02 de novembro | 2015

Readequação na Educação atingirá cinco escolas, dezenas de professores e 1200 alunos de Olímpia

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Confirmando a reestru­tura­ção divulgada anteriormente, a Secretaria Estadual de Educação divulgou na quarta-feira, dia 28, a relação de 30 escolas de região, dentre elas cinco de Olímpia, que passarão a atender em ciclo único a partir do próximo ano letivo. Essa readequação mexerá com quase 1,2 mil alunos da rede estadual de ensino da cidade e dezenas de professores.

Com a medida, as escolas Dr. Antônio Augusto Reis Neves e Maria Ubaldina de Barros Furquim, passarão a atender apenas alunos do Ensino Médio. Já as escolas Professora Alzira Tonelli Zaccarelli, Dona Anita Costa e Dr. Wilquem Manoel Neves, atenderão alunos do anos finais do Ensino Fundamental, ou seja, do 6.º ao 9.º anos.

Para ajudar na readequação das escolas, a Secretaria de Educação está recadastrando os alunos que já estão na rede, para garantir que as crianças e adolescentes estudem próximas as suas residências.

No endereço www.atualize seusdados.e ducacao.sp.gov.br pais e estudantes poderão conferir as informações e quando for necessário fazer as alterações.

As unidades de Olímpia fazem parte das 754 escolas que vão ser de ciclo único no Estado. A alteração faz parte de um processo de readequação do ensino estadual.

A Secretaria de Educação revelou ainda as 94 escolas estaduais que terão seus prédios “disponibilizados” para outras atividades, mas nenhuma delas é de Olímpia e mesmo da região. Na prática, são escolas que serão fechadas e usadas com outras finalidades na área da educação.

Com essas mudanças, 340 mil alunos serão transferidos de escola no ano que vem. Em Olímpia, a reorganização do sistema da rede estadual de ensino vai mexer com a vida de aproximadamente 1,2 mil alunos a partir do próximo ano letivo.

Embora os números ainda não sejam definitivos a alteração poderá mexer com a vida de 1.190 alunos aproximadamente, ou seja, cerca de 590 do ensino médio e de 600 do segundo ciclo do ensino fundamental, que terão que migrar de uma escola para outra.

Consta que em relação ao ensino médio 420 alunos sa­em das escolas Professora Alzira Tonelli Zaccarelli, Dona Anita Costa e Dr. Wilquem Manoel Neves. Outros 170 saem das escolas Dr. Antônio Augusto Reis Neves e da Professora Maria Ubaldina de Barros Furquim. Já em relação ao ensino fundamental 600 alunos deixam as Escolas Reis Neves e Maria Ubaldina de Barros Furquim.

Outras escolas como a Dalva Vieira Ittavo, nas Co­ha­bs I e II, que oferece aulas em período integral, continuará a ter o segundo ciclo do ensino Fundamental e o Ensino Médio, assim como as escolas dos distritos, Eloi Lopes Ferraz em Baguaçu e a Comendador Francisco Ber­nardes Ferreira em Ribe­i­ro dos Santos.

Quanto aos professores, embora a secretaria não tenha divulgado números, estima-se que em torno de 40 professores terão que mudar suas sedes de uma escola para outra.

Em Olímpia, embora não tenha havido nenhuma manifestação contrária, nem de professores, nem de pais e nem de alunos, ao que se comenta, alguns professores e pais de alunos estariam preocupados.

Os alunos de regiões mais afastadas das duas escolas que ficarão encarregadas do Ensino Médios é que estão esperando ter os maiores problemas, não tanto pelo aumento das distâncias que, em nenhum caso, de escola para escola, supera um quilômetro, mas em razão do transporte que ficará mais difícil e, principalmente, nos casos onde irmãos frequentam ciclos diferentes.

Segundo o sindicato dos professores, esta “reorganização” provocará um “efeito cascata”, ou seja, a reestruturação de uma escola repercutirá nas demais escolas da região, com a superlotação de salas de aula, alteração na vida do professor e até mesmo demissões.

Os professores transferidos de escolas fechadas ou reorganizadas para outras unidades disputarão as aulas com os professores da nova escola, deslocando aqueles com menor pontuação. Além disso, professores efetivos que não encontrarem aulas na nova unidade poderão ser transferidos para escolas mais distantes ou ficarem adidos, ou seja, “encostados”; os professores estáveis (categoria F) também serão muito afetados, pois poderão ficar com “horas de permanência” (ou seja, sem aulas atribuídas). Para se ter uma ideia, se um professor PEB II, que tem jornada de 40 horas, cujo piso é de R$ 2.415,89, ficar adido, se efetivo, ou com “horas de permanência”, se estáveis (categoria F), receberão piso de R$ 724,71. Para o PEB I, o piso de 30 horas é de R$1.565,00; de 12 horas, R$ 622,00. Ou seja, os professores nesta situação receberão menos que o salário-mínimo em vigor. Sem contar o professor da categoria O, que poderá ficar desempregado.

Ainda para a APEOESP – a reorganização vai atingir resultado contrário ao esperado pela Secretaria de Educação e um dos problemas deverá ser o risco de se apequenar a profissão de professor depois das mudanças no próximo ano letivo. Segundo sua presidente, Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, “Os professores não serão demitidos, mas muitos vão ganhar bem menos e não dará nem para sobreviver”, reclamou. “Com essas medidas sendo tomadas, a profissão vai voltar a ser uma espécie de ‘bico’ contra o qual tanto lutamos há anos.”

 

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