06 de janeiro | 2008

Motos estão em 85% dos acidentes com vítimas em dezembro

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 As motocicletas, sejam de quaisquer potências, estiveram envolvidas em cerca de 85% dos acidentes de trânsito com vítimas registrados somente durante o mês de dezembro de 2007 em Olímpia. Pelo menos isto é o que se pode depreender da informação divulgada nesta semana pelo tenente Luiz Augusto Duran, comandante interino da 2.ª Cia da Polícia Militar.

De acordo com o que o tenente Duran informou durante uma entrevista que concedeu, inclusive para falar sobre as novas normas do uso de capacetes, à Rádio Difusora AM, foram 40 acidentes de trânsito com vítimas, sendo que em 34 deles havia o envolvimento de motocicletas.

Mesmo em se tratando de um veículo que vem ganhando mercado, principalmente, entre a classe média que tem menor poder aquisitivo, Duran classifica que a situação está fora do que poderia ser considerado normal.

"Mas é um problema geral e não só em Olímpia que acontece isso. Pelo Brasil afora você vê que os acidentes envolvendo motocicletas são expressivos em virtude de vários fatores, até de questão econômica. É um veículo mais econômico, há facilidade de aquisição e tem muita motocicleta", avaliou.

Porém, ao mesmo tempo explica que, embora se trate de um problema de trânsito, não se pode simplesmente colocar sob a alçada da Polícia Militar. "A polícia não tem como coibir porque é uma questão de educação no trânsito", acrescentou.

A falta de educação no trânsito, somada à imprudência e à imperícia dos motociclistas, são fatores complicadores para a questão. "A gente trata essas pessoas não como motociclistas, mas como motoqueiro, aventureiro que se presta a fazer manobras arriscadas, ultrapassar veículo pela direita, fazer zigue-zague, a gente nota muito isso aqui na cidade também", afirmou.

Para o tenente quando a pessoa pega a carta definitiva na mão já acha que sabe tudo e quer correr e fazer graça no transito e acabam acontecendo os acidentes. "A instrução é muito bem feita. Eu acho que de cada um falta um pouco de consciência, de educação a mais para pilotar uma motocicleta", reforça.

Fumar pilotando e também falar ao celular são problemas que constantemente são verificados e os policiais tem alertado aos motociclistas para os riscos que isso traz e que ao mesmo tempo podem ser causas dos acidentes com este tipo de veículo.

Capacetes

Sobre os capacetes, o tenente reforça que os desgastados pelo bastante tempo de uso não têm como ser reformados e por isso têm que serem trocados.

"Tem uma validade até por conta da espuma do revestimento interno. Ele tem que ser trocado mesmo. Não tem como colocar o selo lá, inclusive não se acha esse selo para comprar, ele vem de fábrica", explicou. Já a faixa refletiva tem como adquirir. No entanto, os capacetes já enquadrados na nova regra já têm, além do selo do Inmetro, também os adesivos refletivos.

"Essa resolução já vem de 2006, de setembro de 2006 e foi prorrogada duas vezes, prorrogada para julho de 2007 e novamente agora, para 1.º de janeiro de 2008, ela começou a valer agora", afirmou.

Sobre a fiscalização disse: "a gente não está fazendo uma fiscalização exclusiva para verificar isso. Os casos pontuais a gente verifica se a pessoa está com a viseira levantada, sem os óculos de proteção, esses casos são fiscalizados e autuados. Agora não estamos fazendo uma operação ou uma fiscalização exclusiva para ver capacete, a gente como um todo. Uma fiscalização normal de transito, se deparar com a infração, logicamente será autuado".

Normas

As novas regras estabelecem que todos os capacetes devem ter o selo de certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) e faixas refletivas na lateral e na parte traseira do equipamento obrigatório de segurança. Outra exigência do Contran é o uso obrigatório de viseira transparente (padrão cristal) à noite e o uso de óculos de proteção especial no caso do capacete não ter a viseira. Óculos corretivos e de sol não substituem os óculos de proteção. O uso de películas escurecedoras na viseira está proibido.
De acordo com a Resolução, as sanções para tais infrações são as previstas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que estabelece multa de R$ 191,54, suspensão do direito de dirigir e recolhimento do documento de habilitação.

 

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