20 de novembro | 2011

População fica sem atendimento por falta de médico na Sta. Casa durante toda sexta-feira

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A população de Olímpia, cidade turística, ficou sem atendimento de emergência e urgência durante toda a sexta-feira, por falta de médico plantonista. Pelo menos é o que ficou estampado após uma advogada de São Paulo ficar à espera por mais de duas horas e ter comunicado a polícia, a TVTem e esta Folha.

A advogada Marisa Amaro dos Reis, moradora de São Paulo, mas que tem familiares em Olímpia, acabou ficando sem atendimento no Pronto Socorro do único hospital da cidade na tarde de ontem, sexta-feira, 18.

Ela necessitava de um pequeno procedimento médico, mas não havia um plantonista para fazer o atendimento.

A advogada contou que estava na cidade desde o final de semana passado e na segunda-feira desta semana esteve na Santa Casa onde foi constatado um problema de saúde e o plantonista a encaminhou para o Hospital de Base (HB), de São José do Rio Preto.

Nesta sexta-feira, retornando de Rio Preto, sua médica em São Paulo pediu para que fosse até o hospital local para realizar um procedimento médico no plantão.

Marisa dos Reis conta que chegou por volta das 16 horas, passou o cartão Bradesco Saúde e ficou aguardando por mais de duas horas, quando então, ligou de volta para sua médica em São Paulo contando a situação e foi orientada a tomar outro tipo de providência sem o auxílio de um plantonista do hospital.

No entanto, embora seu problema tenha sido resolvido, ficou indignada com a situação que encontrou no pronto-socorro do hospital onde aproximadamente 40 pessoas aguardavam a chegada de um médico, segundo algumas delas com quem conversou, há mais de 4 horas.

As atendentes deixavam claro que não tinha médico no plantão e que não sabiam a que horas iria ter. Em certo momento, inclusive, uma delas disse que tinha ligado para o administrador do hospital para tomar uma providência, mas que pelo jeito estava difícil de resolver.

FEZES ESPARRAMADAS

Outra situação vexatória relatada pela advogada era o estado em que se encontrava o banheiro do local. Havia fezes esparramadas pelo chão, afirmou a advogada.

A advogada deixou a Santa Casa por volta de 18h30 após cancelar a consulta pela qual já havia passado o cartão, foi até o orelhão e disse que comunicou o fato à polícia e também teria ligado para a TVTem em São José do Rio Preto e para esta Folha.

Ela relata que ficou penalizada com a situação desumana enfrentada pelas pessoas que estavam lá, porque estavam sentindo dores, enfim passando por algum problema que necessitava de auxílio médico imediato e já aguardavam há muitas horas. Mas o que mais lhe entristeceu foi o caso de uma mãe, ainda jovem, com uma menina de mais ou menos um ano e meio que tinha levado um tombo e estava com o nariz sangrando, sem que ninguém tomasse qualquer tipo de providência.

"Ela acabou indo embora com a criança do mesmo jeito que chegou, com o nariz sangrando e sem nenhum tipo de atendimento. E o que é pior, vi a mulher indo embora a pé, em desespero, com a filha no colo", afirmou. "É um verdadeiro caos. Desse jeito ainda vai morrer gente lá", acrescentou.

Acredita-se que durante todo o dia, o hospital tenha ficado sem plantonista, uma vez que tinha pessoas que por volta de 16 horas que já estavam no local aguardando há mais de 4 horas e por volta de 21h30 minutos ainda não havia aparecido nenhum.

Por volta de 21h30 já não tinha mais tanta gente no local acreditando-se que dezenas de pacientes tenham voltado para casa sem atendimento médico-hospitalar.

OUTRO LADO

O médico Nilton Roberto Martinez, que é diretor técnico do hospital, por volta de 21h30 da noite de sexta-feira estava em São Paulo participando de um congresso médico, mas afirmou que já tinha ficado sabendo do caso pelo provedor da Santa Casa, Mário Francisco Montini, e que estavam tentando que o médico Fernando Ockabe assumisse o plantão que é preenchido por uma cooperativa que é contratada pelo hospital para fornecer os médicos plantonistas.

Segundo Martinez, a cooperativa simplesmente não havia enviado nenhum médico para atender o plantão durante o dia, deixando o hospital na mão.

Nilton chamou isso de "palhaçada" e afirmou que o hospital, segundo tinha conversado com a provedoria, deveria tomar uma providência para resolver o problema que esta cooperativa vem acarretando para a Santa Casa.

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