19 de março | 2023

Uma família há dois anos à espera de uma justiça que certamente não virá

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17 DE MARÇO DE 2021 – 17 DE MARÇO DE 2023!
A triste nota de uma injustiça anunciada. O julgamento do executor será neste 29 de março. Mas por um crime que não condiz com a gravidade dos fatos. E, o que é pior, sem se chegar aos mandantes.

José Antônio Arantes – Passados dois anos (completados na sexta-feira, 17) desde que um bombeiro incendiário despejou gasolina nas portas de um prédio em pleno centro da cidade e onde funcionam o jornal Folha da Região, a Rádio Cidade e é também o local que este jornalista reside com sua esposa e a netinha/filha, à época com 10 anos de idade.

O julgamento do executor será neste 29 de março. Mas por um crime que não condiz com a gravidade dos fatos. E, o que é pior, sem se chegar aos mandantes.

Foram dois anos de agonia, de desânimo, de depressão, de sensação de impotência, de desesperança e de um sufoco que dói no peito por saber que os verdadeiros culpados estão se ancorando no sistema para ficarem impunes.

São dois anos, onde muita coisa deixou de ser feita (por exemplo, o não confirmar por falta de investigação que o bombeiro esteve num determinado edifício da cidade na noite anterior ao verdadeiro atentado terrorista que cometeu) e não se chegar ou investigar nenhuma pista concreta para elucidar totalmente o caso.

NÃO DÁ PARA ACREDITAR QUE
O BOMBEIRO TENHA AGIDO SOZINHO

Não dá para acreditar, dentro do contexto que antecedeu o fato, que o bombeiro incendiário teria feito e planejado tudo sozinho. Com certeza, o fez a mando ou contratado por alguém, ou por algum grupo de pessoas para quem a morte do outro era desejada ou coisa natural.

Mas o que resta é a angústia, a incerteza e a sensação de que nada mudou desde o fatídico instante de quase morte, sem que um grande número de situações tenham sido elucidadas, a não ser o óbvio, que um tentáculo humano, um desprovido do poder de reflexão, um verdadeiro pau mandado, que desonrou toda a classe daqueles que são treinados para salvar vidas, tenha tentado tirar a vida de dois anciões e de uma criança.

E pior é que, pelo que se depreende, em razão de o jornalista, nos veículos e programa que edita defender a ciência, o controle do inimigo que deveria ser comum, o novo coronavírus, após ter sofrido verdadeiro espancamento moral pelas redes sociais, pelos defensores e soldados humanos lutando ao lado deste inimigo invisível e do extremismo de direita, um certo tipo de neonazismo, passa por verdadeiro assédio judicial por parte de um advogado e de uma advogada negacionistas que patrocinaram simplesmente 16 ações contra o jornalista e os veículos que edita em nome próprio e em nome de outros de seus companheiros negacionistas, com estampada intenção de promover o chamado assédio judicial.

A FOLCLÓRICA OLÍMPIA AGORA
CONHECIDA POR TER UM BOMBEIRO
QUE PÕE FOGO EM CASA DE IDOSOS E CRIANÇA

Aliás, o advogado, ao que tudo indica, é amigo pessoal do bombeiro e foi flagrado ao seu lado em manifestação negacionista defronte a prefeitura meses após ter sido exonerado do serviço público municipal (a pedido ou não) e seu amigo ter tido pedido de aposentadoria negado, eis que era bombeiro civil municipal concursado (aliás, o bombeiro disse na delegacia que queria matar o prefeito).

A advogada que está agora a continuar o trabalho de assédio de seu colega, também achacou durante longo tempo o jornalista e os veículos que edita.

Não se sabe, até agora, quem mandou, participou, ou influenciou o atentado terrorista que fortaleceu Olímpia como folclórica em todo o mundo, pois o caso ganhou manchete internacional por um bombeiro ter colocado fogo em sede de veículos de comunicação e tentado matar um jornalista e seus familiares.

QUEM USOU AS MÃOS SUJAS DE GASOLINA
E QUE POR POUCO NÃO FICARAM ENSANGUENTADAS?

Tudo isso aconteceu em meio a um momento de crise institucional e política, com pelo menos parte da população brasileira, inclusive a local, apoiando uma pessoa desequilibrada e que estaria justamente promovendo o caos, o ódio entre os próprios cidadãos, como maneira de se perpetuar no poder. Felizmente não conseguiu ou conseguiram.

Diante disso, não se sabe até hoje, ou não se quer encontrar quem “usou” as mãos sujas de gasolina e que por pouco não ficaram ensanguentadas, do sujeito que praticou este ato que atentou contra a vida de um jornalista, sua esposa e uma criança de apenas nove anos que sofre há dois anos em razão dessa atitude bestial.

Sentiu na pele o que é não ter como respirar por estar em meio à fumaça de um fogo provocado e, o que é pior, diante de sua expertise infantil, ver a todo instante as discussões sobre o que poderia ter ocorrido se sua avó, com um “baldinho” de apenas dois litros despejados incessantemente, não tivesse arriscado sua própria vida para apagar o fogo rapidamente e evitado sua morte e a até a dos vizinhos, pois praticamente o quarteirão inteiro é composto de imóveis antigos (com muita madeira) e conjugados (parede meia).

ESTRANGULAMENTO FINANCEIRO
PELA PANDEMIA
E POR CAMPANHA DE NEGACIONISTAS

O atual momento continua degradante, em razão da crise econômica que exauriu os recursos que normalmente eram gerados em razão das campanhas de “negacionistas” para que se destruam os veículos editados pelo jornalista pelo estrangulamento financeiro, através do cancelamento e da não contratação de publicidade, além das ameaças que grassaram por vários meses pelas redes sociais, levadas a efeito por pessoas que poderiam ser tidas como suspeitas, pois fazem isso desde antes do incidente, sem que nenhuma autoridade as repreenda, ou as interrogue, mesmo já tendo recebido os “prints” caluniosos, difamatórios e ameaçadores.

Ora, se não se elucida o crime; se os verdadeiros mandantes continuarão na calada da noite rindo pela impunidade e o próprio executor não ficará preso um dia sequer, como a família deste jornalista ficará mais tranquila sabendo que quem engendrou ou incentivou este atentado terrorista não vá voltar a mandar outrem praticar outro ato que realmente produza o efeito morte e cale a boca de um ser que fala pra todos o que eles não querem ouvir?

PERDOEM O DESABAFO DE ALGUÉM
QUE SE SENTE IMPOTENTE,
DE MÃOS ALGEMADAS PELO SISTEMA

Me perdoem aqueles que leram este texto até aqui. Mas é o desabafo de um jornalista, advogado, professor de filosofia e sociologia, que mesmo com todo o conhecimento adquirido ao longo de seus 64 anos, se prostra inerte, se sente incompetente, impotente, descrente, sem condições mínimas de garantir os mais precários conceitos de dignidade para sua própria família, que vive ameaçada, assombrada e tendo vilipendiada a todo instante a sua própria condição de ser humano, sem ter apoio de um Estado que não se sabe pra onde caminha e nem onde chegará.

José Antônio Arantes, Olímpia, 17 de março de 2023.

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