SEM SE PREOCUPAR …

… onde começar, já que todo começo pode ser um mero recomeço, ou o meio, às vezes, o próprio fim, na verdade, ou sem ela, já que esta depende de cada um, e não de todos, pois faltaria aí a tal da igualdade que não existe e as diferenças nem sempre são bem vindas, na última quinta-feira comemorou-se o dia do verdadeiro revolucionário, daquele que nunca deixa de empunhar suas armas e o único que é capaz de transformar a si mesmo, ajudar milhares a encontrar a própria luz e, com isso, modificar o próprio mundo.

ALIÁS …

… estes soldados são os únicos capazes de promover a verdadeira mudança, vencer grandes batalhas com suas armas letais contra todos os males, são os verdadeiros destruidores da imbecilidade e os grandes precursores da única saída para a humanidade que caminha para a destruição do mundo e de si.

NA CORRERIA …

… do dia a dia, no ritmo do Deus Mercado que induz a todos à escravidão do vil metal que faz com que fiquemos totalmente conectados num mundo irreal e virtual, onde tudo é consumo, tudo é comprar e vender para sobreviver, onde o ter tira o lugar do ser, e todos viramos robôs, verdadeiros autômatos numa vida tão curta e que poderia ser tão bela, se composta de coisas mais simples, de valores onde triunfassem a simplicidade, a beleza indistinta, o amor a si, ao outro e ao próximo; a empatia, a conversa sussurrada próximo ao ouvido, os gestos de abnegação e de carinho, o dialogo e a compreensão, o carinho, a amizade, a convivência real.

VIVEMOS …

… sem saber porquê. Somos adestrados desde a infância através da lavagem cerebral promovida por cada cultura, sem ter tempo para questionar nada, apenas aceitando passivamente tudo o que nos passam como se fossem verdades absolutas. Como dizia Platão, vivemos a­cor­ren­ta­dos e presos no fundo de uma caverna, de costas para a sua entrada, apenas enxergando as sombras daquilo que passa fora dela e que são refletidas em sua parede do fundo.

TRADUZINDO …

… para os dias de hoje, vivemos de costas para a realidade, apenas acompanhando passivamente as verdades que nos são passadas pela TV, pela internet, pelos Facebooks e Watsapps sem nenhum questionamento, sem nenhum duvidar, sem nenhum pesquisar e constantemente com preguiça de pensar, já que tudo isso nos leva a ser apenas uma máquina burra, programada para consumir, consumir e consumir, robôs programados para servir de escravos dos chamados “mais espertos” que se locupletam com todas as riquezas que conseguimos produzir.

PASSAMOS POR TODA …

… uma vida, achando que viver é trabalhar para ter uma casa para morar, criar os filhos da melhor maneira possível e apenas esperar a morte chegar.

NÃO É POUCO? …

… Pouco demais passar dia após dia apenas lutando pela sobrevivência, sem saber nem quem somos, onde estamos e para que vivemos?

VIVER E MORRER …

… são duas faces da nossa moeda, sendo a última palavra (morrer) a única verdade absoluta que é incontestável, pelo menos por enquanto. A primeira (viver), no entanto, é muito difícil de ser definida, já que demanda conhecimento e este não se apreende passivamente, é preciso duvidar, problematizar o certo e errado, os conceitos que nos socaram na cabeça sem a gente questionar, aí contemplar cada situação, des­construir, dividir, detalhar, ouvir opiniões, refletir, pensar até uma resposta ficar clara em nossa mente. Este pode ser o processo de se adquirir o conhecimento.

COM CERTEZA …

… você já fez isso. Reflita, quantas vezes você já fez isso na vida? Não precisa ser exato. Milhares de vezes? Centenas de vezes? Dezenas de veze? Algumas vezes?

EXISTEM ALGUNS …

… não preguiçosos que refletiram bastante e acreditam que esta é a forma de se adquirir conhecimento. Este é o esquema para conseguir conhecer a si mesmo. “Introspectar” para poder se conhecer e ao mundo que está em volta. Esta seria a fórmula para a construção de nossas verdades.

ORA … SE ESTA …

… fosse uma verdade imutável, absoluta, então ficaria a seguinte questão: então eu me conheço e conheço o mundo real, a vida, ou sou menos escravo e menos robô, na medida em que segui mais ou menos vezes o esquema proposto acima? Você decide … se acredita ou não nesta medida da imbecilidade.

SE O CONCEITO …

… é real ou virtual, verdadeiro ou não, este colunista acredita que deste processo surge então a grande responsabilidade dos soldados da palavra, a grande missão destes verdadeiros revolucionários daqui para a frente, que será despertar nossos jovens para a vida e através deles, conseguir que o nosso mundo possa ter um futuro melhor.

 CLARO …

… estamos falando dos professores. E , aí, você poderia questionar, mas o problema está na política, na distribuição de renda que cria a pobreza, a escravidão, no governo que não quer melhorar a educação e por aí afora.

MAS … PENSEM …

… comigo: Tudo isso não é comandado por seres humanos que têm que pensar como humanos e não como robôs programados para ter, ter e ter, não importando como, nem com quem será prejudicado?

 ENTÃO, SÓ RESTA …

… uma saída: mudar o pensamento, mudar o conceito de ter para ser, transformando robôs e escravos em seres humanos, não humanoides. E aí só há a saída de se mudar, de revolucionar através da educação.

ENTENDO QUE …

… os alunos hoje estão num patamar diferente, anos luz da época em que a escola atual, que segue o mesmo modelo de séculos atrás, que foi forjada no sistema produção em série, onde o aluno passa por várias sessões de uma linha de montagem por tempo determinado (matemática, português, biologia, etc. etc. e etc.) para no final se forjar o cidadão que não aprende o principal que é construir o seu próprio conhecimento, a sua própria verdade, já que a absoluta nunca existiu.

O SISTEMA …

.. de presídio atual confina uma “manada” de robozinhos que foram construídos através da televisão e da internet e programados para viver num mundo virtual em busca de imbecilidades. De 50 em 50 minutos toca-se a sirene de fábrica e muda-se não o conteúdo, mas a “disciplina” no campo de concentração.

AS PORTAS …

… raras as exceções, são reforçadas por grades e coloca-se 40 pessoas dentro de salas com no máximo 6 por 5 de dimensão (não lembra o cárcere?), num calor de mais de 40 graus, com ventiladores barulhentos e prestes a levantar voo e sair cortando cabeças pelas salas espalhando o vento quente como se estivessem num campo de concentração dos tempos do nazismo. Claro, nem os animais suportariam tamanho confinamento e tendo que fingir que aprendem, enquanto os professores fingem que ensinam um conteúdo totalmente inin­teli­gível para o nível de interpretação de textos destes alfabetizados funcionais, verdadeiros seres robotizados.

QUANDO …

… o controle de qualidade da fábrica vem auferir como anda o resultado final destas maquinas que precisam ser programadas para produzirem sempre caladas, sem condição alguma de exercer um senso crítico que dificilmente será alcançado, a realidade é gritante: ninguém aprendeu nada. 80% dos alunos não sabem sequer ler e interpretar um texto.

AÍ SE CHEGA …

… ao consenso errôneo de que é preciso, ao invés de mudar tudo, começar da estaca zero, apenas ensinar o aluno a responder provas objetivas para mascarar resultados e para que todos os trabalhadores desta fábrica (de humanoides) não tenham que ficar sem o famoso BÔNUS que dará para pagar um pouco das dívidas acumuladas por receber um salário de tempos de guerra.

O PROFESSOR …

… hoje também continua com a ideia de que ele é o propagador da informação e acha que os alunos vão fixar o que fala e o que tenta passar. Primeiro que a concorrência com a tecnologia é desleal. Nenhum ser humano, mesmo que estude 10 horas por dia, durante toda a sua vida, conseguirá assimilar nem 1% de toda a informação disponibilizada democraticamente pela internet.

ORA, SE A …

… informação está ao alcance de todos, por que os robozinhos não se utilizam delas, ao invés de ficar todo o tempo atrás de imbecilidades mil e vivendo cada vez mais profundamente num mundo virtual que os fazem fugir do mundo real, tornando a empatia um produto em extinção e o relacionamento entre seres monossilábico ou virtual?

HOJE EM DIA, …

… é corriqueiro se ver namorados em barzinhos o tempo todo com os tais de smarthphones na mão, conectados no Whatsapp ou no Facebook. O olhos nos olhos, o sussurrar no ouvido, as palavras de amor, o romantismo foi substituído pelo sexo violento, pelo usar um ao outro … e por ai afora.

GENTE, …

… é com tristeza, que vos afirmo: quanto mais me embrenho no mundo real, mais firmo a certeza de que cabe aos educadores não mais ficar esperando que tudo venha de cima para baixo, que o Estado falido que aí está venha nos restituir a glória. Ou que surja um novo messias salvador. É preciso (pelo menos este é o entendimento deste ser que vos escreve) que levantem as cabeças com orgulho e que entendam que a revolução tem que se dar pelo estimular o conhecimento e, através dele, ajudar a formar cidadãos na acepção da palavra, aquele que vive e luta pela sua cidade, aquele que é conhecedor de seus direitos e deveres, aquele que tem capacidade de duvidar, pesquisar, refletir e construir a sua própria verdade, aquele que tenha senso crítico …

E PRA ISSO …

… é preciso que os professores abandonem os conceitos do passado, se dispam de todas as mágoas, todos os ódios e que caminhem de mãos dadas com esta juventude que está sem rumo e totalmente despreparada para enfrentar os desafios de um futuro incerto e que certamente trará uma revolta mortal daquilo que sempre achamos inerte, inanimada e sem reação: a natureza.

SERÁ PRECISO …

… que entendam que não se pode mais apenas passar informações, empilhá-las na memórias de crianças e adolescentes, esta já está na internet, à disposição de todos; urge que se mostre o caminho da produção do conhecimento, proble­ma­ti­zan­do este mesmo conteúdo e ensinando como pes­quisar, como refletir, como pensar, e ajudar cada um a buscar a sua própria resposta, a sua identidade, a sua luz, o conhecimento adquirido, a verdade própria sobre si e sobre o mundo.

É PRECISO …

… transformar os ro­bo­zinhos em seres humanos pensantes. Esta, entendo, é a grande revolução que certamente rasgará as entranhas deste Estado es­cra­va­gista e que aliena, transforma seres em meros robôs guiados pela indústria cultural.

É PRECISO …

… rasgar a velha roupa cheia de adornos e vestir a túnica simples de luta por um futuro melhor, mesmo que seja para os nossos netos; é preciso empunhar a arma do ensinar a pensar e, juntos, travar as verdadeiras batalhas que resultarão na vitória de uma guerra de paz e pela paz com justiça social; é preciso propagar a revolução do saber.

O PROFESSOR …

… é sem dúvidas, hoje, a última fronteira, a única arma, mas também a última esperança contra este estado de coisas humilhante, degradante e cujo futuro é tenebroso.

José Salamargo, acreditando que mudar é possível, não agora, não para nós, mas no futuro, para os nossos.