02 de abril | 2014

MPF investiga Rodrigo Garcia por propina no caso do "cartel do metrô"

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Da redação com Agência Estado
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encontrou indícios de envolvimento dos secretários estaduais José Aníbal (PSDB) e Rodrigo Garcia (DEM) no cartel dos metrôs de São Paulo. Ele pediu ao ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que dê prosseguimento às investigações em relação aos dois secretários, que são deputados federais licenciados.

O deputado federal Rodrigo Garcia, além de ter sido o deputado federal mais votado em Olímpia, é tido nos meios políticos não só como amigo pessoal do prefeito Eugênio José Zuliani, mas também como principal mentor de sua administração.

De acordo com a informação publicada nesta quarta-feira, dia 2, pelo jornal Diário da Região de São José do Rio Preto, no ofício encaminhado por Rodrigo Janot ao STF, ele sustenta que “há fortes indícios de existência do esquema de pagamento de propina pela Siemens a agentes públicos vinculados ao Metrô de São Paulo”.

No entanto, no documento, o procurador afirma que, por enquanto, não existem elementos que autorizam a continuidade das apurações relacionadas ao deputado federal Arnaldo Jardim (PPS), ao senador Aloysio Nunes (PSDB) e ao secretário Edson Aparecido (PSDB). “Há atribuição de situações concretas e específicas em relação ao deputado federal Rodrigo Garcia no depoimento do investigado colaborador. Os detalhes dados, assim como a menção a encontro pessoal entre ambos, autorizam, também, a colheita de maiores elementos contra esse parlamentar”, disse o procurador.

Além disso, Janot afirmou que “o colaborador apontou,

ainda, indícios de envolvimento do deputado federal José

Aníbal, na medida em que relata ter sido avisado que, com

a saída de Rodrigo Garcia da presidência da Comissão de

Transportes da Assembleia Legislativa do Estado de São

Paulo, deveria passar a tratar com o deputado José Aníbal,

que passara a ser responsável pelos contatos políticos e paga-

mentos de propina”.

O deputado federal é tido no meio político de Olímpia não só como amigo pessoal do prefeito Eugênio José Zuliani, mas também como principal mentor de sua administração.

FRAUDE

Conforme informações destacadas pelo procurador no ofício enviado ao STF, a Siemens teria se associado com a Alstom para formar um consórcio com o objetivo de vencer a concorrência para a linha 5 do metrô de São Paulo. Para Janot, a formação do consórcio teve o objetivo de diminuir a concorrência, numa atividade típica de cartel.

O procurador ressaltou o fato de que Aníbal e Rodrigo Garcia foram presidentes da Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa de São Paulo. Em relação a Aloysio Nunes, Arnaldo Jardim e Edson Aparecido, Janot concluiu que, por enquanto, não há indícios.

“Esse arquivamento não é impeditivo para que, caso surjam elementos concretos da participação destes ou de outros parlamentares, seja a investigação realizada, pois aí haverá justa causa para o seu prosseguimento”, afirma o procurador.

OUTRO LADO

Também de acordo com o que foi divulgado pelo Diário da Região, Rodrigo Garcia (DEM), disse que a tentativa de envolver seu nome no recebimento de propina pela Siemens é “despropositada e oportunista”.

Para ele, as alegações que fundamentam a decisão do

procurador-geral, Rodrigo Janot, são “mentirosas”. “O envolvimento de meu nome na investigação é despropositada e oportunista. O pedido de inquérito é fundamentado somente nas absurdas e mentirosas alegações do delator”.

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