12 de julho | 2020
Novas vítimas de incêndios provocados por empresário formalizam queixas na polícia
Advogado registra queixa que fogo
teria atingido terras arrendadas pela
Usina. Representante da Tereos
também registrou ocorrência na
delegacia de Olímpia. Até agora
três vítimas registraram queixa
na polícia de Olímpia.
Afirmando ter tomado conhecimento através de matéria publicada pela Folha da Região do inquérito policial que apura os incêndios acontecidos em Olímpia no dia 16 de junho, compareceu na delegacia de polícia de Olímpia o representante da empresa Tereos, o advogado Eduardo Itavo, formalizando o boletim de ocorrência, relatando que mais uma propriedade foi atingida.
O advogado contou na polícia que no dia 16 de junho o fogo atingiu o sítio Santo Antônio, cuja área é objeto de contrato de parceria agrícola, firmado entre o proprietário José Eugênio Zuliani e a empresa Tereos.
O representante da Tereos informou que o fogo atingiu 2.800 toneladas de cana-de-açúcar cultivadas em 24,65 hectares, causando prejuízos a Tereos e ao meio ambiente. Também na delegacia foi formalizada queixa por agricultor de sobrenome Antoniassi, proprietário de outra área atingida pelo fogo.
AUTOR CONFESSOU
Em depoimento prestado na delegacia de polícia de Olímpia, o comerciante Fábio Alves Pinto, de 38 anos, confessou ter ateado fogo em vegetação que atingiu várias propriedades do município de Olímpia. Ele vai responder por crime de incêndio e ambiental pelo fogo ter atingido área de preservação permanente.
O comerciante foi ouvido pelo delegado Marcelo Pupo de Paula no dia 26 de junho. Ele declarou que no último dia 16 do mês passado, de posse do veículo Honda que está em nome de sua esposa, se dirigiu até as proximidades do jardim Colorado, zona leste da cidade.
Afirmou o comerciante que viu um terreno com mato seco e resolveu atear fogo. Depois foi até outro local e também ateou fogo em mato seco. Contou que foi o vento que provocou o alastramento das chamas que atingiram outras propriedades.
NÃO SOUBE EXPLICAR
O acusado declarou ao delegado não saber explicar porque fez isso, não apresentando nenhuma motivação. Conta que somente depois é que ficou sabendo que uma das propriedades pertence a Eduardo Breda Lopes, que prestou queixa na delegacia de polícia de Olímpia. Depois do depoimento o comerciante foi liberado.
Por sua vez, o delegado Pupo de Paula informou que foi instaurado inquérito policial onde o comerciante será indiciado pelos crimes de incêndio e ambiental, pois parte de uma área de preservação permanente foi atingida.
O acusado poderá ser processado também na área civil pelas vítimas através de ações de indenização por dano material.
A Polícia Civil de Olímpia, comandada pelo delegado Marcelo Pupo, conseguiu chegar até o comerciante através de imagens gravadas do carro Honda e dele ateando fogo na vegetação. Até agora três vítimas registraram queixa na polícia de Olímpia.
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