31 de janeiro | 2021

Câmara renovada ou a mesmice sem grandes escândalos

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Do Conselho Editorial

Antes do início dos trabalhos legislativos, em razão da mudança de grande parte dos nomes que foram eleitos nesta e nas últimas eleições, cria-se uma expectativa positiva.

Faz parte da forma de ser da maioria acreditar que determinadas situações serão mudadas quando o que parece ser novo se instala.

Na questão política, acarretando decepções, acumulando descrédito, o povo brasileiro, por ter optado pela desconfiança e por não acreditar na classe política e a grande abstenção da última eleição, pode ser um indicativo desta insatisfação.

No entanto, quando se trata de vida nova, de novos atores sociais, no centro das discussões sociais e políticas nada mais natural que se estabeleça um período de crédito, de endosso ao que vai se iniciar.

A Câmara Municipal parece ter se renovado e as expectativas, em razão destas mudanças, se ampliam.

 A representação legislativa no mandato pas­sado foi simplesmente um horror, a ponto de se pensar que a casa legis­la­ti­va melhor estaria instalada se estivesse ao lado de uma delegacia, tantos os casos escabrosos acontecidos por lá.

A pobreza da discussão política se instalou de tal maneira que quando não ocorriam baixarias, suspeitava-se que não teria acontecido sessão.

A auxiliar os nobres bri­guentos e promotores de baixarias se somou o gabinete do ódio que, a título de emplacar uma candidatura, fez da Câmara um espaço reservado a discussões nada razoáveis pra quem pretende legislar ou governar uma cidade.

Ocorreu de tudo por ali até o final do pleito eleitoral e, como parece que as motivações são pontuais e fisiológicas e não o bem estar da cidade, após a eleição ocorreu uma pacificação.

A partir do início das sessões a população conhecerá a que veio cada um dos eleitos e qual será sua postura em relação a criação de leis e fiscalização do Poder Executivo.

A sensação inicial é a de que apenas uma eleita trará polêmica ao ambiente político.

Não há registro histórico de que a maioria tenha posicionamento que não seja favorável às posturas oficiais.

Há características de submissão na biografia da maioria, indicativo de que a tendência é de que a cidade viverá um período onde a existência do Le­gis­lativo será pró-forma, voltado a ações populistas e fisiológicas.

A menos que outros novos eleitos, que nunca manifestaram seus posiciona­mentos políticos, venham a ter posturas condizentes com a função que irão exercer. Ou os que sabida­men­te sempre rondaram o poder submissamente, se posicionando como se tivessem sido eleitos para cargo executivo, ou que fora do exercício do poder mantinham posturas chapas brancas de endosso a tudo que o Executivo patrocina, se rebelem.

Muito provável que tal fenômeno não venha a ocorrer e, se assim for, a próxima legislatura tende a ser uma infinita briga de egos inflados disputando as bandeiras de que ajudaram a iluminar a praça, asfaltar a rua, conferir título de cidadão honorário, enfim, coisas minúsculas diante do grande universo que seria legislar e fiscalizar.

O que resta aos medíocres é a mediocridade e a insignificância, mas sempre se espera que alguns compreendam que podem e devem ser mais que um simples empregado do Executivo e se enxerguem como verdadeiros representantes do povo e se comportem como tal.

O tempo dirá a que veio cada um dos eleitos.


 

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