05 de fevereiro | 2012
Para provedores atendimentos a pobres atrapalham a Santa Casa

Pelo menos é isso que se entende das palavras tanto do provedor, Mário Francisco Montini, quanto do vice-provedor Vivaldo Mendes Vieira, que também ocupa cargo em comissão na administração do prefeito Eugênio José Zuliani, na função de presidente da empresa Prodem (Progresso e Desenvolvimento Municipal).
Na opinião de Mário Montini “muitas vezes a criança fica o dia inteiro com febre, com vômito e ai só vai aparecer aqui depois da novela, que é o horário de pico, a hora que o marido saiu do boteco e foi para casa e cria aquele monte de gente para ser atendida”.
“Então, porque não foi levada essa criança na hora que começou o problema, lá nos ambulatórios? O ambulatório já teria resolvido esse problema. Ai, na hora que chega aquele problema que é urgência e emergência nós não temos, o atendimento fica precário porque é muita gente para atender, para um médico só”, acrescentou cobrando mais atitude das pessoas mais simples.
Mas indica que é impossível colocar dois plantonistas no pronto socorro porque gasta R$ 100 mil por mês para um plantonista e recebe apenas R$ 73 mil da Prefeitura Municipal, o que gera um déficit de R$ 27 mil aproximadamente, só com os serviços médicos. “É impossível. Levamos prejuízo de R$ 30 mil fora a energia elétrica e funcionários”, justifica.
Por isso, com a inauguração da Unidade de Pronto Atendimento, ao ser questionado qual seria o futuro da Santa Casa disse: “Acredito que vai ser um futuro muito promissor. Acredito muito que a gente vai melhorar o atendimento, a confiabilidade da população vai ficar muito maior. Vamos manter aqui um atendimento de urgência e emergência para planos de saúde e também os particulares”.
Já o vice-provedor, Vivaldo Mendes, considera que após a UPA a Santa Casa entra na rota da reorganização. “A nossa expectativa com a entrada da UPA é a gente melhorar e ter mais eficiência, porque o grande problema de imagem que tem a Santa Casa é a porta de entrada que é o pronto socorro. Tem sempre aglomeração de pessoas lá na frente”, diz.
Essa aglomeração de pessoas, segundo Vivaldo, “é porque a cultura do pessoal de Olímpia, quando alguém da família passa mal, vem a família inteira.
Então, às vezes você tem 10 pessoas acompanhando um paciente. E muitos desses pacientes são problemas sérios porque estavam bebendo num bar, tem uma briga, algum desentendimento familiar e vem aqui com o estado de ânimo muito mais alterado.
Aí chega ameaçando, quebrando porta, agredindo o médico plantonista, indo fazer BO porque demorou 20 minutos para atender”.
“Com a entrada da UPA, entendemos nós, vai melhorar bem porque virão aqui só os conveniados e os particulares. Ai dará para fazer um trabalho melhor”, finalizou.
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