20 de agosto | 2018

Samba Lenço é único “samba de bumbo” que representa a África

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Para Fabiana da Rocha Camargo (foto), representante do grupo Folclórico, Samba Lenço, de Mauá, único grupo brasileiro de “samba de bumbo” que representa a cultura africana, mas que todos os anos vem da Grande São Paulo para se apresentar no Recinto de Exposições e Praça das Atividades Folclóricas Professor José Sant’anna, nem que seja para permanecer apenas durante 10 minutos no palco na noite de sábado, véspera do encerramento do Festival Nacional do Folclore (Fefol), que representa a diversidade dos grupos folclóricos brasileiros.

“Nosso grupo é tradicional. A gente apresenta a dança que os escravos faziam nas portas das senzalas. É uma dança de origem africana, caracterizada como samba de bumbo e já temos mais de 60 anos de atividades. Dentro do território nacional e de nossa designação, o nosso grupo é o único”, afirmou durante entrevista que foi mostrada pela rádio Cidade FM, dentro do programa Cidade em Destaque, apresentando diariamente pelo jornalista José Antônio Arantes.

De acordo com ela, o nome Lenço se dá em razão de as mulheres dançarem com lenços enquanto os homens dançam com chapéus. “Os homens chamam as mulheres para dançar e para mostrar que estão aceitando, elas simplesmente acenam o lenço. Por isso o samba lenço”, explica.

Atualmente o grupo tem 45 integrantes com idades entre quatro e 92 anos. “Acredito que dure muito tempo. No nosso grupo as crianças já vêm da barriga da mãe e nascem já integradas no grupo. Elas crescem, vêm acompanhando e dançam com a gente”, contou.

Trata-se de uma dança em louvor a São Benedito, mas o grupo não tem uma data específica para o culto à religiosidade. Porém, participam de festas religiosas em outras cidades porque em Mauá o grupo não tem um espaço próprio.

“O festival do folclore tem muita importância porque aqui você vê grupos de todas as manifestações. Somos um grupo que estamos aqui há 54 anos. A gente participou de todos os festivais e a gente viu muitos que vieram, que não vêm mais e que a gente sente falta. É muito interessante porque tem uma diversidade cultural muito grande. Então, se você está do lado de sua casa não conhece determinado grupo”.

O grupo faz uma viagem de mais de 500 quilômetros para uma curta apresentação no sábado à noite e uma participação do desfile de encerramento. Mesmo assim a viagem compensa. “A gente é parceiro de Olímpia e enquanto tiver o festival a gente vai estar junto também”, finaliza.

 

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