21 de abril | 2019

Olímpia entre os 10 da região com mais agrotóxicos na água

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De acordo com o Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua), do Ministério da Saúde, junto com Catanduva, o município de Olímpia é uma das duas da região noroeste, onde testes detectaram a presença de inseticida e pesticida em excesso na água distribuída pela Superintendência de Água, Esgoto e Meio Ambiente – Daemo Ambiental. Nas duas cidades, foram encontrados excessos dos agrotóxicos Aldicarbe (inseticida) e Aldrin (pesticida). Os dois são considerados extremamente tóxicos e são proibidos no Brasil e na Europa.

As duas superam em nível de problemas a quem consome a água, o que foi encontrado nas dez maiores cidades da região – Rio Preto, Catanduva, Fernan­dópolis, Jales, José Boni­fácio, Mirassol, Novo Horizonte, Olímpia, Santa Fé do Sul e Votuporanga, onde os 27 agrotóxicos testados foram detectados.

Porém, em Olímpia e Catanduva, os resultados foram acima do limite considerado seguro pela legislação brasileira para dois tipos de agrotóxicos, de acordo com as informações do Sisagua.

Em praticamente todos eles, a água contém 27 agrotóxicos detectados, sendo 11 associadas ao desenvolvimento de doenças respiratórias, de visão e até o câncer, além de malformação fetal e disfunções hormonais e reprodutivas.

De acordo com o jornal Diário da Região, de São José do Rio Preto, esse é o resultado apontado na água que outros 503 municípios paulistas consomem e serviu de base para o estudo conjunto desenvolvido por Repórter Brasil, Agência Pública e organização suíça Public Eye, que analisou amostras de 2014 a 2017.

ESTUDO

Ao todo, no Brasil, 1.380 cidades apresentaram o mesmo resultado: todos os 27 agrotóxicos foram encontrados na água. As dez maiores cidades da região estão nessa lista. Os níveis de veneno, porém, estão dentro dos limites considerados seguros no Brasil para Rio Preto e outras sete cidades – Olímpia e Catanduva são exceções. Pela legislação brasileira, a quantidade de agrotóxico em uma amostra de água pode variar de 30 a 500 microgramas por litro, dependendo do tipo de pesticida.

Limite que chega a ser cinco mil vezes maior que o padrão da União Europeia, que permite apenas 0,1 micrograma por litro de água. Nesse caso, Rio Preto seria reprovada e teria 23 agrotó­xicos acima do limite considerado seguro.

Em nota, o Ministério da Saúde informa que está fazendo um levantamento dos dados da presença de agrotóxico na água forne­cida pelos serviços de abastecimento de água em todo o País. “É importante ressaltar que não existem dados consolidados, não sendo possível, no momento, fazer avaliação sobre a situação da qualidade da água”, disse a nota encaminhada.

OUTRO LADO

Química responsável pela Superintendência de Água, Esgoto e Meio Ambiente de Olímpia (Daemo), Lilian Carla afirma que nunca foi encontrado nenhum resquício de agrotóxico na água e que os laudos atestam isso.

“Fazemos a análise da portaria completa a cada seis meses e nunca encontramos nenhum agro­tó­xi­co na água. Só se foi digita­da alguma informação errada e esse valor não corresponde ao real”, disse.

O Daemo também informou em nota que a qualidade da água fornecida à população é atestada por laudos emitidos por laboratórios que prestam serviço à autarquia. “Os documentos comprovam que o tratamento da água segue todos os parâmetros legais e está dentro dos índices permitidos”, informou.

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