28 de julho | 2013

Curupira Já!

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CHEGAMOS …

… quase ao final de mais uma festa folclórica julina, quando, mais uma vez curupira não recebeu a chave da cidade dando parecer que, como se revogassem a lei da gravidade, atacam as lendas, as parlendas, os mitos. Onde já se viu, o curupira tem parte com o demônio, não é apenas uma estória contada como alegoria há dezenas de anos por nossos ancestrais.

SAI DE RETRO …

… curatanais, aqui nóis temu caçadô de lendas e matadô de curupira, sai pererê, boitatá e u iscambá.

NA VERDADE, …

… o que parece que este pessoal que passou longe do mestre quer é transformar o Festival do Folclore em um sucesso de público e isso está muito difícil de conseguir, pois não há como transformar os negrões pintados de azul e vestidos de capim do caiapó, ou mesmo os palhaços da folia de reis, em campeões de bilheteria.

ALIÁS, …

… onde anda o patrono da Festa, o saudoso Curupira? Hein? Hein? Hein?

POR QUESTÕES …

… políticas, ou seja, ao que parece para não perder votos dos evangélicos, cortaram até a cerimônia de entrega da chave da cidade para o Curupira, com medo de que ele trouxesse azar ou seja lá o que for.

O QUE PARECE …

… que aconteceu foi o contrário. Sem o Curupira, coincidentemente ou não, o Fefol entrou em declínio, tudo levando a crer que os crentes de que uma simples lenda poderia ser coisa do demônio, deixar de olhar de lado para ver que demoníaco é a destruição de uma festa cultural que foi construída com muita dedicação de toda uma população que não entendia, mas atendia aos reclamos do mestre Sant’anna.

O FATO DA …

… não entrega da chave da cidade ao Curupira, embora simbolizasse que a festa faria a cidade viver folclore por uma semana, foi apenas um marco de uma situação de decadência em razão, ao que parece, pasmem os senhores, da falta de conhecimento do próprio festival, ou, talvez, da própria cultura popular.

SÓ PARA LEMBRAR …

… um dos sucessos do Festival sempre foi o público para qual era endereçado: estudantes de todos os níveis, professores e estudiosos. Este colunista no ano que apresentou a festa, quando foi realizada no Ginásio de Esportes, cansou de anunciar a presença de pessoas ligadas à área. Até estudantes e professores da USP de São Paulo vinham aos borbotões.

ALÉM DISSO …

… eram sempre notados centenas de ônibus lotados de estudantes de todos os níveis vindos de todos os cantos do Brasil.

HOJE, …

… o que se vê, além dos próprios componentes dos grupos participantes é a população local e regional se fartando do “quer­messão” onde tudo é cobrado a preço de ouro.

MAS PARECE …

… que o feitiço virou contra o feiticeiro e o Festival deste ano prova com todas as letras que o caminho não é este. Que a politicagem e a falta de conhecimento na área não podem mais persistir. É preciso trazer de volta os Curupiras, os Boi tatás, as mulas sem cabeça e, principalmente o saci pererê, pois, com certeza, com uma perna só ele certamente poderá fazer muito mais do que o que está aí.

FESTA CULTURAL …

… não pode ser confundida com festa do peão. E isso, definitivamente tem que ser entendido, da mesma forma que administrar não é apenas anunciar o paraíso e oferecer o purgatório.

CURUPIRA JÁ! …

… pelo fim dos “espe­ta­cu­lizadores” e pela volta do trabalho de preservação dos nossos fol­gue­dos, pelo ensino de nossas lendas, pela volta do Festival realmente do Folclore e pelo fim dos balés chiques e de se querer transformar tudo em festa de peão.

José Salamargo … entendendo cada vez mais que está cada vez mais difícil as pessoas entenderem o simples axioma de que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.

 

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