25 de junho | 2017
Falta de conservação de pinturas nas paredes da Beneficência pode gerar grande prejuízo cultural
Embora com uma estimativa de custo para a recuperação que necessita ser realizada por artistas conhecedores da técnica de pinturas em afresco, a falta de conservação de pinturas ainda existentes em paredes da Associação Beneficência Portuguesa de Olímpia, principalmente em razão de infiltrações, podem gerar um grande prejuízo cultural para o município.
Isso porque um laudo de vistoria do Poder Judiciário aponta que os afrescos são da década de 50, que precisam ser recuperados e mantidos, mas por pessoas especializadas. Há um valor estimado em R$ 350 mil para a realização desse serviço.
No prédio há um cômodo com diversos afrescos da década de 50, pinturas alusivas à comunidade portuguesa feitas na parede, que estão danificadas pelas infiltrações, segundo informação do oficial de justiça João Simões Rodrigues, que consta no laudo da vistoria realizada no dia 19 de dezembro de 2016.
Na realidade trata-se de afrescos, técnica de pintura mural, executada sobre uma base de gesso ou cal ainda úmida – por isso o nome derivado da expressão italiana fresco, de mesmo significado no português – na qual o artista deve aplicar pigmentos puros diluídos somente em água.
Em razão disso, se a recuperação dos afrescos for entregue a meros pintores de parede, o patrimônio artístico estará perdido.
AUTOR DOS AFRESCOS
Esses afrescos foram pintados pelo artista plástico Durval Pereira (foto) , que nasceu em 1917, na cidade de São Paulo e faleceu em 1988. Ele perdeu o pai aos 9 anos e teve de trabalhar para ajudar a sua família, fato que não o afastava dos desenhos.
Aprendeu retocar fotografias com o Sr. José Piciochi, indo trabalhar como retocador por conta própria e cinegrafista do Governo, sem, no entanto, abandonar a pintura.
Em 1944, recebeu o Primeiro Prêmio Menção Honrosa no Salão Paulista de Belas Artes. Foi viver da pintura. Em 1946, estudou artes plásticas na Associação Paulista de Belas Artes.
Recebeu inúmeros prêmios e participou de muitas exposições coletivas, dentro e fora do Brasil. Em 1983, nos Estados Unidos, recebeu troféu. Considerado pelos americanos como o maior impressionista dos tempos atuais.
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