16 de fevereiro | 2014
Levantamento mostra que Olímpia já vive epidemia do tráfico
Um levantamento realizado esta semana demonstra o que já se pode chamar de epidemia envolvendo principalmente os adolescentes olimpienses. As situações começam pela localização dos pontos de venda de entorpecentes, passa pelo encorajamento dos menores envolvidos com o crime que chegam a encarar fisicamente os policiais militares e chega até ao uso de um boné pregando o que se pode chamar de apologia ao crime de tráfico, com inscrição pedindo a liberação da maconha.
Por exemplo, dias atrás foi descoberto que um ponto de venda de entorpecentes estaria funcionando no cruzamento da Avenida dos Olimpienses com a Rua 9 de Julho, a aproximadamente de 100 metros de distância da Escola Municipal Santo Seno (foto), localizada na Rua David de Oliveira, que fica defronte a avenida que foi construída pelo ex-prefeito Wilquem Manoel Neves e atualmente está visivelmente em estado de abandono.
A sensação de impunidade, provavelmente por se sentirem protegidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que não permite que sejam presos, mas apenas apreendidos e no máximo levados para uma unidade da Fundação CASA (Centro de Assistência Sócio-educativo do Adolescente), onde acabam permanecendo durante pouco tempo, os agentes do tráfico não respeitam nem mesmo o edifício do Fórum da Comarca de Olímpia, localizado de frente para a Praça Monteiro Lobato, na região central da cidade.
Um menor infrator que inclusive já teria sido flagrado no interior de uma sala de aula portando um revólver, acabou “saindo no braço” com um policial militar durante uma abordagem praticamente na frente da Escola Estadual Maria Ubaldina de Barros Furquim, localizada na Rua Bernardino de Campos, nas proximidades da Praça Nossa Senhora Aparecida, na região central de Olímpia.
PROBLEMA PERDURA HÁ ANOS
Por outro lado, embora já se saiba que se trata de uma situação que se verifique praticamente todos os dias, foi a partir de um final de semana no qual a Polícia Militar registrou cinco ocorrências de tráfico de entorpecentes, que permitiu que se afirme que os agentes associados a traficantes voltaram a atuar fortemente no complexo que pertence à Prefeitura Municipal de Olímpia, no qual há duas escolas, uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e uma quadra esportiva, localizado no Jardim Paulista, na zona leste da cidade.
Alias, a presença do tráfico nesse complexo já foi notícia em maio de 2011, quando, depois de um cerco realizado nas proximidades a Polícia Militar apreendeu o menor ICSA, então com apenas 14 anos, que residia no Jardim Santa Ifigênia, zona norte, que já estava sendo chamado de “reizinho do tráfico do Jardim Paulista”.
Mas embora de uma situação que já se pode considerar está beirando a calamidade, o que parece é que as próprias famílias não têm se preocupado com a questão e permitem que os filhos, principalmente os menores, acabem se envolvendo em situações ao menos estranhas.
A essa conclusão se pode chegar após, dias atrás, um estudante de apenas 12 anos de idade, ter sido flagrado usando um boné que pedia simplesmente a legalização da maconha.
Cidade tem ponto de tráfico a 100 metros de escola no centro
Um ponto de venda de entorpecentes estaria funcionando no cruzamento da Avenida dos Olimpienses com a Rua 9 de Julho, a aproximadamente 100 metros de distância da Escola Municipal Santo Seno, localizada na Rua David de Oliveira, que fica defronte a avenida que foi construída pelo ex-prefeito Wilquem Manoel Neves e atualmente está visivelmente em estado de abandono.
Pelo menos é isso que se pode entender de uma ocorrência registrada pela Polícia Militar de Olímpia na tarde da quarta-feira, dia 12, por volta das 15h20, que foi divulgada na manhã de quinta-feira, dia 13, pelo repórter Valter Carucce. Consta que os policiais militares consideram o local como um ponto de venda de entorpecentes.
De acordo com a informação, no local foram apreendidos dois menores e um maior foi detido, todos eventualmente envolvidos com o trafico de drogas. Com eles foram encontrados três gramas de maconha e a quantia de R$ 42 reais em dinheiro.
Trata-se de uma ocorrência registrada por policiais da ROCAM (Ronda Ostensiva Com Apoio de Motocicletas), que abordaram três menores moradores do distrito de Baguaçu, que fica localizado na região noroeste do município de Olímpia.
Os policiais depararam com os três na Estação Rodoviária Paschoal Lamana e constava que havia denúncia anônima de um eventual envolvimento dos três com o tráfico de droga.
Os três foram acompanhados à distância e abordados no cruzamento da Avenida dos Olimpienses com a Rua 9 de Julho, quando os policiais notaram que MGS, de 17 anos de idade, havia entregue alguma coisa a Rafael José de Brito, de 18 anos, que aparentemente aguardava os jovens no local.
Ao serem abordados os menores confessaram que Rafael havia entregue a maconha para MGS e ESS, também de 17 anos, em troca da quantia de R$ 42.
Os três foram apresentados na Delegacia de Polícia de Olímpia, onde Rafael foi indiciado por tráfico privilegiado – quando não há flagrante. Junto com os menores, ele foi liberado em seguida e o caso será investigado pela Polícia Civil.
Tráfico não respeita nem o Fórum local
Provavelmente por se sentirem protegidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que não permite que sejam presos, mas apenas apreendidos e no máximo levados para uma unidade da Fundação CASA (Centro de Assistência Sócio-educativo do Adolescente), onde acabam permanecendo durante pouco tempo, os agentes do tráfico não respeitam nem mesmo o edifício do Fórum da Comarca de Olímpia, localizado de frente para a Praça Monteiro Lobato, na região central da cidade.
A esse entendimento se pode chegar através da análise de uma ocorrência relacionada ao tráfico de entorpecentes que foi registrada pela Polícia Militar no início da tarde do dia 3, uma segunda-feira, por volta das 12h20, ou seja, em plena luz do dia.
Ocorre que além de ser defronte ao Fórum a Praça Monteiro Lobato, localizada no cruzamento da Rua Engenheiro Reid com a Rua Dr. Antônio Olímpia, faz divisa através de muro, da Escola Estadual Dona Anita Costa.
No local, os policiais militares apreenderam um tijolo de maconha pensando 10 gramas, que estava escondido ao lado da base do busto do patrono da praça, ou seja, do escritor Monteiro Lobato.
Os policiais militares chegaram ao local depois de receberem uma denúncia anônima de que um indivíduo vestindo camisa listrada e bermuda jeans estava escondendo droga por ali e identificaram o menor LSO, de apenas 14 anos de idade, que confessou ser proprietário do entorpecente.
LSO informou aos policiais que tinha comprado a maconha por R$ 50 de uma pessoa de nome Wellitinho no Estádio Alfredo Takahashi, conhecido por Campo do Olimpinha, localizado no Jardim Santa Ifigênia, na zona norte da cidade.
Ainda de acordo com o que consta na polícia, LSO afirmou que levou a droga para o local onde seus colegas – não houve identificação de quais seriam ou mesmo o que fariam – também consumiriam.
Menor infrator “sai no braço” com policias
em abordagem na frente de escola no centro
Um menor infrator que inclusive já teria sido flagrado no interior de uma sala de aula portando um revólver, acabou “saindo no braço” com um policial militar durante uma abordagem praticamente na frente da Escola Estadual Maria Ubaldina de Barros Furquim, localizada na Rua Bernardino de Campos, nas proximidades da Praça Nossa Senhora Aparecida, na região central de Olímpia.
A situação foi relatada na manhã do dia 6, pelo repórter Valter Carucce, na rádio Espaço Livre AM. No entanto, ele conta que não chegou a ver o boletim de ocorrência que teria sido registrado, porque o mesmo, assim como outros tantos, não teria sido colocado à disposição da imprensa.
Ocorre que, segundo ele relatou também, desta feita ele teria visto o que estava acontecendo na esquina da praça no início da tarde da quarta-feira, dia 5, quando deixava a emissora e seguia em direção a sua residência.
De acordo com ele, no local havia uma grande movimentação de policiais e um grupo de aproximadamente seis menores infratores. Um deles é acusado de participar do latrocínio praticado em 2013, que já teve passagem pela Fundação CASA (Centro de Assistência Sócio-educativo do Adolescente).
Outra situação muito estranha é que o comando da Polícia Militar, não se sabe se no 33.º Batalhão de Barretos ou se diretamente na Corregedoria, estaria recebendo ligações telefônicas reclamando da presença de policiais nas portas das escolas, ou seja, praticamente pedindo o fim da Ronda Escolar. Aparentemente, haveria o interesse em afastar o policiamento preventivo dos estabelecimentos escolares.
Consta que nesses telefonemas as pessoas, que embora não estivessem se identificando, tentariam demonstrar que seriam moradores das proximidades das escolas, que estariam reclamando dos policiais da ROCAM (Ronda Ostensiva Com Apoio de Motocicletas), que sempre trafegam na contramão de direção para fazer abordagens nos menores infratores em atitudes suspeitas nas proximidades das escolas.
Mas, por outro lado, haveria também o entendimento de que os autores dessas ligações seriam as próprias pessoas que têm ligação e envolvimento com o trafico de entorpecentes na cidade, onde esses menores têm agido comercializando drogas.
Tráfico de drogas volta com força ao
complexo da Prefeitura no J. Paulista
Embora seja sabido que se trata de uma situação que perdure praticamente todos os dias, é a partir de um final de semana, no qual a Polícia Militar registrou cinco ocorrências de tráfico de entorpecentes, que se pode afirmar que os agentes associados a traficantes voltaram a atuar fortemente no complexo que pertence à Prefeitura Municipal de Olímpia, no qual há duas escolas, uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e uma quadra esportiva, localizado no Jardim Paulista, na zona leste da cidade.
A questão que já causa muita preocupação em pessoas preocupadas com as condições das crianças de Olímpia, verdadeiramente, ocorreu durante o final de semana, ou seja, no período entre o início da manhã do sábado, dia 8, por volta das 7h30 e início da noite do domingo, dia 9, por volta das 18h20.
Trata-se de um local que é administrado por três secretarias municipais: Saúde, Educação e Cultura, Esportes, Turismo e Lazer, onde há a Quadra da Cidadania, a Escola Municipal Luiza Seno de Oliveira, uma creche e a Unidade Básica de Saúde (UBS) Dona Dalva Fernandes Moreda Ayusso, que várias vezes motivaram ocorrências policiais por causa da comercialização de drogas.
No local foram presos Lucas Ferreira dos Santos, de 24 anos de idade, e José Jesus dos Santos Simões. Com eles, inicialmente a polícia localizou a quantia de R$ 50 em dinheiro e um pino de cocaína. Mas ao verificar ao lado do muro da quadra, foram encontradas 11 porções de maconha.
“O Complexo do Crime” foi notícia em maio de 2011
A presença do tráfico de entorpecentes no complexo da Prefeitura Municipal de Olímpia, localizado no Jardim Paulista, na zona leste da cidade, já foi notícia em maio de 2011, quando, depois de um cerco realizado nas proximidades a Polícia Militar apreendeu o menor ICSA, então com apenas 14 anos, que residia no Jardim Santa Ifigênia, zona norte, que já estava sendo chamado de “reizinho do tráfico do Jardim Paulista”.
Na ocasião, o adolescente, que já tinha sido apreendido várias vezes pela Polícia Militar em situação de delinquências ligadas ao tráfico e que seria um dos principais responsáveis pela comercialização de drogas na região do Jardim Paulista, foi surpreendido com quatro gramas de crack e um grama de maconha, além de R$ 30 em dinheiro.
De acordo com o que contou na época o cabo Ladário, havia várias informações de que ele praticava o crime no local, que é composto por duas escolas municipais, uma unidade de saúde e uma quadra poliesportiva e que, pelo número de ocorrências, muito embora concentre centenas de estudantes e usuários todos os dias, já vem sendo considerado como “O Complexo do Crime”. Os policiais sabiam também que o menor participara do furto de um veículo dias antes, no mesmo local.
Ladário informou na época que durante patrulhamento uma viatura deparou com o menor na esquina da Rua Theodomiro Joaquim Bitencourt com a Rua Antônio Benfati, próximo a um bar localizado em frente à subestação da CPFL, que é conhecido como sendo um ponto de venda de drogas.
O policial o orientou para que fosse embora, porque todo mundo sabe que ele não reside por ali. Porém, ele não foi embora e logo em seguida receberam informações que continuava por lá traficando.
Então, os policiais foram com duas viaturas e fizeram o cerco.
Segundo a polícia, quando o menor percebeu a aproximação das viaturas, tentou escapar correndo para dentro do bar, mas foi abordado mesmo assim. “Ele dispensou um potinho preto no chão que continha nove pedras de crack embaladas em papel alumínio e mais uma porção de maconha”, disse Ladário.
O adolescente foi conduzido até à Delegacia de Polícia de Olímpia e, em seguida, colocado à disposição da Vara da Infância e Juventude, sob a responsabilidade do Conselho Tutelar.
MONITORAMENTO
Mas durante as diligências, os policiais descobriram que o menor monitorava, não só os passos da Polícia Militar, como também do Corpo de Bombeiros.
Na casa dele foram localizados uma chave micha, mais um papelote contendo 8,5 gramas de maconha, e dois papeis contendo anotações da frequência dos rádios das duas corporações e até da usina.
Especialista chegou a apontar ligação de menor com o PCC
Quando da apreensão do menor ICSA, então com penas 14 anos de idade, que reside no Jardim Santa Ifigênia, zona norte de Olímpia, que já era considerada até uma região endêmica em relação ao tráfico de entorpecentes, um especialista chegou a apontar uma eventual ligação dele com o PCC (Primeiro Comando da Capital), organização criminosa que já barbarizou no Estado de São Paulo e, pelo que consta, ainda comanda o crime organizado de dentro de presídios.
A possibilidade foi apontada por uma profissional especializada em comportamento psicossocial, entrevistada na ocasião, em maio de 2011, que, por razões preventivas até em relação a seus pacientes, pediu para ter sua identidade preservada.
ICSA havia sido apreendido em flagrante acusado de tráfico de drogas e, por furto de um veículo, pelo menos, mas já tinha várias passagens por infrações relacionadas ao tráfico.
A profissional avalia que, em razão das informações que já recebeu, ainda não são todas, que se trata de um menino superdotado e com uma inteligência superior à média para a idade.
Depois de ficar sabendo das ações praticadas pelo adolescente, principalmente nas proximidades do complexo da prefeitura que envolve duas escolas municipais, uma unidade de saúde e uma quadra poliesportiva, já até chamada de “complexo do tráfico” (sic), ele já está dentro de um esquema muito bem organizado.
“Acho que ele deve ter ligação com o pessoal do PCC ou coisa assim. Acredito em tudo porque se trata de um menino superdotado, que é capaz de, como deve ter ocorrido, implantar a rede de tráfico dele”, observou.
CAPACIDADE DE ORGANIZAÇÃO
A capacidade de organizar o crime apresentada por ICSA era bastante assustadora. Pelo que se depreendia de duas ocorrências registradas pela polícia naquela ocasião, embora com 14 anos, ele já tinha o poder até de comandar pessoas maiores de idade que, na verdade deveriam tomar conta da situação.
“Ele (adolescente) dever ter elaborado o furto”, enfatizou à epoca. “São meninos com inteligência acima da média e que, desde pequenos, são direcionados para o mal”, reforçou.
Por isso a especialista entendia que até seria interessante conhecer mais profundamente a formação familiar do menor, inclusive a sua árvore genealógica, e ainda saber como vive. “É preciso conhecer o ambiente familiar, se estudou, se ficava na rua, como era seu rendimento escolar, e até se era líder já na escola”, disse.
“Ele já é líder do tráfico, deve ser bem articulado para falar. Sabe fazer planejamento, é destemido e até deve usar armas. Parece ser um menino que tem muita potencialidade, que pode ser utilizada tanto para o bem, quanto para o mal”, finalizou.
Estudante é pego usando um boné
pedindo a legalização da maconha
Mas embora de uma situação que já se pode considerar está beirando a calamidade, o que parece é que as próprias famílias não têm se preocupado com a questão e permitem que os filhos, principalmente os menores, acabem se envolvendo em situações ao menos estranhas. A essa conclusão se pode chegar após um estudante de 12 anos ter sido flagrado usando um boné que pedia simplesmente a legalização da maconha.
Esse fato ocorreu durante a realização da Ronda Escolar na Praça Monteiro Lobato, defronte ao Fórum local e ao lado da Escola Estadual Dona Anita Costa, quando os policiais militares da ROCAM (Ronda Ostensiva Com Apoio de Motocicleta), depararam com um garoto de 12 anos usando um boné que trazia o desenho de uma folha parecida com maconha e com a inscrição “Legalização Já”.
O caso foi registrado no início da tarde do dia 6, por volta das 12h15. Questionado pelos policiais sobre a origem do boné, o garoto contou que comprou no comércio de Olímpia, quando estava acompanhado de um tio.
O fato de ter sido comprado no comércio local se trata de uma situação que reforça a necessidade de uma ação do Poder Público, além do trabalho que tem sido realizado pela Polícia Militar. Consta que o boné foi apresentado na Delegacia de Polícia de Olímpia, onde foi apreendido.
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