13 de outubro | 2014

Menino de seis anos vive há 4 com coração transplantado em Olímpia

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Com apenas seis anos de idade, há aproximadamente quatro anos e meio que o menino olimpiense Paulo Cezar Dutra Rocha está vivendo com um coração transplantado. Isso porque no dia 16 de fevereiro de 2010, ele protagonizou o primeiro transplante de coração realizado em uma criança pela equipe do Hospital de Base de São José do Rio Preto

Na época, o garoto Paulinho tinha um ano de oito meses de vida. Hoje ele leva a vida normal de uma criança, só que com um pouco mais de intensidade. Isso porque ele ganhou uma segunda chance para viver.
“Nós tomamos todos os cuidados necessários, mas deixamos ele viver normalmente. Meu filho está bem. Cresce a cada dia. Frequenta escola normalmente, faz arte e tudo mais. Às vezes, até esquecemos que ele recebeu um coração. Deus foi muito bom com a gente”, conta a mãe do menino, Giseli Dutra de Oliveira, 24 anos.

A família conta que o menino frequenta escola municipal, recebe acompanhamento da Secretaria Municipal de Saúde e pela equipe do Hospital de Base e da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), em Rio Preto.

Quando foi operado, Paulo Cezar sofria de uma doença congênita chamada miocárdio não compactado, que faz o coração ficar grande e perder a força para contrair e bombear o sangue.
Paulo Cezar apresentava um coração cinco vezes maior que o tamanho normal e tinha prioridade na lista de transplante, já que recebia medicamentos na veia para que o órgão continuasse a funcionar.

De acordo com a informação publicada pelo jornal Diário da Região, de Rio Preto, o coração que o menino recebeu foi de Gabrielly Alana Pivanti, que tinha 1 ano e três meses em 2010. A menina, que morava em Rubinéia, havia sido atropelada, em Santa Fé do Sul, quando teve traumatismo craniano.
Segundo a informação publicada pelo jornal Diário da Região, de Rio Preto, de acordo com dados do Datasus, banco de dados do Ministério da Saúde, aproximadamente 2,7 milhões nascem anualmente no Brasil. Desses, cerca de 23 mil apresentam alguma cardiopatia congênita – problema na estrutura e função do coração. Mas somente de 6 a 7 mil crianças são operadas, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV).

DÉFICIT DE CIRURGIAS PEDIÁTRICAS

Para o cirurgião cardiovascular e responsável pelo Serviço de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular Pediátrica do Hospital da Criança e Maternidade (HC), Ulisses Alexandre Croti, em todo o País existe um déficit no número de cirurgias pediátricas, para se corrigir as cardiopatias congênitas.

“O HB/HC é um dos 13 hospitais do Brasil que realiza esse tipo de procedimento por meio do SUS. O dinheiro repassado não é o suficiente para cobrir os gastos. Isso é uma realidade nacional.” Há 12 anos, o serviço é oferecido pelo HB/HC. No total, 3,5 mil crianças já foram operadas. Dessas, 182 procedimentos foram realizados no Hospital da Criança, que entrou em funcionamento em novembro do ano passado. Em alguns casos, o bebê chegou a ser operado com uma semana de vida.

O médico explica que “no caso da cardiopatia congênita, não é possível detectar a causa da doença. Podemos dizer que é multifatorial, mas nunca se conseguiu descobrir o porquê de uma determinada criança nascer com determinada doença. Em muitos casos, as mães se culpam, mas não dá para saber o motivo.” Mesmo sem se saber os porquês das cardiopatias, existem exames que auxiliam a detectar possíveis alterações. O ecocardiograma fetal é um dele. O procedimento é realizado entre as 22 e 28 semanas de gestação e detecta possíveis problemas de coração que a criança apresentará.

“Ele não está disponível no SUS e os convênios só autorizam o exame depois de constatada alguma alteração no ultrassom. Infelizmente, o exame não faz parte da rotina do Brasil, mas é importante que a gestante faça esse tipo de procedimento. E, se constatado alguma alteração, que ela dê à luz no hospital de referência em cardiopatia congênita”, explica o cirurgião cardiovascular. O teste do coraçãozinho é outro procedimento que detecta alterações no coração do bebê. Esse exame já é realizado em todos os hospitais. Um equipamento, que mede a saturação do oxigênio, é colocado no dedo da mão e do pé do bebê. Se a saturação for menor de 85% os médicos investigam o caso, pedindo mais exames.

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