26 de agosto | 2018

Quase 9 mil crianças e adolescentes estariam vivendo em situação de pobreza em Olímpia

Compartilhe:

Aproximadamente nove mil crianças e adolescentes, ou sejam, seres humanos que têm entre zero e 19 anos de idade, podem estar vivendo em situação de pobreza em Olímpia, segundo os critérios do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), seja por condição financeira ou privação de direitos. Além da renda familiar, foram avaliados o acesso a informação, educação, pro­­teção contra o trabalho infantil, moradia e saneamento.

Pelo menos é isso que indica uma avaliação realizada pela reportagem considerando o resultado do Censo realizado no ano de 2010, mas tam­­bém levando em conta os dados po­pula­cio­nais estimados pe­lo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IB­GE), para o ano de 2017.

De acordo com o IBGE, em 2010 a população de Olímpia totalizava 50.024 habitantes. Já a população estimada pelo órgão para o ano de 2017, a mais recente, aponta que o crescimento populacional do município teria chegado a 54.037 habitantes. Quer dizer, o contingente po­pulacional local teria a­crescido na casa de oito por cento.

Considerando isso, atualmente o IBGE estima que seriam 7.572 pessoas do sexo masculino e 7.278 do sexo feminino, ou seja, o total de 14.854 pessoas, com idades até 19 anos, que estariam abrangidas pela avaliação da Unicef, que diz que 6 entre 10 crianças ou adolescentes nessa faixa etária estariam vivendo na pobreza.

Para explicar melhor a variação basta considerar a avaliação que seriam 1.713 pessoas do sexo masculino e 1.655 do sexo feminino, todos com idades entre 0 e 4 anos, contra 1.587 e 1.532, respectivamente; 1.768 homens e 1.708 mulheres, contra 1.637 homens e 1.582 mulheres, na faixa entre 5 e 9 anos.

Também segundo o IB­GE, seriam 1.927 homens e 1.863 mulheres, contra 1.784 e 1.720, respectivamente, na faixa dos 10 aos 14 anos; e ainda 2.164 pessoas do sexo masculino e 2.052 do sexo feminino, contra 2.004 homens e 1.900 mulheres, com idades entre 15 e 19 anos. Totalizando seriam 7.572 homens e 7.278 mulheres, nessas quatro faixas etárias.

Para Unicef, 6 em cada 10 crianças e adolescentes viveriam na pobreza

Da redação com O Estado de São Paulo

Um estudo que foi divulgado na terça-feira da semana passada, dia 14, pe­lo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Uni­cef) mostra que 6 em 10 crianças e adolescentes brasileiros, estariam vivendo na pobreza, seja por condição financeira ou privação de direitos. Além da renda familiar, foram avaliados o acesso a informação, e­ducação, proteção contra o trabalho infantil, moradia e saneamento.

Feito com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2015, o estudo concluiu que, na última década houve redução da chamada “pobreza monetária” na infância e na adolescência no País, mas as múltiplas privações não acompanham essa diminuição. Ao todo, 32 milhões de meninas e meninos vivem na pobreza em suas múltiplas dimensões. 

Para se ter uma ideia, 6 milhões vivem em famílias cuja renda não é suficiente para comprar cesta básica. Outros 12 milhões têm, além da pobreza, outro direito negado, seja ele saneamento, acesso à educação ou à informação – o que pesquisadores denominam privação múltipla.

Mas há ainda outros 14 milhões que, embora vivam em famílias com ren­da suficiente para adquirir cestas básicas, vivem em situação de privação, com mais de um direito negado.

Também há diferenças nas privações de direitos de acordo com o grupo a­nalisado. Moradores da zo­na rural, por exemplo, têm mais direitos negados do que os da zona urbana. Negros e moradores das Regiões Norte e Nordeste enfrentam mais privações se comparados a brancos e moradores de Sul e Sudeste.

Florence Bauer, representante do Unicef no Brasil, observa que a pobreza multidimensional é um risco para o País. “Sem desenvolvimento pleno, com lacunas da educação, a mão-de-obra também não será qualificada, prejudicando a economia”.

E o fenômeno não está restrito ao País, como destaca Liliana Chopitea, coordenadora da Área de Políticas Sociais do fundo no Brasil. “Crianças têm risco maior de viver na pobreza do que adultos, o que po­de afetar economias e gerações futuras”.

Diante desse quadro, há um compromisso internacional (do qual o País é signatário) para reduzir à metade a pobreza, em todas as suas dimensões, de mulheres, homens e crianças até 2030.

“Mas a pesquisa nos mostra que, na prática, são pífios, em 2018, os índices de direitos por nós garantidos. Somos excelentes em discursar e escrever em nossas leis os melhores princípios e melhores regras de conduta que não cumprimos”, alerta o procurador federal a­posentado Edson Seda, um dos redatores do Estatuto da Criança e do Adolescente, de 1990.

Para Florence, é cedo ain­da para dizer se o Brasil atingirá a meta. Mas observa que, para melhorar os indicadores, é preciso não só mais verba, mas planejar bem os orçamentos. Na sua avaliação, estudos ajudam a ver quais as prioridades, identificar as desigualdades e, a partir daí, traçar estratégias de melhoria.

Compartilhe:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do iFolha; a responsabilidade é do autor da mensagem.

Você deve se logar no site para enviar um comentário. Clique aqui e faça o login!

Ainda não tem nenhum comentário para esse post. Seja o primeiro a comentar!

Mais lidas