05 de abril | 2009
Secretária diz que ainda faltam médicos em UBSs
Problemas é o que não falta no setor da saúde pública de Olímpia. Se com razão ou se apenas por insatisfação pela longevidade dos problemas, o certo é que é comum ouvir alguém reclamando dos serviços prestados pela Secretaria Municipal de Saúde. De acordo com a secretária, Silvia Elisabeth Forti Storti, o motivo seria o fato de ter herdado uma demanda reprimida muito grande, tanto em consultas, quanto em exames.
Além disso, confirma que ainda faltam médicos para completar o quadro necessário ao atendimento das pessoas que se dirigem às Unidades Básicas de Saúde (UBS), o que pretende sanar com a implantação do Programa Saúde da Família (PSF). Ao completar os primeiros três meses, disse nesta semana, que o período serviu para reorganizar o setor.
"Você assume e tem toda a adequação. Não tivemos uma transição e dificultou muito. Praticamente, esses três meses foram para rever todos os contratos, todas as situações funcionais dos servidores, chamando do concurso público, fazendo licitação, o pregão presencial dos medicamentos. Conversando com a equipe, a gente não acredita que foi feito em três meses em termos de reorganização como um todo", comentou.
De acordo com a secretária, a demanda é muito grande durante o mês de março, a demanda pelo atendimento cresce porque coincide com o período do início da safra da cana-de-açúcar. "Olímpia está recebendo um grande número de trabalhadores rurais, que vêm, principalmente da região nordeste", justifica.
E acrescenta: "Tive o cuidado de levantar os dados e aconteceu o mesmo fato em março de 2008. Esse ciclo que antecede, Olímpia está recebendo número de trabalhadores e, geralmente, eles vêm e procuram uma unidade. Então, acontece mesmo. Não é uma seqüência. A tendência é que em abril amenize. Já verificamos".
Médicos
Nos primeiros três meses, de acordo com Forti Storti, a Secretaria contratou 14 novos médicos, sete deles para atuar no Ambulatório de Referência e Especialidades (ARE), que funciona no prédio do antigo Centro de Saúde.
Porém, não informou o total de profissionais que tem, atualmente, e tão pouco, quantos eram. "Nós assumimos com uma demanda muito grande de consultas e exames e, você não consegue organizar e colocar de uma hora para outra. Estamos pegando os que estavam agendados muito na frente e conseguindo organizar dentro da rotina", justifica.. De acordo com a secretária, a situação está parcialmente acertada no setor de oftalmologia, que antes tínhamos um médico contratado, ele foi efetivado. Além disso, contratou mais dois profissionais que já estão atendendo no Centro de Saúde. "Uma das primeiras ações que tivemos foi chamar todos os médicos concursados, alguns assumiram outros não", acrescenta.
Para outra especialidade que também estava com uma fila muito longa no agendamento, a psiquiatria, também já foi contratado. Em relação à endocrinologista, "não tinha na rede e temos ainda uma demanda muito grande, já está atendendo no Centro de Saúde".
"Em relação à ortopedia, outro nó da rede, já temos outro profissional também atendendo e também o Dr. José Augusto, que era vice-prefeito, não estava no atendimento, ele passou a fazer parte da rede. No Centro de Saúde temos sete profissionais a mais nas especialidades. Em três meses são 14 profissionais a mais e temos consciência que precisa de mais".
Demanda reprimida
De acordo com a secretária, a atual administração herdou uma demanda reprimida bastante grande. "Não só em consultas, nas especialidades, mas também em exames, em procedimentos e isso você tem que organizar a fila. Você não consegue organizar em um período muito curto, porque tem um orçamento e tem que trabalhar em cima dele", avisa.
Disse também a secretária que ainda precisa de médicos nas especialidades e que está fazendo contatos com médicos interessados em vir para trabalhar em Olímpia. "Mas a maior dificuldade está na clínica médica e é essa que é a reclamação maior. Nós precisaríamos de mais, pelo menos, dois clínicos hoje, no município, para que a gente possa reorganizar como um todo", informa.
UBS
Sobre a demora para o atendimento e a falta de médicos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), os chamados ‘postinhos’, Forti anunciou um serviço de atendimento na Secretaria de Saúde, implantado neste ano com a finalidade de agendar as consultas quando há problemas.
"Foi até uma das ações que implantamos de imediato que é a Central de Regulação. É um embrião. É o começo e as pessoas que estão lá, inclusive enfermeiras trabalhando que, às vezes não tem na Unidade da Santa Ifigênia, mas pode ter em outra unidade. Nós podemos marcar a consulta em outra unidade. Então, é importante que a pessoa ligue na Secretaria e fale com a Central de Regulação",disse.
Medicamentos
Já sobre a falta de medicamentos, garante que a partir da próxima semana, quando chegam os remédios do Programa Dose Certa, do Governo do Estado de São Paulo, e com a chegada dos adquiridos pelo município, o problema será sanado. "Não podemos esquecer que o SUS é responsabilidade de três esferas de governo. União, Estado e Município", lembra.
Segundo, há medicamentos que são de responsabilidade do Município e que foi feito um pregão presencial: "infelizmente, tivemos uma impugnação e isso atrasou a agilidade. Fez com que demorasse mais tempo para o setor de licitação cumprir toda a parte burocrática". Sobre a lista do Programa Dose Certa explica: "Deveria ter sido entregue no período de 29 (fevereiro) a 13 de março".
De acordo com a secretária, nesse caso são os medicamentos do Programa Dose Certa e de Saúde Mental: "e não foram entregues até o momento. Através de informações do Departamento Regional de Saúde de Barretos, a previsão de entrega da Furp é a partir do dia 6, na semana que vem. Uma esfera de governo falhando, a gente é que sofre".
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