18 de novembro | 2018

O que mudou vai continuar mudando … mas pode ser para muito, muito pior

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NESTE MESMO …

… espaço já foi comentado, escrito e reescrito, que de nada adianta mudar quem está no poder se não for mudada a ideologia que escraviza e marginaliza a grande maioria da população para sustentar o consumo e as benesses de apenas 20% compostos por uma elite financeira e uma classe média preconceituosa que acredita que todo pobre é vagabundo ou candidato a bandido.

SE ESQUECE …

… que estes são frutos da má distribuição de renda e da igualdade de oportunidades, que faz com que fiquemos entre os países em que a desigualdade beira as raias da desumanidade.

POR PIOR E, …

… por mais corrupto que fossem os governos do PT (e todos, de todos os partidos, denotam ter sido, mas poucos punidos), neles, a ideologia ou o sistema econômico, embora ainda tendo co­mo base o liberalismo, se tentava cor­­rigir algumas discrepâncias e se notava a preocupação com o aumento da misera­bilida­de.

TEMER E …

… os asseclas do PSDB de Aécio, tomaram à força o governo e em dois anos nada mais fizeram do que mudar a teoria. Deixaram de lado os 80% de miseráveis e pactuaram com os 20% que querem manter a grande massa imbe­ci­liza­da, sem condições de com­petir com seus filhos, co­mo estava acontecendo nos governos passados. É o preconceito de classe, u­nido ao de gênero e ao de raça.

O GÁS DE COZINHA …

… já beira os R$ 100, a gasolina já já passa dos R$ 5, o álcool já custa em alguns lugares mais de R$ 3, acabaram-se as filas nos aeroportos, não se vê mais um monte de pobre trocando geladeira e comprando TVs gigantes; reduziram os direitos dos trabalhadores, o Bolsa Família, o Fies, e os outros programas sociais ligados à educação já não funcionam nem cumprem o seu papel como antigamente; etc.

E A NOTÍCIA …

… de destaque que é preciso passar para os nobres leitores é que a tendência é piorar mais ainda. Muitos podem sentir saudades do Temeroso.

PELO ANDAR …

… da carruagem e pelos anúncios que estão sendo feitos pelo novo governo, a tendência, pela lógica de parte daqueles que militam na área das ciências sociais, é de que ainda vai piorar muito mais.

É QUE …

… a maioria acredita que do liberalismo temeroso, o Brasil passará para um neoliberalismo selvagem, que já mostrou não dar certo em nenhuma parte do mundo. Ou seja, o que se fala é em abertura total do mercado e a intervenção menor possível do Estado, deixando mais de 150 milhões de desca­mi­sa­dos a ver navios.

O GRANDE, …

… projeto para a previdência, por exemplo, pas­­­­sa pela criação da chamada capitalização, ou seja, o sujeito vai depositar a sua aposentadoria e, ao final, receberá parte do que depositou em parcelas. Claro, gerando lucros para alguém.

A SAÚDE, …

… não se enganem, deverá começar a capengar ainda mais para ser dissolvida e criada outra que a­tenda aos interesses dos grupos de medicina que, se não for feito nada, também assumirão e, com certeza, copiarão o sistema americano onde não existe saúde estatal, só a privada.

A ÚNICA …

… diferença é que lá um lixeiro ganha quase US$ 2 mil, mais de R$ 7 mil por mês, quantia que muito a­dvogado, professor, e outros profissionais liberais brasileiros nem chegam perto.

E O ESTADO …

… de deterioração da sa­úde pública tem como pro­va o fato de o novo governo mesmo sem assumir, apenas com as suas declarações intempes­ti­vas, já estar provocando situações que a empurram para o fundo.

O BLÁ BLÁ BLÁ …

… do novo presidente fez, esta semana, com que o governo Cubano anunciasse o fim da vinda de se­us médicos para trabalhar no Brasil, no programa cha­­mado “Mais Médicos”. São milhares de profissionais que fazem o serviço que os brasileiros não querem e nem são formados para isso (são raras as especializações na área de família).

NO CASO DE …

… Olímpia, por exemplo, onde a Saúde, embora esteja melhor do que a maioria dos Estados do norte e nordeste está à be­ira do caos, cinco destes profissionais vindos da i­lha de Fidel, realizam um trabalho irretocável e trabalham oito horas por dia e chegam até a visitar pacientes em suas casas.

SE COM ELES …

… estaria no fundo do poço, sem eles, com certeza, deverá ficar sem o po­ço.

MAS A PERSPECTIVA …

… não para por aí. Os representantes das grandes empresas e do capital que chegaram ao poder querem privatizar tudo literalmente, inclusive dando po­der de ter a maioria do controle acionário. E nesta situação entram os poços de petróleo, as refinarias, as geradoras e distribuidoras de energia, a educação, a saúde e o escambau.

AÍ VOCÊS VÃO VER …

… o que é bom para a tos­se. Não dá para acreditar que o sistema onde a elite financeira e o grande capital é o total beneficiado, vá conseguir resolver o nosso mais grave problema que é a distribuição de renda. Só pra se ter ideia, tem quem calcule que a­pro­ximadamente 90% do que é produzido no Brasil, sejam distribuídos entre os 20% que compõem as nossas classe média e a elite financeira (1%); e os restantes 10% sejam rateados pelos 80% de esfomeados, semialfabe­tiza­dos, robotizados e alienados trabalhadores, vagabundos, drogados, prostituídos, enfim, marginalizados que os primeiros não querem assumir.

E A NOTÍCIA …

… pior ainda é que o mer­cado de trabalho passa por uma revolução tec­nológica, que deverá ficar mais escancarada nos próximos anos e que já conseguiu só em Olímpia fazer com que quase 6 mil famílias viva abaixo da linha da pobreza (com no máximo R$ 3 por dia, cada um). I­maginem nos Estados mais pobres o que está acontecendo?

ESTE COLUNISTA …

… vem berrando sobre este tema já há alguns a­nos. Mas, só agora, parece que o pessoal está se tocando. Pois, com a mecanização no campo, foram extirpados milhares de postos de trabalho e a ca­da mês que passa outros milhares continuam a deixar de existir. Só assim pa­ra os estudiosos da área começar a estudar o fato social.

CLARO …

… que outros empregos ou trabalhos surgirão, mas serão em forma de realização de serviços específicos e projetos. E, por pessoas que detenham o conhecimento ou capacidades de tomar decisões, que os computadores são incapazes de viabilizar.

E AÍ? …

… Como incluir aproximadamente 160 milhões de seres que foram educados para servir em linha de produção, verdadeiros robôs, sem capacidade de decisão por falta de domínio da língua e por não ter sido ensinado a ser reflexivo e crítico?

AS PERSPECTIVAS …

… são inimagináveis, ou trágicas. E o pior é que os exemplos de países que conseguiram a chamada inclusão vão em direção totalmente inversa às que estão sendo propostas pe­lo governo eleito.

O CHAMADO …

… Estado de Bem Estar Social, ou de Justiça Social, não foi alcançado em vários países pelo estabelecimento de sistemas ditatoriais de direita ou socialistas (comunismo é utopia e nunca e­xistiu em lugar nenhum). Nestes, o que se viu, de formas diferentes e através de sistemas diferentes, foi a busca da chamada igualdade ver­dadeira, e que mantém o direito a propriedade e ao em­pre­endedorismo e até a divisão de classes, mas promove a distribuição da renda através da igualdade de oportunidades.

EM VÁRIOS …

… destes países, além de o Estado manter os serviços considerados estratégicos sob seu domínio, também cuida principalmente da Educação, para que ela seja a mesma para todos e que o filho do lixeiro tenha as mesmas condições, por exemplo, para fazer medicina (o curso mais caro atualmente) do que o filho do grande empresário ou banqueiro.

ELEMENTAR …

… meu caro Watson­Lei­tor, se o nascido na favela tiver direito a um barato melhor que a droga que é instigado a usar, ou mesmo melhor e mais digna que a droga de vida que leva e que dure toda a su­a existência, como ter u­ma profissão que lhe dê sus­ten­tabilidade no mundo regido pelo Deus Mercado, claro que não precisará furtar, roubar ou traficar.

MAS A GRANDE …

… tristeza é que em todos estes países a opção pela inclusão através da educação leva pelo menos uns 20 anos para chegar a ter resultados plenos e também necessita de um Estado que tenha condições de planejar seu desenvolvimento aproveitando o seu potencial humano.

MAS, …

… até para se ter governos de excelência é preciso esperar que a educação de qualidade consiga subverter a moral, exaltar a ética e construir uma cultura me­nos individualista, cons­truindo um Estado que represente uma população que acredite nele e no sistema que utiliza.

José Salamargo – chegando ao final desta reflexão preferindo não ter refletido, não ter assistido esta verdadeira dança de letrinhas, pois a con­clusão é a de que u­ma possível reviravolta social só se dará quando se optar pela igualdade real e esta, ainda demoraria mais de 20 anos para ser imple­men­tada. Pior ainda, ao tentar enxergar quanto tempo e quantas experiências danosas ainda teremos que viver, até que alguém ou que alguns iluminados resolvam fazer a opção mais correta, a conclusão é uma só: a maioria de nós não sobreviverá para ver.

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