07 de fevereiro | 2021

Caminhamos para um futuro incerto e não sabido? Como será o amanhã?

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“Muito pior do que não saber e não ter a capacidade
de tentar enxergar o que pode acontecer é ficar
inerte aguardando que o mundo se transforme
sozinho no paraíso que cada um deseja para si”.
Mestre Baba Zen Aranes.

 

CLARO, ÓBVIO, …

… elementar meu caro leitor, que a capacidade de prever o futuro, de tentar enxergar qual vai ser o cenário dos próximos anos, das próximas décadas, não tem fundamento na objetividade, mas, sim, na capacidade que o ser humano tem de aprender a refletir. De estabelecer várias premissas, imaginar várias possibilidades sob vários aspectos, sob vários pontos de vista e chegar a uma conclusão possível de situações que possam vir a se transformar em realidade.

JUNTO A ISSO, …

… caminhando lado a lado, de mãos dadas, estão os tais de projetos. A capacidade de, com base nesta mesma aptidão reflexiva, os seres pensantes têm de fazer projetos para o futuro. A engenharia, que trabalha com a matemática, conhecida como a ciência mais próxima da realidade, não faz outra coisa senão projetar.

UM GRANDE …

… edifício, com vários an­dares, antes de ser entregue, não passou de um rabisco em uma folha grande de papel. Até cidades como Brasília, por exemplo, saíram do papel e foram ali imaginadas por seres capazes de, com base no conhecimento, na formação reflexiva, projetar o futuro.

E ASSIM, SÃO …

… vários os exemplos que passam pela mente deste ser “arantostélico” que tenta refletir conjuntamente em conjunto com vocês todos os sábados neste espaço, neste pedaço de papel, e aqui, quase sempre também são proje­tados, não prédios, cidades, ou grandes obras, mas situações que poderiam ser evitadas para que a o­bra idealizada não venha a desmoronar.

PREOCUPADO …

… com os efeitos da pan­demia e com o desnu­da­men­to por ela provocado da atual situação, justamente de incapacidade reflexiva e de falta de conhecimento da maioria da população, com o futuro, a curto, a médio e a longo prazo, de qualquer projeto que se estabeleça como te­se sobre qual o cenário que se estabelecerá nos próximos anos para a nossa sociedade.

A SITUAÇÃO DE GUERRA …

… contra este pequeno grande inimigo, escanca­rou as desigualdades, as faltas de oportunidades e, principalmente, o sistema escravagista liderado pelo chamado Deus Mercado. Não existe vida sem produção. E seres humanos não podem crescer e exercer tudo o que pode lhes proporcionar a sua capacidade imaginativa, pois têm que ser adestrados para produzir, produzir e produzir, para sustentar um sistema injusto que cria zumbis e robôs de carne e osso.

COM MILHÕES DE …

… seres que têm preguiça de utilizar o cérebro até para perceber sua própria pequenez, pois não tiveram oportunidade de treinar, exercitar para isso, u­ma das premissas que surge é a de que teremos pela frente uma verdadeira “idi­ocracia”, ou seja uma democracia de idiotas, on­de tudo vai ser nivelado por baixo e de maneira plana, pois o mundo é reto, não tem nem côncavo nem con­vexo, e, como poucos vão sobreviver, as coisas vão se acomodar com muita cachaça e balinhas entorpecentes para fugir deste emaranhado de neurô­nios que fica teimando em promover a sinapse.

UMA SEGUNDA …

… premissa vem com um futuro distópico onde apenas 3% da sociedade viverão em condições humanas, servidos não pelos robôs de carne osso, os zum­bis, mas pelas máquinas que produzirão tudo a­quilo que os escravos produzem atualmente, sem problemas trabalhistas, e qual­­quer tipo de remorso por pertencerem a mesma raça. O que restar dos animais de tração humanos viverá em favelas sem a mínima condição de sobrevivência.

A TERCEIRA …

… premissa, aponta para uma evolução rápida causada por uma tomada de consciência da maioria dos seres com capacidade de reflexão e a criação de um sistema mais justo, onde todos possam ter garantidas de sobrevivência e a i­gualdade de oportunidades através de uma educação de qualidade e serviços públicos iguais para todos, garantidos por um estado que arrecade mais de quem tem mais, para garantir a vi­da digna de quem tem menos. É a social democracia que hoje impera em vários países europeus como a Suécia, por exemplo.

VOCÊ PODE …

… até estar pensando que o colunista pegou o vírus e isso afetou o cérebro dele. Mas as teses acima são apenas premissas para radicalmente ajudar você a enxergar para onde esta­mos caminhando com a de­vastação do vírus (e tem quem entenda que outros estão por vir) e o desenvolvimento tecnológico, apenas dois componentes importantes num futuro não muito distante.

CLARO QUE …

… existem outros, ou mu­itos outros, que podem ser acrescidos na sua reflexão de como será o amanhã, senão para você, mas para os seus filhos e netos.

A CONCLUSÃO …

… quem deve projetar é você com você mesmo. Ou ficou com preguiça de cons­­truir a sua verdade, projetando-a no seu cérebro, da mesma forma que o engenheiro coloca a grande obra no papel?

SE A PREGUIÇA …

… mental venceu, resta a arte. Vamos mentalizar jun­tos parte do samba-enredo da União da Ilha do Go­vernador, escrito em 1978 por Gustavo A­dolfo de Carvalho Baeta Neves (1936 — 1987), conhecido como Didi, que era procurador da República e, por pressão da família, mantinha em segredo sua atividade na escola de sam­ba União da Ilha do Go­vernador, adotando para isso o pse­udônimo de Didi. O samba enredo fez sucesso na gravação de Simone e Ca­etano Veloso e também foi regravada por diversos outros cantores.

“A cigana leu o meu destino. Eu sonhei. Bola de cristal, jogo de búzios, cartomante. Eu sempre perguntei: O que será o amanhã? Como vai ser o meu destino? Já desfolhei o mal­mequer. Primeiro a­mor de um menino. E vai chegando o amanhecer. Leio a mensagem zodiacal. E o realejo diz: Que eu serei feliz. Como será o amanhã: Responda quem puder. O que irá me acontecer. O meu destino será como Deus quiser?”.

José Salamargo … com certeza é bem mais fácil a­creditar que o meu destino é ser feliz, pois ele será co­mo Deus quiser, mesmo com o mundo caindo sobre minha cabeça. Responda se quiser: como se­rá o amanhã?

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