07 de julho | 2019

Marido acredita que Thais morreu por causa de erro médico da UPA com a aplicação de injeção

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O atendente Jean Mar­tins dos Santos, de 21 a­nos de idade, marido de Taís Cristina Dório Lima, que faleceu na madrugada de terça-feira desta semana, dia 2, aos 24 anos, quando estava internada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) em tratamento de dengue, doença transmitida pelo mosquito Aedes-aegypti adulto e con­taminado, acredita que a morte ocorreu em razão de um erro médico e teria sido provocada por uma injeção que aplicaram nela inadequadamente. Os do­is eram casados há cinco anos e têm um filho de 1 ano e 5 meses.

Ao ser questionado sobre ter sido um eventual erro médico Jean afirmou: “sim, tenho certeza. Se ela não tivesse tomado aquela injeção eu tenho certeza de que nada disso teria a­contecido. Se eles tivessem posto só para ela respirar porque estava com falta de ar estaria tudo bem, porque eles dariam soro com glicose porque estava fraca também, para ajudar. Mas não, aplicaram essa injeção que ela não aguentou”.

Entretanto, Jean dos San­tos avisa que vai correr atrás de seus direitos. “Vou em busca dos meus direitos. Vou lutar. Vou a­trás do médico. Se for preciso vou lá na prefeitura. Isso não pode acontecer. Aconteceu com u­ma amiga minha, que é a Larissa que faleceu há po­uco tempo”, disse chorando.

“Espero que Deus faça com que a justiça seja feita porque não pode ser assim. Se fosse algo natural não teria acontecido também com outras pessoas da mesma forma”, reforçou.

De acordo com ele, três dias antes ela descobriu que estava com dengue e foi fazer exame no sábado. A plaqueta estava 125. Tomou soro e voltou no domingo, porque ela estava ruim, desta vez a plaqueta estava a 60, bem baixa.

“Ela passou mal a manhã inteira. Foi à UPA às 9 horas da manhã e saiu de lá às 10 horas da noite. O médico falou que estava liberada e ela chegou a melhorar até a noite. Daí começou a beber líquidos. Na madrugada ela levantou vomitando bastante e começou a dar diarreia e ela ficou até de tarde falando que estava com dor na barriga. Chamamos a ambulância e fomos lá na UPA. Demoraram para nos atender. Eu tive que me alterar lá para acontecer o atendimento e a médica que estava lá, de plantão, passou os remédios para a enfermeira que foi aplicar a injeção de buscopan e não ficou para ver a reação da minha esposa. Apenas virou as costas e saiu (2.ª feira a noite) e fiquei vendo minha mulher dar os últimos respiros dela”, contou já emocionado.

Às 10 horas da noite reanimaram e colocaram o aparelho nela e disseram que tinha que ser trans­fe­rida para uma UTI. Saí a­chando que ia ser transfe­rida, mas 5 horas da manhã me ligaram para ir lá na UPA para dar notícia que ela tinha falecido”.

Jean Martins dos Santos conta que a enfermeira teria perguntado se ela (Thais) tinha usado alguma droga, “como se estivessem tirando o deles da reta”.

Tia faz “textão” no Face para relatar o sofrimento de Thais

Além de relatar todo o so­frimento vivido pela jovem Thais Cristina Dório Lima, que faleceu possivelmente por um erro médico após ser constatada a dengue, doença que é trans­mitida pelo mosquito Aedes-aegypti adulto e contaminado, na madrugada da terça-feira desta semana, dia 2, na Unidade de Pronto Atendimento (U­PA), aos 24 anos de idade, a tia dela, Nilva Dório, postou na manhã de quinta-feira em sua página no Facebook, que “a família quer os esclarecimentos do ocorrido, pois Thais era uma jovem de 24 anos que gozava de perfeita saúde. Entrou viva andando e saiu morta em uma viatura da funerária”.

 “Sou tia de Thais Cris­tina, irmã de sua mãe Ed­na Dório, e posso dizer com propriedade do acontecido por ter acompanhado de perto e em presença a quase todo o tempo. Peço aos influenciadores digitais que tomem bastante cuidado com matérias que publicam a respeito do caso, porque somos u­ma família de homens e mulheres trabalhadores e ho­nestos, mas não somos ignorantes de informações e tão pouco iremos aceitar qualquer tipo de nota que saia da imprensa, que possa ser in­verdade ou que queira de­negrir a imagem de Thais Cristina”, escreveu.

E continuou: “Minha sobrinha estava em tratamento na UPA de Olímpia desde sexta-feira passada (28), onde chegou com dores no corpo, febre e vômito, e o médico foi categórico no diagnóstico de­la: dengue. Desde então ela estava sendo cuidada em casa por sua mãe, ir­mã, pai e esposo com todo o zelo possível. Medicamento que foi dado a ela em casa: Dipirona indicado pelo médico da UPA, bem como alimentos e líquidos coniventes com o tratamento de Dengue assim como repouso”.

Nilva escreceu também que no Domingo de manhã Thais voltou a UPA e por lá ficou até umas 5 horas da tarde no soro. “Na segunda-feira por volta das 18 horas voltou a UPA reclamando de fortes dores na barriga. Jean seu esposo a acompanhou. Eles foram de ambulância. Ela reclamava muito de dor na barriga. Fizeram o procedimento em seu braço deixando um acesso para tomar soro, e nesse mesmo acesso no braço, Jean seu esposo afirma que foi aplicado uma injeção em sua veia. Imediatamente Thais começou a sentir falta de ar, e em seguida, passados segundos, Jean saiu a gritar que Thais estava morrendo, pois não conseguia respirar”.

E complementou: “Rapidamente a equipe médica e enfermeiros detectaram que Thais sofreu uma parada cardíaca. Segundo a médica levou 20 minutos para conseguir reanima-la. Desde então Thais estava entubada e em CO­­MA. Thais passou a noite toda na UPA sendo medicada e segundo a médica não poderia ser trans­fe­ri­da porque sua pressão arterial estava muito baixa e seria arriscado tirá-la de lá. Por volta de 6h20 da manhã minha sobrinha veio a óbito”.

E concluiu: “Essa é a verdade. Verdade também que foi dita no BO que O­cimar, seu pai, lavrou na delegacia de Olímpia. O corpo de Thais foi levado ao IML da cidade de Bar­retos onde fizeram autópsia. O laudo só sairá em 30 dias. A família e amigos querem saber o que aconteceu com Thais. Porque ela sofreu uma parada cardíaca após tomar uma injeção na veia?

Estudante de 21 anos também morreu em situação parecida

A morte da estudante La­ris­sa Alves Matheus, de 21 anos de idade, na madrugada da segunda-feira, dia 13 de maio próximo passado, por volta das cinco horas, também teria ocorrido nas mesmas circunstâncias do que aconteceu com a jovem mãe Thais Cristina Dório Lima, de 24 anos nesta semana. Larissa também estava internada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), para tratamento de dengue, doença transmitida pelo mosquito Aedes-aegypeti adulto e contaminado.

Assim como ocorreu agora, o caso também foi registrado em um boletim de ocorrência de morte suspeita na Delegacia de Polícia da Estância Turística de Olímpia, às 8h26, pela sogra de Larissa, a barman Valquíria Andreia Lopes da Silva.

Consta no histórico do boletim de ocorrência, que La­rissa foi até a UPA local, onde inicialmente o diagnóstico foi negativo para dengue e que se tratava de uma infecção na bexiga, passando alguns medicamentos para que ela tomasse em casa.

No dia seguinte, sábado, dia 11, na UPA, além da infecção na bexiga foi diagnosticada a dengue e ela foi medicada e liberada. No domingo, dia 12, foi levada novamente à UPA com muitas dores na barriga, onde foi ministrado o medicamento Tramal. Como Larissa não melhorou com a aplicação de tal medicamento, aplicaram Morfina e neste momento Larissa travou, ficando completamente imóvel, alegando que não conseguia se mexer.

Larissa foi transferida para a Santa Casa com a informação da UPA que seria um caso simples de dengue, não informando sobre os medicamentos que haviam aplicado em Larissa.

Na segunda-feira, dia 13, às 5:00, Larissa seria transferida da Santa Casa para Barretos-SP, porém, acabou falecendo.

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