22 de abril | 2012

Médicos que atenderam bebê dizem que Olímpia vive surto de vômito e diarreia

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Os dois médicos que atenderam Rafaela dos Santos Pereira, que faleceu no final da manhã da quinta-feira desta semana, dia 19, por volta das 11h30, na Santa Casa de Olímpia, Fernando Okabe e Atisushi Kuroishi, afirmam que a cidade está passando por um surto de vômito e diarreia. No entanto, embora sem determinar as causas, garantem que é um a situação que ocorre em todos os anos e que está sobcontrole.

“Todos os anos temos esse surto, não sei se é por causa do clube, que atrai muita gente de fora, mas é sempre assim. As mortes são raras, mas a emergência e a internação estão cheias de pacientes com esses sintomas”, afirma Kuroishi, segundo declaração creditada a ele pelo jornal Diário da Região de S. José do Rio Preto.

Ambos garantem também que foram corretos todos os procedimentos que adotaram, seja no primeiro atendimento realizado na manhã do dia anterior, seja no dia em que o óbito ocorreu.

A menina faleceu depois de sofrer uma parada cardíaca causada por desidratação e teve sua morte confirmada possivelmente mesmo antes de ser encaminhada para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

Mas coube ao pediatra Atsushi Kuroishi a declaração de óbito no final da manhã da quinta-feira, quando constatou a morte como tendo sido provocada por uma “desidratação aguda”, que teve origem em uma febre intestinal.

Alias, foi Kuroishi quem encaminhou Rafaela para a Santa Casa, horas antes de ela morrer. Ele assinou o atestado de óbito, mas não solicitou a necropsia. “Achei que seria muito desgastante para a família”, justificou ao jornal Diário da Região, de São José do Rio Preto.

Kuroishi, inclusive, deixa claro que podem ter ocorrido várias falhas, inclusive no sistema de saúde pública, uma vez que a mãe ficou peregrinando atrás de atendimento e não conseguiu antes de que o problema chegasse a ele. “Talvez se fosse mais cedo, conseguíssemos salvá-la”, afirma.

Já o primeiro atendimento, na manhã da quarta-feira, foi feito pelo plantonista da Santa Casa, Fernando Okabe. Ele afirma ter orientado a mãe sobre as providências a serem tomadas. “Examinei a menina, passei soro e remédio para cortar o vômito e, depois que ela estava hidratada e tinha parado de vomitar, orientei a mãe a procurar um pediatra na UBS de seu bairro e, caso a menina piorasse, a voltar na Santa Casa”, afirmou.

Porém, tanto no entendimento de Fernando Okabe, quanto no de Atisushi Kuroishi, a família deveria ter procurado atendimento de emergência na madrugada, quando viu que a menina não estava melhor.

LADO DA SANTA CASA
Já o diretor clínico da Santa Casa, Nilton Roberto Martinez, aconselha a família a solicitar a autópsia para saber as verdadeiras causas da morte.

O diretor clínico informou que o bebê chegou ao hospital desidratado e que todos os procedimentos normais para esse sintomas foram feitos.

Segundo ele, a desidratação pode ser causada por não ingerir água, pelo vômito e diarreia, entre outras doenças, mas que não é possível afirmar a causa, já que não foi feita uma investigação.

Martinez explica que a Santa Casa fez tudo o que podia fazer, mas que quando a bebe chegou e foi internada já não dava mais para fazer muita coisa.

Ele contou que a criança esteve no pronto socorro no período noturno e o médico plantonista disse que era preciso consultar um médico pediatra.

Acontece que a família não conseguiu ser atendida à tempo na rede pública e quando chegou ao hospital e foi internada, já estava em situação de difícil reversão de seu quadro clínico.
 

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