24 de março | 2024

Progresso de Cunha: os diaristas do Turismo ganham apenas R$ 60 por 8 horas trabalhadas

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VERGONHA E INDIGNAÇÃO!
Como querer que a população defenda o turismo se ela não existe no projeto do prefeito? Condições de trabalho no setor turístico de Olímpia geram indignação e debate sobre a importância do setor para o município como um todo.

Olímpia, conhecida por seu potencial turístico e qualificada como Estância, registrou esta semana um fato que trouxe à tona o motivo principal pelo qual a maioria da população não consegue acreditar no poder de inclusão do setor. Esta semana vieram à tona informações sobre a remuneração dos diaristas envolvidos nas atividades turísticas da cidade, causando indignação entre a população e questionamentos sobre a política de gestão municipal.

Segundo prints que circularam em grupos de WhatsApp, empresas terceirizadas, responsáveis pela contratação desses trabalhadores, estabeleceram a diária de apenas R$ 60 por oito horas de trabalho. As atividades incluem limpeza, atendimento em bares e restaurantes, e até mesmo serviços de manutenção e de pedreiro, revelando um cenário de precariedade e exploração.

COMO QUERER QUE A POPULAÇÃO
DEFENDA O TURISMO?

A divulgação dessas informações ganhou destaque no podcast “Pod Pai e Filha”, onde os âncoras Bruna e José Antônio Arantes expressaram sua indignação com a situação. De acordo com José Antônio Arantes, o cenário atual reflete uma visão de cidade onde uma minoria se beneficia largamente dos frutos do turismo, enquanto a grande maioria da população, estimada em 50 mil habitantes, luta por condições mínimas de subsistência.

“Esta parece ser a cidade dos sonhos do prefeito, o campeão da terceirização”, criticou Arantes, sugerindo com ironia que na gestão de Fernando Cunha só falta terceirizar o cargo de prefeito.

O descontentamento com as condições de trabalho não se limita à remuneração. Outros aspectos ligados ao regime de trabalho e garantias trabalhistas como férias, décimo terceiro salário e FGTS, contribuem para a insatisfação geral.

TERCEIRIZADA COMUNICA OS
R$ 60 DOS DIARISTAS PELO ZAP

Uma comunicação oficial de uma das empresas terceirizadas que mantém um grupo de prováveis contratados no WhatsApp, justifica a redução do valor da diária como uma estratégia para aumentar o número de colaboradores mensalistas, evidenciando uma prática que coloca em xeque a valorização e o respeito ao trabalhador.

A repercussão dessa situação levantou questionamentos sobre a sustentabilidade e ética das práticas turísticas na cidade. Além das questões trabalhistas, a problemática revela uma crise mais profunda no modelo de turismo praticado em Olímpia.

Manifestações nas redes sociais indicam uma crescente resistência da população local ao turismo, visto não como uma oportunidade de desenvolvimento econômico e sim como uma fonte de exploração e desigualdade.

REVISÃO DE UMA POLÍTICA
PÚBLICA QUE NÃO EXISTE

A realidade enfrentada pelos trabalhadores do setor contrasta com a imagem vendida aos turistas, marcando um ponto de inflexão sobre a necessidade de revisão das políticas públicas voltadas para o turismo.

O caso de Olímpia ressalta a urgência de políticas que garantam não apenas o desenvolvimento das empresas e prestadores de serviço, mas também o respeito e a valorização dos moradores e trabalhadores que sustentam esse setor.

As revelações causaram uma mistura de indignação e frustração com o atual estado das coisas, mas veio confirmar uma situação que já era manifestada pela população nas redes sociais. Em resposta às condições expostas, muitos residentes questionam o benefício real do turismo para a população local.

POPULAÇÃO ACABA SENDO
CONTRÁRIA AO TURISMO

Uma pesquisa mencionada pelos âncoras do podcast “Pod Pai e Filha” sugere que uma grande parcela da população local pode ser contrária ao modelo de turismo atual, vendo-o mais como uma fonte de exploração do que de oportunidade.

O descontentamento com a situação levou a pedidos por uma revisão das políticas públicas relacionadas ao turismo e ao trabalho. A necessidade de uma fiscalização mais rigorosa das condições de trabalho e da aplicação das leis trabalhistas no setor turístico tornou-se um tema recorrente nas discussões.

A crítica direcionada à administração municipal destaca uma demanda por uma governança que priorize o bem-estar da população e não apenas os lucros imediatos.

Entre os sinais de resistência, estão movimentos na internet e grupos de WhatsApp onde trabalhadores e simpatizantes compartilham experiências e protestam.

O CORONEL SÓ VÊ A CASA GRANDE

A situação em Olímpia ilustra os desafios enfrentados por cidades turísticas em equilibrar o desenvolvimento econômico com a justiça social. A crise expõe a necessidade urgente de repensar o modelo de turismo praticado, de modo que beneficie de forma mais equitativa todos os membros da comunidade.

O debate sobre as condições de trabalho no turismo de Olímpia está longe de ser resolvido, mas a atenção que agora recebe pode ser o primeiro passo para mudanças significativas, principalmente pelo fato de estar surgindo um novo horizonte com as eleições municipais.

A situação em Olímpia mostra a necessidade de se encontrar políticas de desenvolvimento econômico que não apenas busquem o crescimento desordenado, mas que também assegurem a dignidade e os direitos dos trabalhadores que sustentam essa expansão.

O futuro do turismo em Olímpia, com certeza, dependerá da capacidade de reconciliar esses dois objetivos.

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