18 de janeiro | 2015

A falta de profissionalismo no turismo local

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Do Conselho Editorial

Muito evidente que a área do turismo local fica em matéria de profissionalismo devendo muito a cidades que se destacam há anos na exploração do setor.

São muitos os problemas que poderiam ser elencados e que, em tese, explicariam este amadorismo; o principal talvez seja o excesso de centralização das decisões aliados à contratações ditadas pelo que historicamente se chama parentesco, onde decisões são tomadas em relação a proximidade de uma determinada pessoa com alguém que pertence ao grupo dominante.

Isto é tão evidente que até as homenagens evidenciadas em nomes de ruas, comendas, títulos, honrarias entre outras são destinadas a pessoas que por laços, interesses ou afinidades com o grupo, são destinadas a elas com o objetivo da preservação e manutenção do grupo no poder.

Em suma, instituições de caráter patriarcal geralmente tomam decisões muito mais para acertar determinadas situações ou contingências que o momento impõe, do que propriamente para criar, estabelecer uma relação comercial capitalista que visa lucro e qualidade dos serviços prestados.

Ao que tudo indica, pelas criticas postadas na internet e ouvidas pelas ruas da cidade, por turistas e por moradores do município esta ausência de profissionalismo ficou muito evidente neste final de ano e inicio e férias escolares.

O número de queixas de turistas superou em muito a quantidade de reclamações dos anos anteriores.

Por mais que se tenha aumentado o número de visitantes, por mais que se possam alegar dificuldades mil para atendimento da imensa massa humana que aporta por aqui por anos a fio, é necessário repensar a dedicação que se tem demonstrado no tocante a recepção destes turistas, que não há como negar, é muito falha.

Há o componente do poder público ausente, da máquina administrativa que só pensa turismo da boca pra fora e, em razão disso o próprio parque aquático vai improvisando e tentando cuidar das situações quando elas acontecem, sem conseguir viabilizar soluções que definam questões centrais como o abandono a que a cidade está relegada, o trânsito confuso, a informação inadequada e as opções oferecidas que não funcionam.

O Thermas, então, vai, cada vez mais, dentro do seu próprio espaço, tentando suprir a falta de serviços que não existem no município. Transforma-se assim, em uma cidade dentro da própria cidade.

Soma-se a isto a inércia e incapacidade dos comerciantes no sentido de serem criativos para atrair os turistas para seus negócios, a grande queixa dos turistas é que encontram um Thermas superlotado durante o dia e à noite uma cidade fantasma sem nenhuma opção de lazer.

No tocante as questões administrativas, que seria de responsabilidade do Executivo, são tantas e tantas vezes discutida, como falta de água no período, queda de energia, asfalto horrível, esburacado, má sinalização, museu fechado, Escritório de Recepção ao Turista que é o ó do borogódó, que demonstra uma prefeitura que trata a cidade como um enorme laboratório e os cidadãos como verdadeiras cobaias.

O comércio, em que pese os que alçaram vôo na direção do futuro há uma grande parcela que está firmemente com as quatro patas fincada firme no passado e se negam ao futuro, preferindo lamentar queda de vendas com a barriga encostada no balcão

Enquanto o representante da categoria e o prefeito passadista desfiam seus rosários do lugar comum e atacam feriados como solução e não apresentam em contrapartida ideias inovadoras para aproveitar o momento em que a economia poderia, se ousada fosse, apresentar números bastante positivos.

O Thermas continua administrando a moda arroz com feijão, se por um lado conseguiu um dos maiores e mais invejados parques temáticos da América Latina, fruto da vontade firme e determinante de Benito Benatti do outro, como o comércio local e o Executivo não consegue dar um norte e um sul a questão tão necessária que seria a organização de um sistema que não deixasse de saldo tantas criticas em relação ao serviço caro e muito mal prestado, como foi visto nesta temporada em que o número de reclamações em relação ao Clube e a cidade cresceu significativamente.

É tempo de se profissionalizar de todos os lados para não perder mais um bonde da história e definir os pontos urgentes a ser solucionados e, para isso, todos os envolvidos sentarem para discutir parcerias e formas de melhorar em todos os aspectos os serviços prestados, visto ser do interesse da maioria que a cidade cresça economicamente e que a imagem não seja tão depreciada como foi e está sendo nestas férias e final de ano.

 

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