10 de março | 2020

Saúde confirma primeira suspeita de coronavírus em Olímpia

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A prefeitura de Olímpia emitiu nota para a imprensa na tarde de segunda-feira, 10, confirmando que a Saúde local foi notificada de um caso em que a pessoa teve contato com um parente que mora em Ribeirão Preto e esteve em viagem ao exterior.

Segundo a nota, a Secretaria de Saúde de Olímpia recebeu, na segunda-feira (09), uma única notificação suspeita do novo coronavírus (Covid-19) em residente do município. Trata-se de uma mulher, de 34 anos, que relatou ter tido contato com uma prima que esteve na Europa e reside em Ribeirão Preto.

“Por apresentar alguns sintomas da doença, a paciente procurou por atendimento médico em um serviço de saúde, foi transferida para Barretos, onde foi realizada a coleta de exames, e recebeu alta hospitalar. Como medida preventiva, enquanto aguarda o diagnóstico, a pessoa permanecerá em isolamento domiciliar. Os resultados devem ficar prontos nos próximos dias pelo Instituto Adolfo Lutz, laboratório estadual de referência para o diagnóstico ou descarte da doença”.

E continua a nota: “A secretaria ressalta que não há motivo para pânico e que a única maneira de se prevenir contra a doença é lavar as mãos com água e sabão frequentemente, protegendo o nariz e a boca ao espirrar ou tossir, evitar ambientes com muita aglomeração e utilizar álcool em gel nas mãos. Informa ainda que, desde o início dos alertas da Organização Mundial de Saúde (OMS), a Prefeitura desenvolve o Plano de Ação contra o Novo Coronavírus, com treinamento dos profissionais – tanto do setor público quanto privado -, bem como a atuação em vigilância preventiva nos equipamentos de Saúde, públicos ou particulares”.

Na região, até segunda-feira, Rio Preto monitorava seis pacientes que estiveram no exterior e apresentam sintomas da doença. Na região, Mirassol e Santa Fé do Sul também estão com casos em investigação.

 

QUANDO O CASO DE GRIPE É SUSPEITOS DE SER CORONAVÍRUS

Protocolo de atendimento aos pacientes – situações em que o caso é notificado

 

Situação 1: 

Febre e pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar, batimento das asas nasais, entre outros) E histórico de viagem para área com transmissão local, de acordo com a OMS, nos últimos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais ou sintomas;

 

Situação 2: 

Febre e pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar, batimento das asas nasais, entre outros) E histórico de contato próximo de caso suspeito para o coronavírus (2019-nCoV), nos últimos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais ou sintomas;

 

Situação 3: 

Febre ou pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar, batimento das asas nasais, entre outros) E contato próximo de caso confirmado de coronavírus (2019-nCoV) em laboratório, nos últimos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais ou sintomas.

Em quais casos o paciente ficará em isolamento e em quais casos ele será encaminhado para casa?

A equipe médica irá decidir as medidas necessárias e se há a necessidade de internação, de acordo com o quadro clínico de cada paciente

Como orienta o Ministério da Saúde, casos suspeitos ou confirmados para 2019-nCoV que não necessitem de hospitalização e o serviço de saúde opte pelo isolamento domiciliar, o médico poderá solicitar RX de tórax, hemograma e provas bioquímicas antes de serem dispensados para o domicílio a depender da avaliação clínica do paciente

 

Como é transmitido?

A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como: gotículas de saliva; espirro; tosse; catarro; contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão; contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

 

Quais os sinais de alarme da doença?

O principal sinal de alarme para as doenças respiratórias é a dificuldade em respirar, com puxadas de fôlego curtas e próximas.

 

Qual é o período de incubação (que a pessoa fica infectada, mas sem sintomas)?

Normalmente esse período varia de cinco a dez dias, mas há relatos de até 14 dias e até de 27 dias.

 

O clima interfere?

Sim. No frio, as pessoas tendem a ficar mais aglomeradas em ambientes fechados, o que aumenta as chances de propagação do vírus. Por enquanto, não há recomendação para evitar aglomerações. Isso deve mudar se começarem a surgir casos.

 

Quanto tempo a doença dura?

O comum é que de dez a 15 dias. O vírus é transmitido mesmo quando a doença estiver assintomática até depois que os sinais aparecerem.

 

Como o vírus age no organismo?

Ele lesiona os epitélios do trato pulmonar, dificultando as trocas gasosas. Nos casos mais graves, há pneumonia.

 

Qual é o tratamento?

Diferentemente do que ocorre com a gripe, não existe um tratamento específico para o coronavírus. Assim, as terapias incluem hidratação, alimentação balanceada e combate a infecções bacterianas secundárias. Há antivirais em teste.

 

Quando usar o álcool em gel?

O álcool em gel deve ser usado de preferência depois que as mãos forem lavadas com água e sabão – se for utilizado com as mãos sujas, a eficácia diminui, pois "gruda" nas sujidades, diminuindo a capacidade de desinfecção.

 

Quando usar a máscara?

As máscaras não impedem o contágio, mas ajudam a conter a transmissão, ou seja, quem não tem sintomas da doença não precisa usar. Por enquanto, elas seguem restritas aos profissionais de saúde.

Isso só deve mudar e a população começar a utilizar máscaras de forma geral se houver surtos localizados ou regionais, o que não está ocorrendo no Brasil.

 

Tenho sintomas. O que fazer?

Procure um serviço de saúde e informe que está com sintomas de doença respiratória já na triagem. Caso tenha histórico de viagem a um dos locais com transmissão de vírus ou tenha tido contato com algum caso suspeito ou confirmado, isso deve ser informado imediatamente.

 

Quem tem mais chance de desenvolver a forma grave?

Os idosos. Crianças não são grandemente sujeitas ao vírus.

 

Uma pessoa contaminada pode infectar quantas outras?

Até cinco.

 

Algum animal representa risco?

É preciso evitar contato com os animais silvestres e deixar que apenas os profissionais que atuam com eles se aproximem, tomando os devidos cuidados. Animais domésticos não apresentam qualquer perigo e o vírus também não é transmitido pela alimentação.

O contato com o morcego deve ser evitado sempre, já que o mamífero, que na América do Sul não deve estar infectado com o coronavírus, transmite raiva também.

 

Fontes: Diário da Região apud Fernando Spilki, presidente da Sociedade Brasileira de Virologia; Ministério da Saúde; Maurício Lacerda Nogueira, do Laboratório de Virologia da Famerp; secretarias de Saúde de Rio Preto, de Nhandeara, de Barretos, de Olímpia e do Estado.

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