12 de março | 2007
Força da mulher representada na pintura interior da igrejinha
Com a intenção de fazer um templo ainda mais Mariano e sob a coordenação do responsável pela paróquia, o mais novo artista plástico da cidade, João Caetano Filho, "Dakinho", de 32 anos, fez a força da mulher se representar na pintura interior da Igreja Matriz de Nossa Senhora Aparecida. Pelo menos isto é o que pode ser depreendido das informações passadas para esta Folha na semana passada pelo frei Flaerdi Valvassori.
"Isso surgiu de mim, de muita oração, acho que foi a oração inspirando, porque como é uma igreja, que podemos dizer, Mariana, então tem que mostrar que Maria sempre se refere ao Mistério de Jesus Cristo a sua vinda no meio de nós. Nunca é algo solitário, mas sempre a referência a Jesus. Depois, do outro lado para mostrar a presença de Maria também e uma das intenções era colocar algumas mulheres fortes do novo testamento que os evangelhos apresentam. Uma é Isabel, a prima, outra é Marta e Maria", contou Valvassori.
De acordo com o frei, foram 11 meses de trabalho até a obra ficar completa. O artista começou a realizar a pintura interna da Matriz de Nossa Senhora Aparecida em outubro de 2004 e foi concluir apenas em agosto de 2005.
Porém, o frei teve que fazer uma escolha entre os motivos centrais da pintura: "Estava indeciso na do Emaus, se colocaria essa ou a do encontro de Madalena, a primeira testemunha da ressurreição (de Cristo) quando ela vai de madrugada ao túmulo, mas por ser a temática dos encontros com Deus e por ter o motivo da eucaristia, escolhi o de Jesus na mesa com os discípulos de Emaus se revelando quando ele parte o pão".
Interessante no trabalho é que embora os motivos da pintura tenham sido buscados em trabalhos de artistas consagrados, não se trata de cópias fiéis das obras que eram mostradas para Dakinho, que executava segundo o pedido de Valvassori.
"Existe a parte da criação por parte do artista e nisso a gente pode ver a semelhança apenas como inspiração em algumas pinturas conhecidas, mas que elas trazem em si a inovação do próprio artista", explicou.
Ao contrário do que tradicionalmente se verifica, as figuras não são tristes. "Houve um tempo em que as pinturas tinham um ar mais sombrio e estas aqui são figuras alegres, transmitem justamente isso, que o Mistério de Deus quando chega ao ser humano não produz a concentração no sentido que demonstre uma certa tristeza, mas, ao contrário, produz alegria da vida", reforçou.
Harmonia de cores
Frei Flaerdi (foto) conta que a ajuda do pintor na escolha das cores o que deu harmonia à pintura do interior do templo, coroando a escolha e tornando o ambiente ainda muito mais familiar. "Deus quis fazer de nós a sua família. Ele quis ser parte de nós e ele não quer sua criação longe dele, mas participando de sua vida", disse.
A decisão de ilustrar o interior do tempo surgiu ainda em 2004 depois de concluída a nova pintura das paredes interiores. E foi informado sobre o trabalho que Dakinho vinha desenvolvendo e o procurou para pintar algumas inscrições e depois indo para a das gravuras.
"Ele me disse que antes nunca havia feito figuras religiosas e nem pintado interiores de igreja e essa foi a primeira vez e saiu tão bem que me incentivou a buscar outras figuras que fossem colocadas em toda a parede do corpo central da igreja", explicou.
As figuras representam a Assunção de Nossa Senhora. No lado esquerdo o anjo Gabriel que foi a Maria dizendo que ela seria mãe de Jesus e depois os quadros centrais. Em cima das portas laterais, à esquerda, a Sagrada Família e à direita a representação de morte e Maria quando Jesus vai à casa dela. "Depois do lado esquerdo, para terminar com a figura da visitação da Maria, prima Isabel e, por último, do lado esquerdo Jesus e os desafortunados, os pobres. Daí, em seguida tivemos, no lado direito, a representação de Jesus com os discípulos de Emaus e a última, feita na nave central da igreja, foi o pentecostes e a representação de natal na capela dedicada a São José, que fica ao lado esquerdo da igreja", mostrou. Ainda de acordo com Flaerdi, foram noves gravuras trabalhadas com tinta a óleo sobre parede.
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