28 de dezembro | 2014

Natal das crianças, Natal do Menino Jesus

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Do Conselho Editorial

Para que a maioria não se esqueça totalmente do espírito dos festejos natalinos é necessário relembrar do que trata a data, sua origem e o que deveria ser sua razão de ser.

Ao andar pela iluminada e enfeitada cidade destes tempos modernos, a impressão que se tem é a de que a festa é uma das muitas que há por ai, e que o objetivo principal é comemorar a vinda do Pólo Norte de um velhinho simpático e gordo, dos rostos averme­lha­dos que distribui presentes gratuitamente a meninada.

Voa em um trenó puxado por algumas renas, e muito embora totalmente fora de forma para este período de barrigas tanquinhos e louvores aos milagres dos regimes, lipoaspiração e academia, desce por chaminés que só existem em uma ou outra churrasqueira, cujo buraco mal permite a passagem de um ga­to magro.

E desce o bom velhinho, segundo a lenda, com um saco de brinquedos na costa que vai depositar aos pés da arvore de Natal, geralmente colocada na sala e enfeitada com luzinhas e bolas , e geralmente é um pinheiro de verdade, ou destes vendidos em lojas, de custo baixo e gosto duvidoso.

Por ai já se percebe que as crianças cujas famílias não têm um poder de aquisição compatível com o mercado, ou serão premiadas com presentes que algum mecenas, Associação, Ong, Igreja, e que darão apenas para amenizar a tristeza de ver crianças de famílias mais prósperas brincando com seus brinquedos pelas ruas.

Restaram, em último caso, a alternativa dos famosos um e noventa e nove, cujos produtos, geralmente, em nada lembram o glamour que a boa e comprometida mídia vende para vender, vender e vender.  

Nem sempre foi assim, a origem do Natal e sua comemoração, para os que se lem­bram vagamente ou esqueceram, nasce, ou é uma data em que se comemora, ou comemorava, para alguns, a data do nascimento de Jesus Cristo, filho de De­us que veio a terra para salvar a humanidade.

Assim como a história de Papai Noel que viaja o mundo todo num trenó puxado por renas e, gordo, desce por chaminés para deixar presentes para as crianças, a história de Jesus tem também situações e enredos que não parecem fac­tíveis.

 A começar com a ideia de salvação da humanidade que a maioria dos cristãos crê piamente mas não explica do que ele poderia salvar a humanidade, que antes da vinda era como era e continuou depois da vinda sendo como sempre foi.

Nasceu filho de Maria, que se­gundo consta era virgem e casada com José, foi gerado pelo Espírito Santo e durante trinta anos de sua existência não há registro de por onde tenha andado.

Pregou e fez milagres por três anos e depois foi trocado por ladrões e crucificado na cruz para salvar a humanidade que continua sem salvação, e cada vez mais louvando ma­is o ter que o ser, ao ponto de, o mundo cris­tão estar trocando o que considera o salvador por um símbolo do consu­mis­mo fantasiado com uma roupa vermelha ridícula e um cha­peuzinho que suportaria tu­do menos voar sem cair da cabeça do dono, do Pólo Nor­te até aqui.

Na antiguidade o Natal era comemorado em várias datas diferentes, pois não se sabia exatamente qual era a data do nascimento de Cristo; no século IV que o 25 de dezembro foi estabelecido como data oficial da comemoração, eis ai outra polêmica.

Na Roma antiga o inicio do inverno era comemorado exatamente em 25 de dezembro, razão pela qual se acredita possa haver uma relação entre este fato e a oficialização da comemoração do Natal.

As comemorações costumavam durar até 12 dias, por ter sido este o tempo que os três reis Magos levaram para chegar até Belém onde entregaram o ouro, a mira e o incenso de presente a família do recém nascido; vale lembrar que foram estranhamente conduzidos por um inacre­ditável GPS, a Estrela de Be­lém, ou a popular estrela guia.

O nascimento de Jesus e sua história, em que pese as estranhezas que a cerca é de grande importância por marcar o ano primeiro do mundo cristão.

Outra estranheza do período são as árvores de Natal, tradição que ao que tudo indica ou sinalizam alguns historiadores, começa com Martinho Lutero que caminhando pela floresta se impressionou pela beleza dos pinheiros cobertos de neve, na noite estrelada, o que fez com que Lutero ao chegar em casa reproduzisse a imagem com galhos de árvores, estrelas, algodão e outros enfeites e velas acesas para mostrar aos parentes a cena que viu na floresta.

A tradição por mais estranha que possa parecer foi trazida  por alemães para este país tropical onde só em algumas regiões de vez em quando cai neve.

O hábito do presépio mostrando o cenário do nascimento de Jesus, a manjedoura, os animais, os Reis Magos, os pais dos menino, teve início, segundo contam, com São Francisco de Assis.  

O Papai Noel, personagem super valorizado neste período materialista da humanidade, de acordo com estudiosos do assunto, foi inspirado em um bispo de nome Nicolau, da Turquia 280 d.C. que costumava ajudar pessoas pobres deixando saquinhos com moedas próximas às chaminés das casas.

Como se pode observar, o bom velhinho do inicio percebeu que descer em chaminé gordinho é muito arriscado e optou por uma estratégia mais simples. 

A roupinha nada confortável do Noel até o século XIX era uma roupa de inverno na cor marrom ou verde escura.

Em 1886 o cartunista alemão Thomas Nast criou uma nova imagem para o bom velhinho, nas cores vermelha e branca e cinto preto, que foi capa no mesmo ano da revista Harper’s Weeklis.

 Em 1931 a mesma figura criada por Nast foi utilizada em uma campanha publicitária da Coca Cola por ter as mesmas cores que o refrigerante usava.

A campanha publicitária foi um grande sucesso e contribuiu para espalhar a imagem do Papai Noel pelo mundo, de tal forma, que hoje o aniversariante, passou para um segundo plano ficando bem evidente o louvor ao consumismo e o esquecimento aos ensina­men­tos daquele que a comunidade católica garante que veio para salvar a humanidade.

Se você, leitor, está mais entusiasmado para o lado consumista das festividades, Boa festa.

Se estiver voltado para a religiosidade que o período deveria inspirar, Feliz Natal.

Que a felicidade, a esperança, o esquecido espírito cristão esteja mais uma vez presente no teu lar e no de todos que crêem que a vida é muitas vezes mais que simples produtos, que a alma precisa mais de amor que de mercadorias.

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