05 de abril | 2009

Santa Casa deixará de atender casos simples que chegam à portaria do PS

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 A Santa Casa de Olímpia vai deixar de atender casos os casos mais simples que aparecem constantemente, na portaria do Pronto Socorro do hospital, com a alegação que faltam médicos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), da rede municipal. A informação é da provedora, Helena de Souza Pereira (foto). "Você tem uma gripezinha, você vai lá. E tem mais, chega e quer ser atendido na hora. Não, esses casos não. Vamos atender só emergência e urgência", avisou.

Nesta semana teve reclamações contra falta de atendimento e até o registro de um boletim de ocorrência. Helena reforça que as pessoas têm, em primeiro lugar, de passar por um atendimento em UBS e, depois disso o médico encaminha, quando necessário, para a Santa Casa. "Se uma pessoa está com dor de cabeça, antes passe no primeiro atendimento", reforça.

Helena reclama que tem pessoas, por exemplo, que tem uma cólica de rins e vão à Santa Cada dia sim, dia não, para tomar medicamentos e depois não procuram um médico especialista. Mesmo caso ela reclama em casos de pessoas que têm hipertensão – pressão alta.

Segundo ela, tem dia que um médico chega a atender 160 pessoas. Na manhã da sexta-feira, dia 27, por volta das 11 horas, 57 pessoas já tinham sido atendidas pelo plantão. "Você não dá conta, porque ele perde tempo com algumas coisas que não tinha que estar ali", avalia.

A Santa Casa, segundo a provedora, por muito tempo tocou a Secretaria da Saúde de Olímpia. "Nós não vamos mais fazer isso. Os plantonistas não querem vir para cá mais. Eles fazem residência", acrescenta.

Segundo Helena, isso não acontece em outras cidades menores da região, onde eles aceitariam ir até ganhando menos: "porque lá eles têm tempo de estudar com tranqüilidade. Aqui não dá tempo. Nos horários de pico nós temos que ficar com dois". Os plantonistas são pagos pela Santa Casa: "o Pronto-Socorro da Santa Casa é da Santa Casa, não é Pronto-Socorro Municipal. É uma diferença muito grande. Por isso está escrito bem grande lá na frente: urgências e emergências".

Inviabiliza

A situação inviabiliza a manutenção do atendimento, mesmo porque, reclama a provedora, ainda não teve aumento dos recursos financeiros repassado para a Santa Casa. "Se você atender todos os casos que chegam lá com gripe ou dor de cabeça, tenho que manter dois plantonistas diários e não estou dando conta de manter um", afirma.

Um plantonista, de acordo com a provedora, recebe R$ 500 por dia de plantão. Mesmo um convênio com prefeitura não resolveria neste caso. "Os profissionais daqui não querem dar plantão de porta, que a gente chama plantão em pronto-socorro", acrescenta.

Helena explica que o plantão é feito por médicos residentes. Apenas nos casos da pediatria que o plantão é feito por médicos da cidade. "Mas um profissional que tem consultório não quer dar plantão. É um desgaste e não compensa para eles", assevera.

O plantonista tem que ficar o dia todo no hospital. Por isso, no caso dos médicos mais renomados, eles só atendem no chamado plantão à distância. De acordo com a provedora, o médico fica no consultório atendendo e quando há uma emergência vai para a Santa Casa.

O plantão tem que ser feito com médicos residentes ou os que estão iniciando. Além dos casos de pediatria, Helena informa que tem apenas um médico com consultório instalado na cidade que atende plantão. "Mas é um médico em início de carreira, por exemplo, não atende ainda por convênio porque não tem o tempo suficiente", finaliza.

 

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