08 de março | 2009

Juíza acha que integração da mulher depende da educação

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 Tanto para combater a violência praticada contra a mulher, seja na rua ou no lar, até os problemas de saúde que enfrenta, a perfeita integração do sexo feminino no contexto social como um todo, depende bastante da educação que se consegue desde a fase de infância. Somente, assim é que conseguirá viver com segurança e tranqüilidade. Isso que se depreende da fala da juíza do Trabalho de Olímpia, Silnei Garrido Lage (foto). Para acabar com a violência, por exemplo, diz a juíza, falta melhorar a condição social da mulher.

Garrido Lage, casada há mais de 20 anos e três filhos (Bruna, Hugo e Vinicius), relata que vem de uma família humilde e que passou muitas dificuldades para chegar onde está atualmente, ou seja, uma situação que considera boa em relação a muitas mulheres brasileiras ou simplesmente de Olímpia. Por isso, acredita que somente através da escola se consegue depurar os problemas da sociedade, sejam eles quais forem.

"Porque dando acesso à escola e a uma boa educação à criança, seja homem ou mulher, ela vai se sentido mais integrada à sociedade e isso já vai ajudando com que ela se fortaleça moralmente e intelectualmente. Ela vai saber se defender mais", justifica.

Mas no mesmo sentido raciocina quando perguntada sobre os problemas de saúde, principalmente, em relação àquelas mais carentes da sociedade, que ressentem mais os problemas financeiros. "É tudo uma questão social, porque quando a mulher tem acesso mais fácil à escola, ela sabe se prevenir, sabe a necessidade de uma boa alimentação, dela ter um número limitado de filhos, de pelo menos começar a vida sexual um pouco mais tarde com responsabilidade. A gravidez na adolescência é algo muito difícil", reforça.

Já quando fala da conciliação da vida profissional e a família, diz que sua situação não é diferente das demais mulheres que trabalham fora. Os três filhos são crianças iguais a todas as crianças, que exigem da mãe. Mas além da casa que tem para cuidar, tem o trabalho a desenvolver: "Tenho aqui mais de 10 mil processos sobre a minha responsabilidade".

Para enfrentar tudo diz que começa o dia com bastante ânimo e coragem para poder dar conta de levar o dia-a-dia. "Conciliar tudo é difícil porque tem dia que a vida familiar está mais tranqüila, tem dia que a vida profissional está mais tranqüila e tem dia que não está. Por isso, é necessária a boa vontade, amor pelo trabalho e pela família, e os princípios éticos, morais, bem gravados dentro de mim", relata.

Valorização

Lage é otimista em relação à atualidade das mulheres: "A mulher está sendo mais valorizada e encontrando o seu lugar para fazer as coisas que ela quer fazer. Ela está conseguindo ser mais feliz. Acho que nos últimos anos, principalmente, a situação melhorou muito, até mesmo aqui na nossa região, a gente vê que as mulheres têm uma qualidade de vida um pouco melhor. Está certo que existem ainda situações que precisam ser melhoradas, mas de uma maneira geral tenho uma visão otimista da nossa situação de mulher".

Para ela as mulheres caminham para atingir a plena consciência e atingir o ponto de encarar o homem de igual para igual. Porém, avisa que "o caminho do homem também é de olhar a mulher de igual para igual, porque na realidade nós somos filhos do mesmo criador. Nós somos semelhantes apesar de termos as nossas diferenças. Acho que a mulher está conseguindo se impor, está conseguindo abrir seu espaço e vai conseguir muito mais, basta o tempo passar".

Mesmo assim, entende que ainda há mulheres que precisam se conscientizar mais do seu papel na sociedade: "porque no mundo moderno não existem mais espaços para a pessoa ficar parada. Hoje, todas nós temos que estudar e ir à luta, não apenas as mulheres, porque a vida está muito difícil".

 

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