15 de abril | 2017

Aloisio, Rodrigo Garcia, Kassab e Rillo na Lava Jato

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Do Conselho Editorial

Acabou a farsa, a máscara caiu como bem avaliou o patriarca da família Odebrecht. O que todos sabiam veio à tona: não há santos no meio da política.

O país foi sacudido por uma vergonhosa e antiga convivência pacifica com a corrupção nos meios políticos.

 Não se iludam, porém, os nativos de que este câncer só existe nos meios políticos. Ele está instalado na vida brasileira em todos os segmentos: polícia, e­xército, judiciário, ministério público, em maior ou menor intensidade, mas exala o seu fedor para todos os lados.

A subversão dos costumes não alcança apenas as licitações governamentais. Qualquer vendedor de grande empresa, se não molhar a mão do responsável do setor de vendas das empresas para as quais fornece, possivelmente não será bem sucedido.

Há exceções. Há gente honesta. Mas a regra geral é esta.

Concursos públicos manipulados, mídia corrompida e paga com dinheiro desviado, time de futebol, igreja e empresas de fachada para lavagem de dinheiro não são novidades e nem desconhecidas.

Se for falar do imposto de renda, ai então pode colocar no pacote grandes empresários, médicos, dentistas.

Pulem laboratórios que adulteram fórmulas de medicamento, postos de gasolina, estágios de estudantes que são feitos de mentirinha e casas para os de baixa renda sorteadas aos que não precisam.

O Brasil precisa ser passado a limpo desde muito. Desde sua colonização para ser preciso e exato.

Nada é novidade, nem a hipocrisia da falsa surpresa diante dos fatos de que todos desde sempre conheciam.

Neste aspecto, o bandido mor, patriarca da família, foi bastante objetivo na sua sincera sordidez quando desvela o conhecido, como falsamente desconhecido da plateia, vendido pela sempre corrompida mídia como se novidade fora.

Emílio Odebrecht, patriarca e ex-presidente do grupo, fala sobre sua relação com ex-presidentes e diz que modelo de relação com políticos “existe há 30 anos”.

“Tudo o que está acontecendo era um negócio ins­titucionalizado. Era uma coisa normal. Em função desse número de partidos, onde o que eles brigavam era por quê? Por cargos? Não, era por orçamentos gordos. Todo mundo sabia que não. Ali os partidos colocavam seus mandatários com a finalidade de arrecadar recursos para o partido e para os políticos. Há 30 anos se faz isso”, afirmou.

Ele, do alto de sua imensa sabedoria em safadeza com enorme profissio­nalismo em canalhice e corrupção, afirma o óbvio em um país de crápulas que fingem ser honestos e nunca foram.

Não há nada de novo no que foi revelado a não ser a sincera manifestação de incredulidade no estrangeiro, em relação ao tamanho da pouca vergonha e o volume de deso­nes­tidade dos políticos brasileiros.

E esta repercussão negativa no exterior talvez possa estar incomodando nossos representantes que sabem que, caindo a confiança no País, caem também as negociações comerciais e com isto a arrecadação, sobrando, em consequência, menos para se roubar.

Não pode ser outra a visão de políticos que mesmo no caos vão articulando golpes para se manter no poder, para dar continuidade ao que levou o país a esta situação.

E tiram da manga projetos e mais projetos que visam a manutenção de suas reeleições e manutenção do foro privilegiado, na crença da impunidade de serem julgados por um Supremo tão desacreditado quanto a classe política.

Por aqui, na região, a queda do véu da castidade de alguns santos de ara­que igualou o discurso da direita truculenta falsamente honesta e da esquerda distópica nas redes sociais.

Os amantes de Aloisio, Kassab e Rodrigo Garcia, ao que tudo indica, perderam suas auras que parecia conduzi-los ao Panteão da honestidade, já, os adora­dores de João Paulo Rillo viram suas vestes brancas e puras de quem invocava o partido ideológico do passado emporca­lhada pela lama da Lava Jato.

Infelizmente, embora cale os ânimos exaltados do que proclamavam que seus lideres estavam acima do bem e do mal, nenhum dos lados saiu vencedor desta disputa.

Mais uma vez quem perdeu foi o país.

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