total descrédito. E todos sabemos quais os motivos, quais as razões de tal descrédito.

As pessoas vivem à parte, totalmente distanciadas da (res)pública, sem espaço para a discussão, o diálogo, enfim, para o exercício pleno da cidadania – que não é e não deve ser mais uma simples palavrinha dos modismos linguísticos, que, volta e meia, contaminam alguns aspectos da “Última Flor do Lácio”…

O mundo evoluiu (ou involuiu?), muitas mudanças ocorreram: nos conceitos, as relações sociais são outras e, principalmente, o sentido primeiro que tinha a democracia também se deteriorou, hoje, a democracia apresenta outras características.

A Ágora dos gregos (atenienses) pouco ou nada tem a ver com as sociedades contemporâneas (e vice-versa), no se que se refere à organização social e política – o público e o privado, porém,  ainda convivem na vida das pessoas.

Nos tempos modernos e pós-modernos, porém, herdamos valores que são contrários aos valores debatidos e consolidados na Ágora, são tomados, como prioritários, o consumismo, o contínuo acúmulo de riquezas, enfim, a valorização extremada de bens e valores materiais, os quais podem conduzir os menos incautos à prática da corrupção, pois quanto mais têm, mais querem ter.

Votar em x ou y é realizar uma escolha. No contexto social em que atuamos, estamos constantemente desenvolvendo ações, as quais serão a nossa, pequena que seja, contribuição para aprimorar a política e a democracia. E os próprios políticos.

O homem é um ser político por natureza, assim como é um ser social (só vive em sociedade) – as ações de sua participação política, notadamente em espaços públicos, “como numa Câmara de Vereadores, ou frequentando uma escola (assistindo às aulas e participando delas, é claro), ou até num estádio onde se praticam esportes (uma partida de futebol, por que não?), individual ou coletivamente (em grupo), o homem está, querendo ou não, sempre participando politicamente.

Adaptação de textos publicados no “Curso de Iniciação Política” , da Fundação Mário Covas.

 
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