07 de março | 2010

Provedora diz que Saúde não quis resolver problema da UTI

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Demonstrando bastante tristeza e indignação com os últimos fatos que envolveram seu trabalho à frente da Santa Casa de Olímpia, inclusive a intervenção decretada pelo prefeito Eugênio José Zuliani, Geninho, a provedora Helena de Souza Pereira (ainda não foi publicado nenhuma destituição da diretoria), declarou nesta sexta-feira, dia 5, que a Secretaria Municipal de Saúde não demonstrou interesse em solucionar o problema do aumento de leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital.

Inclusive, segundo ela, toda a situação já era de conhecimento do promotor dos Direitos Constitucionais do Cidadão, Gilberto Ramos de Oliveira Júnior, através de relatórios que anexou ao inquérito civil aberto pelo Ministério Público, a partir de uma representação do advogado Pedro Antônio Diniz, assessor jurídico do ex-prefeito Luiz Fernando Carneiro.

A possibilidade de solucionar o problema, de acordo com ela, “está num relatório muito bem substanciado que mandei, com provas, com toda a documentação de que estava lutando a tempos. E me propus, desde que eles (Diretoria de Barretos) se comprometessem com a aparelhagem e o credenciamento, por isso não dependia de mim, eu arcaria com a responsabilidade da reforma, de adaptação e nem isso eles me responderam”.

Porém, também de acordo com Helena Pereira, a própria Secretaria Municipal de Saúde não demonstrou interesse em ajudar na solução. “Eles não tiveram nenhum interesse porque se tivessem, teriam encaminhado para Barretos. Já estou com a planta pronta, está lá com o promotor”, acrescentou.

Helena reforçou que, enquanto provedora, não teve apoio da Secretaria de Saúde para solucionar a questão da UTI. Até por isso ressalta que não havia essa pendência. “Mesmo porque, diante da documentação que encaminhei para o promotor, ele disse que ia arquivar o inquérito da UTI. Aí eu falei não, agora tem que tocar para a frente porque agora está comprovando que faltou empenho do poder público. Está comprovadíssimo”.

Aviso da intervenção
Helena conta que tomou con­he­cimento oficial da intervenção por volta das 14 horas da quinta-feira, mas da parte do administrador hospitalar, Mário Flores. Embora tivesse alertado o funcionário da prefeitura que o ofício deveria ser entregue a ela, ouviu que a recomendação era para entregasse apenas para o adminstrador.

“A própria recepcionista falou esse moço está procurando pelo funcionário a respeito da intervenção. Eu falei: não isso não é com ele é comigo. Ai o rapaz veio na minha sala e falou assim: não, por favor, dona Helena, a ordem que eu tenho é para entregar para ele só. Ai eu estranhei e fiquei pasma”.

Depois disso Mario Flores lhe entregou uma cópia do decreto: “Foi assim que tomei conhecimento. Eu estava ali aguardando porque havia alguns comentários na cidade que ele iria assumir na quinta-feira, então fiquei a manhã toda lá. Fui almoçar e era 1h15 estava lá de volta, estava preparada para receber e passar os relatórios, tudo como manda. Ai, diante aquela situação, ele deixou claro que era o funcionário que tinha que receber, não eu. Ai eu fui embora”. Por isso, deixou o hospital por volta das 15 horas, levando alguns pertences porque a maior parte já tinha transportado para sua casa.

Atitude infantil
Helena Pereira relata que ficou muito constrangida com a maneira como foi conduzido o processo. “Faltou respeito por parte do prefeito Geninho. Vejo como uma atitude infantil e sem explicação. Me senti ultrajada porque estive lá durante quatro anos fazendo um trabalho voluntário e, às véspera do Dia Internacional da Mul­her, eu ser tratada dessa forma? Então, eu me senti muito mal. Eu me senti traída, não pela população, porque quero agradecer o que a população fez comigo todo esse tempo, a gente só conseguiu fazer tudo o que fez porque a população esteve junto, tenho a gratidão pelos médicos, a decisão foi tomada um pouco tardiamente, mas eles estiveram comigo durante todo esse tempo”.

Helena conta que tem recebido muito apoio das pessoas que não compreendem a forma como foi desrespeitada “por uma pessoa que subi no palanque e apoiei porque ele prometeu ajudar a Santa Casa. E mais, eu não esperava isso por parte de uma pessoa que veio me convidar várias vezes para ser vice na sua chapa”.

Motivação política
Para Helena Pereira, tudo não passa por uma motivação política enganosa: “Eu tenho muito claro que o que está por traz disso tudo é o medo que eu venha a ser candidata futuramente, mas esse tipo de coisa não está nos meus planos. Esse tipo de pensamento é coisa de gente mesquinha. É uma atitude de um governo que está tão enrolado, que é um governo disperso, tão alheio aos problemas da saúde, da educação e, fez tudo isso para me humilhar publicamente”.

Cabide de empregos
Por outro lado, afirmou que estuda, junto com seus representantes jurídicos, uma forma de contestar e impedir que continue a intervenção. “A minha grande preocupação é que a Santa Casa volte a ser um cabide de empregos, como já foi”, finalizou.

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