12 de julho | 2015

Saúde não tem funcionário para operar ultrassom na UPA

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Mais uma vez prejudicando o atendimento a pacientes, agora a informação é que a Secretaria Municipal de Saúde não tem um funcionário especializado para operar o aparelho de ultrassom instalado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), considerado inicialmente pelo prefeito Eugênio José Zuliani, como um pequeno hospital de excelência e apto para atender a todos os problemas de emergências que surgem em qualquer pronto-socorro de qualquer grande hospital.

A informação foi divulgada na terça-feira, dia 7, pela apresentadora do programa informativo de uma emissora de rádio da cidade, em resposta a uma reclamação feita por uma usuária do SUS (Sistema Único de Saúde) no dia anterior.

Ainda de acordo com a informação, em razão da falta desse profissional não estão sendo agendados exames de ultrassom e, aparentemente, não haveria previsão para sanar o problema até em razão de uma eventual necessidade de realização de um concurso público.

Mas enquanto isso, o prefeito pretende criar mais dois cargos para serem preenchidos em comissão, aqueles que ficam à disposição do prefeito para serem preenchidos quase sempre por pessoas que teriam ligações com grupos políticos.

Inicialmente, trata-se apenas de uma iniciativa do prefeito, uma vez que o projeto de lei complementar criando os dois cargos em comissão acabou sendo retirado da pauta a pedido da liderança do executivo na Câmara Municipal de Olímpia, provavelmente em razão de um protesto organizado por integrantes do Movimento Social de Olímpia (M­SO).

Como se recorda, armados com cartazes nas mãos, o M­SO foi à Câmara Municipal de Olímpia na noite do dia 22, para protestar contra a criação de mais dois cargos em comissão, na categoria de assessor especial, com salário de aproximadamente R$ 2,5 mil por mês.

O protesto, que foi convocado pela rede social, levou líderes do MSO e adeptos ao movimento com dizeres repudiando o Projeto de Lei Complementar número 196/2015, de autoria do prefeito Eugênio José Zuliani.

Segundo a reportagem a­pu­rou os cartazes tinham os seguintes dizeres: “Prefeitura não é cabide de emprego”, “Concurso sim, comissionados não” e “Vote não – não a criação de cargos comissionados”.

A proposta do prefeito, que dispõe sobre criação de cargo de provimento em comissão, foi deliberada na sessão do dia 8 de junho e constava da pauta da sessão do dia 22 para discussão e votação de primeiro turno.

O MSO é coordenado por várias lideranças olimpienses entre eles Ismael Barbosa, Capitão do Mato, Zalém Gomes, Renato Marrom, Eduardo Cos­ta, entre outros.

O movimento ganhou força na luta contra o aumento do IPTU (Imposto Predial e Ter­ri­torial Urbano), promovendo passeatas e distribuição de panfletos e desta feita se movimentou para lutar contra a criação de mais dois cargos comissionados na Câmara Municipal.

Segundo um dos líderes do MSO, Eduardo L.A. Costa, “o Movimento MSO é totalmente contra a criação de cargos comissionados, defendemos diante da necessidade de con­tratação de pessoal, a criação de concurso público, dessa forma dando igualdade a todos os olimpienses a participarem com igualdade na disputa dos cargos”.

E acrescentou: “cargos co­mis­sionados é moralmente inaceitável, o administrador pode nomear amigos, os mais chegados, esse cargo é utilizado na maioria das vezes para fortalecer o grupo político de quem nomeia, nosso dinheiro não pode ser usado de qualquer forma, é inadmissível que em uma cidade onde falta papel higiênico, copos descar­táveis nas unidades de saúde como foi noticiado na mídia local, gasta-se dinheiro público com a criação de mais cargos para os “amigos”, por isso somos contra”.

Médico teria receitado remédio sem saber problema de paciente

A reclamação da falta de exame de ultrassom foi feita na segunda-feira, dia 6, a uma emissora de rádio da cidade, por uma mulher que se identificou com o nome de Da­niela, que disse morar no bairro rural Olhos D’água, na região sul do município de Olímpia. “Eu passei no médico na semana passada, estou com um caroço na barriga e o médico passou um ultrassom para eu fazer. Eu fiquei sabendo que lá na UPA não está dis­ponível a máquina. A máquina está quebrada”, afirmou.

A mulher contou que nem chegou a ir à UPA para tentar fazer o exame. De acordo com ela, o médico que lhe atendeu teria receitado um medicamento sem saber qual o problema de saúde que ela tem.

 “Não. Eles mandaram ir ao postinho e ficar me informando ali. Foi o pessoal do postinho que passou essa informação. Falou que estava quebrada, que era para eu ficar ligando, que sempre que vier à cidade passar e perguntar. Eu acho que está uma vergonha essa saúde. Como que faz? Eu dependo do SUS. Estou tomando um remédio que o médico passou, mas ele não falou o que eu tenho”.

Ainda segundo Daniela, ela ficou sabendo que o aparelho “está quebrado e diz que faz tempo ainda. É uma vergonha. Eu como olimpiense, eu tenho 30 anos, estou sentindo vergonha de Olímpia”.

“Fala que é uma cidade turística, mas a saúde está uma vergonha. Se for um caso que você pode morrer na semana que vem, você não tem como tratar”.

Faltam até exames para saber se menina precisa de óculos de grau

Mas os problemas do setor da saúde pública que atingem as pessoas de Olímpia não se resumem apenas à falta de um funcionário para operar a máquina de ultrassom da Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Há também a inexistência de exames clínicos como o caso de uma reclamação também registrada na segunda-feira, dia 6, cuja filha de apenas nove anos de idade não consegue um exame para saber se necessita de óculos de grau.

Esse é o caso de uma mulher que se identificou com o nome de Daniele, moradora do bairro Bela Vista, na zona norte da cidade, que há três meses está aguardando um exame oftalmológico para saber se sua filha que tem apenas 9 anos de idade necessita ou não de usar óculos com grau.

“Em abril a minha menina passou pelo oftalmologista e está esperando um encaminhamento para fazer outro exame e nós já estamos em julho e até agora eu não consegui fazer esse exame. Falam que não tem previsão”.

“Eu vou lá, a secretaria e eles falam que ainda não foi liberado o exame e o tempo todo eles falam vai passando, vai ligando e nada desse exame ser realizado. Ela foi ao oftalmologista e encaminharam para outro lugar para saber se tinha grau ou não”.

 

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