05 de novembro | 2018
Mulher de 42 anos morre à espera de atendimento na UPA de Olímpia
Uma mulher de 42 anos de idade faleceu por volta das 09h30 da sexta-feira, 02 de novembro, após esperar por aproximadamente 30 minutos por atendimento médico na UPA – Unidade de Pronto Atendimento de Olímpia.
O caso, que ganhou grande repercussão na internet durante todo o final e início da semana, foi registrado na delegacia de polícia local, por volta das 11h30 do mesmo dia, pelo ajudante geral João Cardoso Magalhães, 48, residente na fazenda Campo Alegre, no bairro Tamanduá.
Segundo ele contou para a polícia, sua esposa, Roselaine Ferraz, de 42 anos, passou mal naquele dia e foi levada para UPA local onde teria ficado por aproximadamente 30 minutos aguardando por atendimento médico, mesmo anunciando que ela estava "sufocando a respiração" e que precisava ser passada na frente. Ele contou que quando o atendimento tardio chegou sua esposa acabou morrendo.
O fato repercutiu intensamente na internet e foi tema de grande parte do programa se segunda-feira, 05, "Cidade Em Destaque", pelos 98,7 Mhz da rádio Cidade que também é transmitido pelo Facebook.
Numa mensagem postada na página da rádio, uma sobrinha de Roselaina, Bruna Nascimento, postou que a tia havia permanecido na recepção da UPA enfartando por mais de 30 minutos sem ninguém ao menos verificasse a pressão dela que estava 26, como consta na declaração de óbito. "Ela morreu de frente àquela porta, caiada no chão nos braços do marido. A famosa porta do abatedouro. Antes de morrer ela apontou o dedo em direção a recepção e morreu".
E acrescentou: "Ela não foi atendida não, nem questionada dos sintomas que estava sentindo em momento algum".
A sobrinha adiantou que a família também pediu as imagens da câmeras de segurança da UPA. A família afirma que o único atendimento que Roselaine teve foi a entrada na recepção onde dá os documentos para ser atendida. "Ela apenas deu seus documentos, e depois não foi atendida e acabou morrendo no local".
A sobrinha acrescentou ainda: "a família vai buscar os seus direitos, porque não pela morte em si, porque às vezes o infarto não tem o que fazer, é imprevisto, mas se pelo menos ela tivesse falecido dentro da sala, dentro do atendimento, já tivesse sido atendida pela aquela triagem que acho ridícula, mas não eles não atenderam, não tiraram a pressão nem viram o rosto dela, agora se ela tivesse sido atendida e falecida dentro da sala, com atendimento com médicos ou enfermeiros, a gente teria o conforto de pelo menos terem tentado fazer alguma coisa. Mas não, a nossa indignação é justamente por isso é pela falta do atendimento, pela falta da triagem, a pressão dela na declaração de óbito estava 26, como uma pessoa chega enfartando, como eles são médicos, enfermeiros, eles sabem o processo inicial de uma pessoa que está com começo de infarto, como que eles viram a situação e não puderam fazer nada, pelo menos tirar uma pressão, fazer alguma coisa, mas eles não fizeram nada, ela morreu sem atendimento dentro da unidade pública de saúde, então é essa a nossa indignação. Porque a gente tentou fazer o melhor e pensando que ia melhorar, e não melhorou em nada".
No Facebook, vários comentários versaram sobre o tema, inclusive contando outras passagens e outros fatos vividos por internautas.
Rosa Prates Prates afirmou que viu uma mulher bem mal chegando de ambulância, e mesmo assim mandaram ela esperar lá na portaria e demorou demais. "Se fosse grave tinha morrido. Essa UPA dá medo!", enfatizou
Vera Singh: "A tia Rosa era pra tá aqui com a família dela, se atendessem ela logo. O caso dela era emergência e mesmo assim demoraram pra atender ela?"
Katia Marques: "Nessa terça-feira fui lá também com forte dor na barriga. Fiquei das 9h30 até 2h00 da tarde."
Aueila Postiglioni: "Por isso que quando a pessoa vai e faz barraco, fala que somos encrenqueiros. Mas se num for assim morre lá na porta. Fora que alguns médicos nem servem como médico que já olha na cara da pessoas e diz que é virose ou receita dipirona. É lamentável que Deus conforte a família dessa senhora."
Jéssica Paola Aquino: "Triste … na quarta feira estive lá e tinha um moço passando muito mal, suando frio e com muita dor e eles disseram que era pra ele esperar… Mas como ele tava com muita dor ele pediu que chamassem o médico e passasse ele na frente que ele não estava aguentando, mais eles não estão nem aí. Infelizmente é o que acontece com várias pessoas que dependem da UPA".
Priscila Mateus Zioli: "Eu tive descolamento de placenta. Estava grávida de 4 meses e sangrando horrores. Eles simplesmente me atenderam e me colocaram no soro alegando que era uma simples infecção de urina. Após isso eu enchi o saco das enfermeiras porque eu queria saber como estava meu bebe. Aí me mandaram fazer um ultrassom em uma clinica particular (mas quem bancou foi eles) depois me levaram novamente para a UPA e eu sangrando ainda fiquei das 9 às 16h00. Grávida, sem comer nada e sangrando muito! O médico não vinha com esse raio de exame até eu falar que ia fazer um BO porque estava perdendo minha filha! Aí o médico veio na hora e me mandou transferida com urgência para Barretos porque estava perdendo meu bebe. Adivinha? Chegando lá não tinha ordem para dar entrada a minha internação. A minha sorte foi que os enfermeiros do SAMU foram muito prestativos e eles fizeram de tudo para que eu conseguisse uma vaga. Porque se fosse pelo médico da UPA eu já tinha perdido minha filha a tempo …"
Tamara Silva: "Eu estava lá na hora que essa senhora estava passando mal. Demora demais e pelo que eu vi a boca dela já estava roxa. É um descanso com seres humanos. Meus sentimentos para a família".
Bruna e Leandro: "Bom Dia. Essa mulher que morreu eu a conhecia e realmente ela demorou para ser atendida e acabou falecendo nos braços do marido dela. Já foi avisado lá que ela estava mal e precisava ser atendida com urgência. Só falavam para o marido esperar e esperar e ela com falta de ar. É um absurdo isso. Quero ver se fosse da família deles. Apesar que acho que o pessoal lá deve ter plano né. Só pode."
A secretaria de Saúde de Olímpia esclarece que a paciente Roselaine Ferraz, de 42 anos, que veio a óbito na Unidade de Pronto Atendimento na sexta (2) recebeu atendimento médico adequado e ressalta que as medidas normais de procedimento foram adotadas. A secretaria de Saúde se sensibiliza com o ocorrido.
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