23 de setembro | 2023

Nomeação de Alessandra Bueno mostrou, para alguns,que a política é suja e sórdida

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“Agora, talvez, o caso dela é sempre para talvez, Alessandra Bueno consiga compreender por que os comissionados têm mais regalias que aqueles que prestaram concurso na Prefeitura”.

 

Do Conselho Editorial

A recente nomeação de ex-vereadora cassada Alessandra Bueno para o exercício de um cargo em comissão repercutiu muito negativamente nas redes sociais.

Evidente que a ex-vereadora cassada merece trabalhar, se sustentar dignamente e não pode ser excluída de nenhum processo em razão de questões personalíssimas.

Tanto assim é que a mesma vinha desempenhando função no Ginásio de Esportes, pelo que se sabe, atravésde empresa terceirizada contratada pelo município.

O que surpreendeu na recente nomeação de Alessandra Bueno para o exercício do cargo em comissão são questões de ordem moral e ética colocadas a luz do dia de forma muito cínica e despudorada.

Se havia, por parte dos formadores de opinião, um quase consenso em torno da honestidade política do prefeito Fernando Cunha, com esta ação despudorada, esta noção de incorruptível se esgarçou.

Evidente para alguns que a nomeação, em síntese, foi provocada pela inserção que a ex-vereadora cassada tem nas redes sociais, número de seguidores e capacidade de provocar conflitos através de polêmicas que no jargão popular são consideradas “barracos”.

Outra questão que apontam como necessária ao governo de Cunha para nomeação de Alessandra seria a hipótese de rompimento com o vereador Hélio Lisse que endossou a nomeação de Bueno.

Por este entendimento, sem o vereador Lisse em sua base o prefeito não comporia maioria e muitos dos projetos que tem a intenção de implantar na cidade seriam rejeitados na Câmara Municipal.

Se o prefeito negasse a indicação de Alessandra, Hélio retornaria a Câmara e se posicionaria na condição de oposição e o Executivo perderia um voto importante.

E ai que mora a contradição.

É do conhecimento de todos que a cassação de Alessandra Bueno contou com o apoio do prefeito Fernando Cunha e que sem este apoio a mesma não teria sido cassada. Alguns falam que a ordem de cassação partiu do gabinete praça.

Uma das provas contundentes deste apoio foram os pedidos de demissão dos cargos de secretários dos vereadores Hélio Lisse e Sargento Tarcísio que se posicionavam contra a cassação de Bueno e pretendiam voltar a Câmara e votar contra a cassação.

Como bem se pode observar,Tarcísio e Lisse, rebeldes de ocasião, há algum tempo retornaram ao cargo amado e desejado desde sempre, só faltava a volta de Bueno para concluir a ópera bufa patrocinada por Cunha e seus seguidores.

A nomeação pegou bastante mal nas redes sociais e forneceu material robusto para a oposição que precisava de algo que manchasse a reputação do atual prefeito e desgastasse, por tabela, a candidatura que defende.

Grande parte da população interpretou a nomeação de Alessandra Bueno, alguém que já foi bastante critica e excessivamente bajuladora do prefeito, como um cala boca, como a compra de alguém que incomoda.

Esta compra, se compra foi, pelo menos é o que parece ser, coloca a ex-vereadora na condição de mercadoria negociável, o vereador Hélio Lisse de negociador da ausência de consciência coletiva e Fernando Cunha, um político que compra adversários com dinheiro público.

Ficaram desgastados a ex-vereadora cassada, já que a nomeação deixa bastante claro que sua luta é pelo fortalecimento das suas finanças, pelo salário, pela grana, e não pela população como pretendia convencer.

O vereador Hélio Lisse, que para fortalecer uma possível candidatura futura, se escora na pretensa popularidade da ex-vereadora cassada e paga esta futura cabo eleitoral com dinheiro público.

O prefeito Cunha que até então vendia a ideia de ser intransigente contra mal feitos na administração pública, com um discurso, agora falsamente moralista, de combate as mazelas deixadas por ex-governantes na área da corrupção de costumes, se joga de cabeça e consegue provar em ato assinado por si, que não se diferencia em nada dos que criticava.

Agora, talvez, o caso dela é sempre para talvez, Alessandra Bueno consiga compreender por que os comissionados têm mais regalias que aqueles que prestaram concurso na Prefeitura.

Isto tudo remete a história da diferença entre uma lata de fezes e o político brasileiro em que a resposta é a lata.

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