12 de julho | 2009

Provedora ameaça fechar a UTI da Santa Casa local

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 Os constantes e elevados prejuízos verificados em todos os meses e a falta de apoio das autoridades estão fazendo com que a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), da Santa Casa de Olímpia, tenha suas atividades interrompidas. A informação foi prestada pela provedora da instituição, Helena de Souza Pereira (foto), no início da tarde da sexta-feira, dia 10. Com sete leitos para atendimentos, a maioria pelo SUS (Sistema Único de Saúde), o atendimento gera em média, aproximadamente R$ 70 mil de despesa por mês.

De acordo com ela não há mais como administrar a situação e nem como esperar o credenciamento do Ministério da Saúde, para passar a atender com 10 leitos, o que aumentaria o faturamento com esse tipo de atendimento, bastante caro até mesmo em razão dos medicamentos exigidos para as situações enfrentadas.

Por isso, já na segunda-feira, dia 13, Helena Pereira vai informar à Diretoria Regional de Saúde, em Barretos, a decisão de parar a prestação do serviço de UTI. "A partir de agora todos os casos serão encaminhados para hospital da cidade de Barretos", asseverou.

Helena explica que cada paciente permanece na UTI por aproximadamente R$ 15 dias, com o hospital recebendo uma diária de R$ 139,00, valor que é pago pelo sistema para hospitais que tem a classificação da Santa Casa, ou seja, com apenas sete leitos para atendimento.

Porém, a situação se complica ainda mais se considerar o fato de que há aproximadamente 270 internações por mês, sendo que destas, 216 são mantidas pelo SUS. Enquanto isso a despesa mensal gira em torno de R$ 70 mil, valor idêntico ao prejuízo apurado mensalmente.

Entretanto, se a provedora já tivesse conseguido aumentar o nível do hospital na relação com o SUS, ou seja, se pudesse operar com os 10 leitos, a remuneração da diária passaria para R$ 472,00. Essa alteração surgiria como um refresco para a administração do hospital.

Segundo os cálculos mostrados pela provedora, o faturamento com a prestação desse serviço que atualmente gira entre R$ 15 e R$ 17 mil por mês, passaria para mais de R$ 100, situação que cobriria as despesas que seriam as mesmas e ainda sobraria alguma coisa para suprir outros encargos do hospital.

O problema da falta de apoio, principalmente financeiro, que diz sentir da parte do prefeito Eugênio José Zuliani, Geninho, atrapalha aguardar até que saia o credenciamento do SUS para aumentar o total de leitos. "Não dá para esperar e vou fechar", assevera.

De acordo com a provedora, a instituição continua recebendo apenas a subvenção de R$ 50 mil, mesmo valor que vem sendo repassado desde o início do convênio da gestão plena de Saúde com o município. "E o prefeito prometeu aumentar para R$ 200 mil, mas se passasse para R$ 180 seria o suficiente", avisa a provedora.

Por isso, reforça a provedora, a partir de segunda-feira não vai internar mais ninguém na UTI, embora garanta o atendimento aos pacientes que lá já se encontram. "Saiu um não vai entrar mais nenhum", enfatiza.

 

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