08 de outubro | 2017

Hemocentro deve fechar e se tornar centro de hemodiálise

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Durante entrevista que concedeu à imprensa na tarde da quarta-feira desta semana, dia 4, o prefeito Fernando  Cunha, indicou que o prédio que pertence à Santa Casa poderá receber um centro de hemo­diá­lise, caso seja confirmado o fechamento do he­mo­centro de Olímpia. Além disso, assegurou à população que não haverá falta de sangue para pacientes que necessitarem de transfusões.

Algumas inquietações surgiram diante da ameaça de fechamento da Unidade de Hemoterapia de Olímpia, que enfrenta, há 18 meses, um problema de ordem financeira, gerado pela falta de repasses do governo do Estado aos Hemocentros.

A unidade local é um braço da Fundação He­mo­centro de Ribeirão Preto, que funciona no município desde 2001 sem custos pa­ra a Prefeitura, apenas com contra­partida da Santa Casa que cedeu o imóvel e dá manutenção no prédio.

No entanto, devido à redução de recursos do Estado e da União, a coordenação da unidade local quer que o município repasse R$ 24 mil reais por mês para manter o funcionamento.

Vale ressaltar que, atualmente, são coletadas na unidade cerca de 350 bolsas de sangue por mês, que são enviadas para Ribeirão Preto e disponibilizadas ao município quando necessário. Segundo balanço da Santa Casa, o hospital utiliza uma média de apenas 15% dos hemoderivados coletados na cidade, o que correspondem a aproximadamente 60 transfusões/mês.

Além da coleta, a unidade local também realiza a análise do sangue para verificar a compatibilidade, serviço este que, segundo o prefeito, pode passar a ser executado pelos dois laboratórios da Prefeitura, caso a unidade resolva paralisar o serviço.

Neste sentido também, as coletas não seriam interrompidas, uma vez que, antes da cidade possuir a unidade, uma parceria com o Hemonúcleo do Hos­­­pital do Câncer de Bar­retos permitia que a coleta fosse feita pela própria S­ta Casa, o que pode ser retomado, caso necessário.

Dessa forma, o repasse do município à unidade será um desperdício de recursos, além de transferir a responsabilidade do Estado. A Prefeitura precisa continuar socorrendo a Santa Casa, que já possui um alto déficit mensal que, aos poucos, tem sido minimizado por gestões da administração municipal que conseguiu ampliar os repasses mensais ao hospital. A Prefeitura também não poderia utilizar recursos públicos para pagar R$ 24 mil/mês para um único médico e equipe fazerem apenas dois exames por dia.

Garantindo o fornecimento de sangue para pacientes de Olímpia, o prefeito Fernando Cunha também ressalta que, caso haja a desativação da Unidade de Hemoterapia, o espaço poderá ser utilizado para implantação de um Centro de Hemodiálise.

O serviço é extremamente importante para o município que, atualmente, possui dezenas de pacientes se deslocando, semanalmente, a outras cidades da região para realizar o tratamento.

“É preciso esclarecer que a decisão de fechar ou não a unidade será da própria unidade e não da Prefeitura. Nós continuamos em tratativas com o Hemocentro de Ribeirão Preto para que o fechamento não ocorra, mas se isso se concretizar, reforçamos o nosso compromisso de não deixar faltar sangue a nenhum paciente, por meio de parcerias com outros hemocentros da região, e vamos continuar buscando melhorias para a área da saúde, como temos feito”, reitera o prefeito.

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