17 de maio | 2011
Provedor desmonta 3.º andar inclusive ala de pediatria da Santa Casa
Ao contrário do que informou à Folha, no final da tarde da sexta-feira da semana passada, dia 13, quando disse que a decisão era apenas a de não internar mais pacientes do SUS naquela ala, o provedor da Santa Casa de Olímpia, Marcelo Elias Najem Gallette, teria desativado o terceiro andar da Santa Casa de Olímpia, inclusive, todo o setor de pediatria que também funcionava no pavimento.
Essa informação foi divulgada no início da tarde desta terça-feira, dia 17, pela advogada Helena de Sousa Pereira, que antecedeu o atual provedor, durante entrevista que concedeu a uma emissora de rádio da cidade.
Helena resolveu ir verificar a situação, logo após tomar conhecimento da informação publicada no sábado, dia 14. "Quando eu vi a manchete no jornal (Folha da Região) e vi as declarações dele, fiquei estarrecida", declarou.
De acordo com ela, exceto a parte da pediatria, que foi totalmente desmontada, o outro setor ainda tem as camas montadas, mas nenhuma delas em condições de receber algum paciente.
Helena conta que no terceiro andar foram feitas modificações, inclusive com a colocação de cortinas e aparelhos de televisão, visando dar mais comodidade aos pacientes. "Aqueles quartos eram para casos especiais", disse.
Os casos especiais, segundo explicou, eram de idosos, por exemplo, que necessitam de maior tranquilidade para se recuperar do que teriam se permanecessem internados na enfermaria, como consta que vem ocorrendo.
Por isso, ela nega que tenha feito política durante o período em que atuou à frente da Santa Casa e, além disso, denunciou que, atualmente é que se tem feito política dentro do hospital, inclusive com participação de vereadores. "É a eles que ele (provedor) se refere, porque eu nunca fiz política lá dentro", asseverou.
MÉDICOS NÃO
ACOMPANHAM PARTOS
Por outro lado, em meio à entrevista que Helena Pereira concedia, uma ouvinte que se identificou apenas com o nome de Aiene Dualque, telefonou à emissora para prestar apoio às declarações da ex-provedora.
Mas, além do apoio, o que se constatou é que a falta de médicos na Santa Casa tem sido um problema constante. De acordo com essa ouvinte, uma parente sua deu a luz a uma criança, no hospital, praticamente sem assistência médica, a não ser do pessoal da enfermagem. "São as enfermeiras que fazem os partos", enfatizou.
"Lá não há às vezes médicos. Está tendo muitas dificuldades. Inclusive tenho uma parente minha que foi dar a luz e teve o neném sozinha porque o médico não se encontrava lá. As enfermeiras fizeram o parto sozinhas e se ocorresse algum problema, o que teria acontecido?", questionou.
OUTRO LADO
A Folha tentou manter contato com o provedor da Santa Casa, comerciante Marcelo Elias Najem Gallette, para ouvir suas explicações a respeito da informação tornada pública por Helena Pereira, no entanto, não foi possível um contato com ele.
Mas foi deixado recado na caixa postal de seu telefone celular, por volta das 14 horas, informando que se tratava de problemas relativos ao dia-a-dia da Santa Casa e que retornasse a ligação. No entanto, isso não ocorreu até que a informação fosse levada ao ar.
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