Uma praga trazida por uma espécie de mosca branca está matando árvores do tipo ficus em Cajobi. Segundo o engenheiro agrônomo da Casa da Agricultura Marcos Augusto Pavani, o inseto deixa pontos brancos nas folhas, que depois amarelam, escurecem e começam a cair. A responsável é uma toxina depositada na seiva da planta, que impede que ela “respire” (fotossíntese).

Segundo a informação publicada na terça-feira, dia 20, pelo Diário da Região, de São José do Rio Preto, 10 árvores da Praça da Matriz da cidade já foram arrancadas e mais duas estão doentes e também devem ser erradicadas.

Conforme Pavani, as árvores eram antigas, com cerca de meio século, e o que mais preocupa é que a maioria das cultivadas na cidade é da espécie ficus, o que facilita o alastramento da doença.

Árvores doentes já foram encontradas em quintais e o risco da praga se espalhar pela região não está descartado. “Este é o problema da monocultura. Nosso medo é aparecer outra praga que contamine o oiti, que representa 42% da área verde urbana. O ideal é não ter mais de 20% de uma espécie só e arborizar com variedade e com espécies nativas. A ficus vem da Ásia e por isso se torna mais suscetível ao ataque de pragas”, explica o engenheiro.

De acordo com ele, algumas das espécies ideais para cultivo em área urbana são ipês, sibipiruna, flamboyant, magnolia, acácia, canelinha, quaresmeira e pata-de-vaca: “Acreditamos que a contaminação se dê quando a mosca suga a seiva da planta, a partir de folhas e ramos, injetando toxina. A mosca pode mudar o PH da planta para se alimentar, deixando as árvores mais fragilizadas e expostas a outras doenças causadas por fungos ou viroses e insetos aproveitadores, como os cupins”. Cajobi ganhará um novo projeto de paisagismo em breve. O município tem 8% de área verde e 4,6 mil árvores.