15 de março | 2010

Intervenção não resolve crise dos plantonistas da Sta. Casa

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Mesmo após passar aproximadamente 10 dias da intervenção decretada pelo prefeito Eugênio José Zuliani, Geninho, o inter­ventor nomeado e vice-prefeito de Olímpia, Luiz Gustavo Pi­men­ta(fo­to), não conseguiu resolver a crise estabelecida após a paralisação dos médicos, que prestam o serviço de plantão de disponibilidade na Santa Casa local.

Isso é o que se pode de­pre­ender, pelo menos, das palavras do próprio interventor, durante entrevista que concedeu a uma emissora de rádio da cidade, no início da tarde da sexta-feira, dia 12, quando foi questionado a respeito da situação.

O problema seria de difícil solução, uma vez que Pimenta entende que o hospital não teria caixa para assumir um compromisso de pagamento aos médicos, principalmente através do acordo que foi firmado com a provedora Helena de Souza Pereira – ainda não houve publicação da destituição dela do cargo.

Por isso, segundo explicou, os casos de pacientes com menor gravidade, estão sendo transferidos pelos próprios plantonistas de local, para hospitais de cidades da região. Quer dizer, o doente precisa primeiro esperar pela definição de vaga em qual hospital e depois enfrentar uma viagem até a cidade onde permanecerá internado.

Pimenta deixa a entender que a junta interventora ainda estaria analisando os termos do acordo – R$ 50 mil mensais, até o final desse ano. Mesmo assim reclamou que os plantonistas não estariam cumprindo o acordo. Disse também que não teria sido nem procurado pelo advogado Gilson Eduardo Delgado, que representa os médicos.

Mas Pimenta informou que tem conversado com alguns médicos que estariam dispostos a atuar normalmente no plantão, que seriam no total de cinco, informando, inclusive, que alguns médicos de especialidades que ainda não trabalhariam na Santa Casa, estariam dispostos a assumirem o serviço de plantão, já que agora receberiam para tanto.

No entanto, não deixou de elogiar o trabalho realizado por Helena Pereira, durante o período de sua gestão, afirmando que ela deixou o hospital em ótimas condições, inclusive morais, e que ele tem, portanto, obrigação de dar continuidade a esse trabalho, não só mantendo as condições que encontrou, mas melhorar muito mais.

Até mesmo a respeito da solução para a quantidade de leitos e conseqüente promoção da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), do hospital, Pimenta não acredita que surja tão rápido. Pelas suas palavras, embora haja um projeto pronto, confirmando assim a informação passada há uma semana por Helena Pereira, falta levar a efeito as remodelações necessárias para que a ala seja passada para a condição de UTI 2, tendo, desta forma, elevada a captação de recursos através do SUS (Sistema Único de Saúde).

VASCULHANDO
Entretanto, mesmo tendo reconhecido o trabalho realizado por Helena Pereira, o interventor Pimenta passou grande parte da entrevista afirmando que está, desde que assumiu o posto, conversando com funcionários do hospital.

Em alguns casos, segundo Pimenta, até aparando algumas arestas que sobraram. Ele destacou que somente em alguns poucos casos estaria havendo divergências, mas que nada impossível de atravessar em busca de uma solução positiva.

Também nessa parte da entrevista, algumas mulheres, que se identificavam apenas pelo primeiro nome, alegando ser enfermeiras, ora em atividade, ora já aposentada, com algumas questões relacionadas a pagamentos de salários atrasados que Helena Pereira teve que assumir quando passou a cuidar do hospital.

Esses salários atrasados vinham de administrações anteriores e houve um acordo com o sindicato da categoria para pagamentos ao longo do tempo, através de sorteios que, embora amplamente divulgado à época, Pimenta alegou desconhecer.

CREMESP
Por outro lado, segundo foi constatado por esta Folha, na próxima segunda-feira, dia 15, um representante do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) estará em Olím­pia para uma reunião com os médicos plantonistas.

De acordo com a nota pu­bli­cada haverá uma reunião de representantes da entidade com os profissionais da Santa Casa. Na pauta, há destaque para o acordo de remuneração, assinado por decisão judicial, referente aos atendimentos em disponibilidade à distância, antes não remunerados.

Participam do encontro, entre outras autoridades da área da saúde, o conselheiro Pedro Teixei­ra Neto, que representa o Cre­mesp- SP. Também virão o delegado superintendente Carlos Marcelo Borges Santiago e o delegado Marco Antonio Teixeira Correia, ambos da regional do Cremesp em Barretos.

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