12 de outubro | 2008

Polícia civil retoma a greve e ameaça paralisar serviços

Compartilhe:

 

Os delegados de polícia do Estado de São Paulo resolveram encerrar a trégua com o Governo e retomar a greve da categoria, interrompida na quarta-feira desta semana, dia 8, numa tentativa de um acordo salarial. Desde a manhã desta sexta-feira, dia 10, as delegacias, distritos policiais e plantões estão registrando apenas as ocorrências de casos mais graves. Porém, a situação pode se complicar ainda mais depois dos desencontros entre a categoria e o governo do Estado de São Paulo.

Até houve uma retomada das negociações com o governo do Estado de São Paulo, que levou os policiais civis a uma paralisação da greve por dois dias a partir do início da manhã da quarta-feira desta semana. Porém, de acordo com o delegado Antônio Alicio Simões, representante da Associação dos Delegados de Polícia Civil do Estado de São Paulo (Adpesp), em razão do governo não apresentar nova proposta, a categoria resolveu, na noite da quinta-feira, dia 9, retomar o movimento que começou no dia 16 de setembro.

"Mostrando que estávamos dispostos a conversar e resolver o problema da categoria que vem sofrendo há 15 anos, a pedido do governo nós demos trégua de 48 horas no nosso movimento grevista. Mas infelizmente, por inabilidade, deixaram nossos representantes esperando por mais de duas horas, na noite de ontem (5.ª feira)", explicou.

De acordo com Simões o governo chamou a categoria para conversar por volta das 19 horas da quinta-feira e somente atenderam os delegados por volta das 21 horas. "Quando anunciaram que não tinham condições de atender nosso pedido e que mantinham o percentual de 6,2% de reajuste", acrescentou.

A partir de agora a situação do movimento pode endurecer um pouco mais: "Acreditamos que nas próximas horas comessemos uma campanha mais agressiva". Segundo o delegado, até mesmo as ocorrências mais graves podem deixar de serem registradas por causa dos últimos acontecimentos.

Por enquanto, ainda estão sendo registrados os casos graves. "Agora, já ouvi algumas manifestações da gente parar de uma vez e não fazer absolutamente mais nada. Estamos aguardando o comando (de greve) para decidir sobre isso", afirmou.

Os policiais pedem reajuste de 15% (o governo ofereceu 6,2%), incorporação de todos os adicionais no salário em até dois anos e manutenção da aposentadoria especial de 30 anos de serviço. Se não houver acordo em dois dias, a Polícia retoma a paralisação.

A negociação foi retomada após o governo, na semana passada, apresentar informalmente aos policiais um pacote de propostas que incluía aumento linear de 6,2%, aposentadoria especial após 30 anos de serviço e redução de seis para quatro classes de carreiras (que definem o patamar salarial), entre outros benefícios.
Segundo a Adpesp e a assessoria da Secretaria Estadual de Gestão Pública, houve avanço em alguns pontos: na concessão de aposentadoria especial e na proposta de reduzir o número de classes.

 

Compartilhe:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do iFolha; a responsabilidade é do autor da mensagem.

Você deve se logar no site para enviar um comentário. Clique aqui e faça o login!

Ainda não tem nenhum comentário para esse post. Seja o primeiro a comentar!

Mais lidas